A contaminação ambiental por agrotóxicos vem sendo crescentemente abordada por diversos autores na literatura e discutida pela sociedade civil, por causa de suas externalidades negativas. Este estudo visou calcular e comparar o potencial de lixiviação e contaminação dos princípios ativos de agrotóxicos que são utilizados na sub-bacia hidrográfica do rio Natuba, município de Vitória de Santo Antão-Pernambuco. Para tanto, utilizou-se índices que se propõem a avaliar a capacidade de um determinado princípio ativo de agrotóxico lixiviar ou ser transportado no meio ambiente, a saber: Groundwater Screening Index (GSI), Groundwater Ubiquity Score (GUS), Relative Leaching Potential Index (RLPI), Leaching IndeX (LIX), Leaching Index (LEACH) e critério da California Departament of Food and Agriculture (CDFA). Os dados dos índices GSI, GUS, LIX, LEACH e RLPI demonstraram valores semelhantes por meio da análise de variâncias, ou seja, cada índice tende a indicar, em sua faixa de valores, a mesma propensão de lixiviação do agrotóxico. Assim, ao comparar os enquadramentos de cada um dos agrotóxicos, destacaram-se, pelo risco ambiental: picloram, hexazinone, clorantraniliprole, carbofurano, thiamethoxam, 2,4 D sal dimetilamina, imidacloprido, azoxistrobina, cartape, dicloreto de paraquate. Dessa forma, deve-se evitar o uso desses ingredientes ativos e substituí-los por outros com menor potencial de lixiviação, visando à proteção da área.
A utilização de agrotóxicos na agricultura é justificada pela necessidade de eliminação de diversas pragas, todavia, pode promover contaminação ambiental. Dentre esses produtos, está o princípio ativo sulfoxaflor, desenvolvido pela empresa Dow Agrosciences, atingindo grande sucesso no combate aos parasitas que se alimentam de seiva. Porém, tal composto é capaz de atingir negativamente espécies não-alvo, como formigas, minhocas e abelhas. Poucos estudos avaliaram a relação entre o sulfoxaflor e os recursos hídricos, especificamente os subterrâneos. Assim, a presente pesquisa visou analisar o potencial de tal agrotóxico em lixiviar no perfil do solo, atingindo os aquíferos. Para tanto, valeu-se de quatro modelos analíticos que, com parâmetros físico-químicos, fornecem output válido, que servem de base para estudos futuros mais aprofundados, são eles: GSI, LIX, RLPI e LEACH. Os quatro índices indicaram, cada um em seu espectro de valores, que o sulfoxaflor tem capacidade de lixiviar. GSI se destacou, pois alocou-o em classe de maior probabilidade de percolação. Ressalta-se, porém, que este estudo é preliminar, sugerindo-se análises mais robustas para que as conclusões a respeito dos impactos do uso e lixiviação do inseticida para os recursos hídricos subterrâneos sejam confirmadas.
O Brasil tem se destacado com grandes arrecadações no PIB a partir dos avanços do setor primário, totalmente dependente dos sistemas de produção agropecuária e das agroindústrias. Com essa utilização dos recursos naturais, os impactos ambientais gerados também aumentam com o crescimento da produção. Entre eles, destaca-se o uso intensivo de agroquímicos, lançamento de resíduos das agroindústrias inadequadamente. Dessa forma, o presente estudo objetivou identificar as cinco principais culturas agrícolas e as quatro agroindústrias importantes no cenário dos agroecossistemas nacionais, fazendo uma análise da sustentabilidade do meio rural brasileiro. Para tanto, foram utilizados dados secundários de artigos, dissertações, visando embasar e agregar dados confiáveis para este estudo sobre as culturas: Arroz, Soja, Milho, Cana-de-Açúcar e Café, além da análise das agroindústrias de laticínios, além de processamento de bovinos, aves e suínos. Essas atividades tem um alto poder poluente para o Meio Ambiente se não forem manejados da forma correta. Dentre os impactos, destaca-se a poluição atmosférica pela queimada, lançamento de rejeitos, além do alto consumo hídrico. No entanto, já se visualiza ações e tecnologias como alternativas sustentáveis para esse cenário como o reaproveitamento do bagaço e vinhaça para alimentação de animais e fertirrigação.
A pesquisa foi realizada na região do Baixo Natuba, município de Vitória de Santo Antão – PE, Brasil, que é conhecida pela produção de hortaliças com a utilização de diversos tipos de agrotóxicos. Foram realizadas visitas para identificar e diagnosticar como era procedido o manejo de agroquímicos pelos produtores rurais da agricultura familiar. Posteriormente foram coletadas 36 amostras de sangue dos produtores rurais por uma enfermeira cadastrada no Conselho Regional de Enfermagem-CRM. O material recolhido foi analisado pelo Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN PE para aferir os níveis da enzima Butiril Colinesterase (BuChe) e Autil Colinesterase (AChe) que são possíveis indicadoras de intoxicação aguda e crônica por agrotóxicos, especificamente por organofosforados e carbamatos. Desse modo, as análises mostraram que 53 % dos agricultores estavam com níveis abaixo do considerado normal, sendo a ocorrência maior dos “resultados indesejáveis” nas mulheres, das quais 67 % apresentaram resultado abaixo do normal enquanto os homens apresentaram 33 % de seu contingente abaixo do normal, sinalizando possível intoxicação por agrotóxicos nessa região. Assim faz-se necessária intervenção urgente do governo para averiguação das causas e investir na prevenção e tratamento por meio de seus diversos órgãos competentes.
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