O presente trabalho tem como objetivo caracterizar a distribuição dos componentes biogênicos e correlacionar aos fatores ambientais como a profundidade, morfologia, composição e granulometria dos sedimentos superficiais da Plataforma Continental de Sergipe e sul de Alagoas. Foram realizadas análises de identificação da composição e componentes biogênicos em 423 amostras de sedimentos superficiais. A determinação dos componentes biogênicos dos sedimentos foi realizada em lupa binocular em duas frações granulométricas, obtidas através do processo de peneiramento mecânico (areia fina a média e areia muito grossa a grânulo) e posteriormente separados de forma aleatória, 200 grãos para a análise composicional e de biodetritos. Os resultados indicam que esta plataforma é mista siliciclástica-carbonática e a transição da composição sedimentar com o aumento da profundidade, dos sedimentos de origem continental para os sedimentos biogênicos, sendo esta característica interrompida pelas zonas lamosas do São Francisco e Japaratuba. Os componentes biogênicos mais abundantes são os foraminíferos e a algas vermelhas, responsáveis pela formação de um banco carbonáticos na plataforma externa e a distribuição dos sedimentos biogênicos na plataforma continental SEAL resulta de um ajuste morfodinâmico entre a circulação e a topografia da plataforma.
RESUMO:O objetivo desse estudo é investigar as paleolinhas de costa presentes na plataforma continental sul de Alagoas. Devido à baixa contribuição de sedimentos continentais aportados pelos rios nesta plataforma continental, as feições de fundo formadas no último ciclo de variação do nível do mar não permitiram que estas fossem totalmente soterradas. Assim, para investigar essas feições foi elaborado um modelo batimétrico a partir das Folhas de Bordos da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil. Posteriormente foram identificadas e mapeadas as principais anomalias no relevo (elevação ou depressão). As principais feições identificadas na plataforma continental de Alagoas foram três conjuntos de arrecifes submersos alinhados e paralelos à linha de costa, identificados a -25m, -15m e -5m, e os paleovales de Maceió, Jequiá-Jacarecica e Coruripe que ficaram evidentes no modelo batimétrico. Com isso, concluímos que a origem dos paleovales está relacionada ao último máximo glacial quando os rios escavaram a plataforma continental, e a formação dos arrecifes indicam os períodos de estabilização do nível do mar que correspondem às antigas linhas de costa.Palavras-chave: Nível do Mar; Recifes; Sedimentos Marinhos; Vales Incisos; Zona Costeira. ABSTRACT:The objective of this study is to investigate the paleo coastlines present in the southern continental shelf of Alagoas. Due to the low contribution of continental sediments contributed by the rivers in this continental shelf, the bottom features formed in the last cycle of sea level variation, did not allow that they were completely buried. Thus, to investigate these features, a bathymetric model was elaborated from the Border Sheets of the Hydrographic and Navigation Department (DHN) of the Brazilian Navy. Subsequently, the main anomalies in the relief (elevation or depression) were identified and mapped. The main features identified in the continental shelf of Alagoas were three sets of submerged reefs aligned and parallel to the coastline were identified at -25m, -15m and -5m and the paleo valleys of Maceió, Jequiá-Jacarecica and Coruripe that were evident in the bathymetric model. We conclude that the origin of the paleo valleys is related to the last glacial maximum when the rivers excavated the continental shelf and the formation of the reefs indicate the periods of stabilization of the sea level that correspond to paleo coastlines.Keywords: Sea Level; Reefs; Marine Sediments; Incised Valleys; Coastal Zone.
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