Este texto tem como objetivo central apresentar uma (re)leitura do artigo “Vistas d’olhos sobre o desenvolvimento da linguística” de Benveniste, publicado originalmente em 1963 - em comparação com outros textos sempre que necessário – problematizando e discutindo os conceitos presentes neste artigo sobre “língua”, “linguagem” e “linguística”. Para tanto, elegemos como chave de leitura o princípio epistemológico segundo o qual, para Benveniste, há uma relação constitutiva entre homem e linguagem, por isso, “sempre que fazemos linguística, fazemos uma reflexão antropológica”. (FLORES, 2013, 2020).
A arbitrariedade do signo se configurou como um afastamento de Benveniste em relação a Saussure, ou uma ultrapassagem daquele em relação a este, ao propor a relação necessária entre os constituintes do signo linguístico. Neste artigo, questionamos essa ultrapassagem especialmente no que tange ao sujeito na teorização saussuriana como aquilo que o próprio Curso de Linguística Geral (1916) projetou para a ciência linguística futura e um princípio que foi aplicado por Benveniste em sua teorização sobre a linguagem. Argumentamos sobre a noção de sujeito em Saussure, e ainda, sobre a interpretação de Benveniste (1976[1939]) do signo através daquilo que foi possível ao autor ter acesso dos textos saussurianos, como destaca Normand (2009). Assim, não defendemos que Benveniste ultrapassa Saussure ao propor as duas dimensões da linguagem, semiótica e semântica, mas que Benveniste soube “ler” Saussure, tomando-o como “em primeiro lugar e sempre o homem dos fundamentos” (BENVENISTE, 1976, p. 35).
O objetivo deste trabalho é uma breve descrição do processo de concordância nominal de número, abordando principalmente questões referentes à estrutura funcional do DP, às diferentes manifestações dos padrões de marcação morfológica de número nas línguas e sua relação com a interpretabilidade do traço de número, e também ao(s) mecanismo(s) de concordância sintática envolvido(s).
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