A Atenção Primária a Saúde é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde do Brasil, tendo o acolhimento como uma diretriz da Política de Humanização do SUS. Considerando que desde o processo de Reforma Psiquiátrica, os pacientes com necessidades em saúde mental podem ser acompanhados em seus territórios e através da atenção básica, este trabalho objetivou investigar como acontece o acolhimento e acompanhamento dos pacientes de saúde mental pelas equipes de atenção básica no município de Iguatu, Ceará. Para se chegar a esta compreensão, foram realizadas sete entrevistas semidiretivas com profissionais que atuam em equipes da Estratégia Saúde da Família neste município. Como método de análise de dados se utilizou a Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados foram agrupados e discutidos através de categorias e apontaram que os profissionais conhecem o que a literatura propõe acerca do acolhimento, entretanto existem dificuldades em inseri-lo nas práticas do cotidiano e trabalho.
A psicanálise postula recomendações e técnicas para aqueles que desejem realizar atendimentos clínicos de cunho psicanalítico. Muitas destas recomendações, inclusive de autores mais contemporâneos, dissertam sobre a prática e posturas do analista que atua em consultórios particulares. Partindo da literatura e juntamente com o relato de experiência do que foi vivenciado durante as disciplinas de Estágio Profissionalizante I e II, este trabalho objetiva traçar considerações sobre a prática psicanalítica realizada no SPA, uma clínica-escola que possui regras específicas e está inserida em uma instituição maior: a Universidade. Como então as recomendações e ética da psicanálise conseguem dialogar com os discursos institucionais? Quais seriam os limites e possibilidades para a realização dos atendimentos? Serão discutidas, ainda, questões relacionadas com o tempo – do inconsciente, das sessões e do estágio, sobre a transferência e o pagamento das sessões. A partir da experiência vivenciada, pôde-se perceber que é possível se praticar a psicanálise no contexto institucional, utilizando-se do desejo particular do estagiário de construir a sua clínica a partir da experiência aliada aos postulados da teoria, como a associação livre, transferência, realidade psíquica do sujeito. A forma como se dá o manejo de alguns dos pressupostos básicos da psicanálise podem ocorrer de um modo distinto quando se opera em uma clínica-escola, entretanto, isso não significa dizer que estes não aconteçam, pois é através do diálogo com as regras da instituição que a psicanálise se faz acontecer.
O presente trabalho apresenta a experiência de elaboração e facilitação da ação de extensão no formato de curso, intitulado Acolhe APS, vinculado ao Projeto de Extensão denominado Laboratório de Clínica Sujeito e Políticas Públicas (CLIPSUS) e ao Programa de Pós-Graduação Profissional em Psicologia e Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará – PPGPPPP, campus Sobral. O objetivo do Acolhe APS foi desenvolver um curso de capacitação profissional sobre o uso de tecnologias leves em saúde e promoção da saúde mental para Agentes Comunitários de Saúde do Município de Iguatu, Ceará. O conteúdo do curso foi formulado a partir de quatro grupos focais previamente efetivados com 26 agentes comunitários, entre agosto e setembro de 2021. Com carga horária de 20h/a, o curso foi dividido em um encontro presencial e duas atividades assíncronas, realizadas durante o mês de maio de 2022. Se inscreveram para a capacitação, 103 ACS, destes, 71 participaram do encontro presencial. O conteúdo programático teve entre suas temáticas: Políticas de Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde (APS), Promoção em Saúde Mental e Tecnologias leves em saúde. Dentre as reflexões elencadas durante a capacitação destacaram-se: o desmonte da política de saúde mental e suas repercussões no cuidado ofertado pelos profissionais da APS, estratégias de trabalho coletivas para promover saúde mental, e a saúde mental dos trabalhadores da atenção primária na pandemia Covid19. Através de uma metodologia dialógica, os participantes puderam trocar experiências sobre as possibilidades de cuidado em saúde mental na APS. Ao final, 66 participantes cumpriram a carga horária mínima exigida do curso, e foram certificados, avaliando positivamente a capacitação. Dentre as sugestões de melhorias para o Acolhe APS, os ACS indicaram que o mesmo fosse realizado com as demais categorias profissionais, e com um número maior de encontros presenciais.
Resumo Este trabalho objetiva discutir como o fenômeno da medicalização do sofrimento psíquico se apresenta no discurso e na prática dos profissionais da Atenção Primária à Saúde. Foram realizadas observações sistemáticas e entrevistas semidiretivas com sete trabalhadores do município de Iguatu, Ceará, Brasil. A análise dos dados foi feita através da Análise de Conteúdo, de Bardin. Os resultados apontaram para uma centralidade no uso de medicação para atender o sofrimento psíquico que chega às unidades de saúde. Os profissionais discorreram sobre o medicamento enquanto uma estratégia rápida e eficiente, que, em consonância com a literatura pesquisada, pode ser utilizada como um dispositivo de controle do sujeito em adoecimento psíquico. Considera-se possível mobilizar, junto aos profissionais, espaços de discussão que apontem para o cuidado da pessoa com sofrimento psíquico através do uso de tecnologias leves, como escuta, vínculo e diálogo.
Objetivo: compreender a percepção da população em situação de rua acerca do acesso aos serviços de saúde. Método: o estudo possui abordagem qualitativa de cunho descritivo. Contou com a participação de nove pessoas em situação de rua, selecionadas através da amostragem aleatória simples, com coleta de dados a partir de uma entrevista semiestruturada e análise de conteúdo. Resultados: os achados evidenciaram que a população em situação de rua tem um acesso precário aos serviços de saúde, uma vez que foram relatadas barreiras como a falta de conhecimento, de documentação e pouco ou nenhum acesso a métodos preventivos. Os serviços mais utilizados foram os de urgência e emergência. Conclusão: a partir da percepção dessa população, torna-se emergente o rompimento das barreiras físicas e burocráticas que tanto restringem esse acesso, afim de que haja uma melhoria na qualidade da assistência.
Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência da atuação do Acolhe no desenvolvimento de ações de educação, promoção, prevenção e de acolhimento em saúde mental nas instituições públicas de ensino superior. A metodologia utilizada foi a sistematização de experiência, cujos dados foram obtidos através do diário de campo e de registros fotográficos. O período de experiência foi de setembro de 2018 a fevereiro de 2020. O público alvo das ações desenvolvidas foram os acadêmicos das instituições de ensino superior da Universidade Regional do Cariri (URCA) e Instituto Federal do Ceará (IFCE) da cidade de Iguatu-Ce. Como resultado percebeu-se que nessas instituições de ensino há uma grande demanda por espaços de promoção de cuidado, onde os estudantes possam ter acesso a ações de promoção, prevenção e educação em saúde mental. Portanto é recomendado a inclusão do bem-estar mental no rol de direitos assistidos nas políticas estudantis. É válido pensar em estratégias que utilizem parcerias entre políticas intersetoriais, trazendo assim a temática da saúde mental para o cotidiano desses espaços, o que não só colabora com a quebra de paradigmas, mas também abre possibilidade de trabalho na promoção e na prevenção em saúde mental.
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