A transição para a vida adulta é um momento-chave do curso de vida dos sujeitos. É uma fase marcada por importantes mudanças de status, como a passagem de estudante para trabalhador, de membro dependente de um domicílio para chefe de domicílio, de solteiro para pessoa em união, de filho(a) para pai ou mãe. A partir da aplicação de uma metodologia nova, que mede mudanças na estrutura do curso de vida, desenvolvida por pesquisadores associados à IUSSP, comparou-se a transição para a vida adulta no Brasil em dois momentos, 1970 e 2000, segundo a renda domiciliar per capita, a situação de domicílio e o sexo dos indivíduos. Em síntese, a técnica -conhecida como análise de entropia de combinações de status de coortes sintéticas -consiste em construir índices que combinam a proporção de pessoas em determinada idade que freqüentam escola, trabalham e formaram família, ou não. A partir dos resultados é possível identificar quando a transição para a vida adulta começa e termina, bem como quando atinge um pico. O recurso gráfico permite visualizar que, partindo de idades mais próximas à infância (quando a maioria das pessoas encontra-se em uma combinação de status bem característica: estudante, não trabalha, é membro dependente no domicílio, sem experiência conjugal e sem filhos), em direção à adolescência/juventude, em algum ponto o índice de entropia aumenta significativamente, o que evidencia mudança de status, sinalizando o início da passagem para a vida adulta. O que se explora nesse texto são as desigualdades nos marcos temporais e na extensão da transição para a vida adulta de jovens de diferentes estratos de renda, segundo o sexo.Palavras-chave: Juventude. Transição. Renda domiciliar per capita. Gênero. Cor. Situação de domicílio. Algumas considerações teóricas sobre o tema
RESUMO:A mobilidade educacional intergeracional ascendente pode ser entendida como a situação em que os filhos superam a escolaridade de seus pais. O objetivo deste estudo foi identificar quais fatores estão associados a maiores chances de adolescentes de 16 a 19 anos, filhos de mulheres de baixa escolaridade, conseguirem concluir ao menos o ensino fundamental. Apesar de modesta, esta é uma conquista recente no país e ainda ocorre de forma desigual. Os dados utilizados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1996 e 2012). Os resultados indicam que adolescentes do sexo feminino, brancos e aqueles com menor número de irmãos possuem maiores chances de mobilidade ascendente. Em 2012, o fato de o adolescente trabalhar também favoreceu a mobilidade educacional ascendente.Palavras-chave: Mobilidade educacional. Adolescência. Demografia. Regressão. Mother-to-child education: factors associated with educational mobility in BrazilABSTRACT: Upward intergenerational mobility can be understood as the situation in which children overcome the schooling of their parents. The aim of this study was to identify which factors are associated with higher odds of 16 to 19 years old teenagers, children of poorly educated women, being able to complete, at least, primary school. Although modest, this is a recent development in the country and still occurs unevenly. The data used are from Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (National Survey of Households, 1996 e 2012). The results indicate that adolescent females, whites and those with fewer siblings have greater chances of upward mobility. In 2012, the fact that the teenager was working also favored the upward educational mobility.
O objetivo deste trabalho é comparar o que aqui denominamos idade média à união (SMAU) e a idade média ao casamento (SMAM) de mulheres e homens nas 27 unidades federativas brasileiras (26 estados e o distrito federal) em 2000 e 2010. Exploram-se possíveis associações entre estas idades médias e três dimensões: disponibilidade de parceiros do sexo oposto; factibilidade do casamento; e possíveis mudanças na apreciação do casamento como valor. A idade média à união de qualquer tipo (SMAU) está mais associada à disponibilidade de parceiros, enquanto a SMAM mostra estar mais relacionada a variáveis socioeconômicas do que a smau. Situações de maior desvantagem socioeconômica estão associadas a maior idade média ao casamento (união formal). Mudanças na apreciação do casamento como valor são difíceis de serem apreendidas, pois as variáveis disponíveis não são as ideais. No entanto, a razão de sexo da população ocupada e a proporção de homens e mulheres com curso superior nas áreas geográficas em análise foram utilizadas como proxies de diferenças na esfera dos valores.
O principal objetivo deste estudo é explorar a possível relação entre a idade da mãe e alguma forma de risco ao bem-estar infantil. Desvantagens para as mães e para seus filhos constituem ingredientes centrais nos argumentos que colocam a gravidez na adolescência como um problema social. Designamos como mães adolescentes mulheres que iniciaram a vida reprodutiva antes de completar 20 anos. Delineamos o perfil sócio-demográfico das mães adolescentes, discutindo as implicações deste fenômeno no Brasil. Exploramos, sobretudo, informações referentes à auto-percepção: as razões que atualmente elas identificam como detonadoras da gravidez precoce e as transformações que a maternidade trouxe. Especial atenção é dada aos filhos de mulheres que são ou foram mães adolescentes. Indicadores de saúde disponíveis para crianças de 0-4 anos bem como a prática de circulação de crianças com idade inferior a 14 anos são explorados como proxies do nível de bem-estar dos filhos
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito de entropia e os princípios de cálculo mais elementares utilizados na aplicação da técnica de análise de entropia para estudantes e pesquisadores pouco familiarizados com métodos quantitativos. Procuramos ilustrar o ensaio sugerindo situações em que esta técnica pode ser útil. Em um primeiro exemplo, utilizamos a análise de entropia para descrever transformações de status ao longo do curso de vida. Em um segundo exemplo, a técnica é utilizada para apreender a crescente heterogeneidade dos arranjos familiares entre 1970 e 2010 no Brasil. Dependendo do fenômeno a ser retratado, a análise de entropia descreve o grau de heterogeneidade, desordem ou desigualdade existente em um determinado sistema. Trata-se fundamentalmente de uma técnica de decomposição que permite retratar o quanto um todo se encontra fragmentado.Palavras-chave: entropia; metodologia; curso de vida; família. Abstract:The objective of this paper is to present the concept of entropy and the most elementary principles of calculation used in the application of entropy analysis for students and researchers unfamiliar with quantitative methods. We seek to illustrate situations where this technique can be useful. In a fi rst example, we used the entropy analysis to describe changes of status across the life course. In a second example, the technique is used to capture the increasing diversity of family arrangements between 1970 and 2010 in Brazil. Depending on the phenomenon being depicted, the entropy analysis describes the degree of heterogeneity, disorder and inequality in a given system. It is essentially a decomposition technique that allows portray as a whole is fragmented.
Resumo O objetivo deste projeto foi dar continuidade ao trabalho de pesquisa, desenvolvido no período de 2015 a 2016, no qual, realizou-se um levantamento das condições de trabalho e vida de mulheres inseridas em uma cooperativa de materiais recicláveis, na cidade de Campinas-SP. Com o trabalho de campo e as pesquisas bibliográficas, foi possível compreender algumas percepções, relatadas do ponto de vista das trabalhadoras. Assumiu-se como meta, nessa etapa de investigação, analisar mais profundamente as relações trabalhistas e as trajetórias de vida dessas mulheres que integram o trabalho cooperativado.
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