O presente artigo tem por objetivo tematizar os limites da tolerância pura, definida por Herbert Marcuse como uma tolerância ilimitada, indefinida, que pressupõe que tudo deve ser tolerado, inclusive o intolerável, como expressões e práticas preconceituosas. Pretendemos a partir do artigo de Marcuse Crítica da tolerância repressiva (1965) delimitar os limites do conceito liberal de tolerância e propor um contra conceito, o de tolerância concreta, com limites definidos que determina a diferença entre o tolerável e o intolerável, desmascarando o caráter ideológico do conceito liberal de tolerância que se tornou repressivo.
Na civilização ocidental a razão é definida como instrumento de coação, de repressão dos instintos, a sensualidade e o domínio dos instintos são considerados nocivos e hostis à razão e ao princípio de realidade. Na filosofia ocidental tudo ligado à sensualidade, prazer, impulsos, tem que ser reprimido. Desde Platão, a repressão ao princípio de prazer provou seu irresistível poder. A produtividade é um dos valores mais protegidos da civilização ocidental, e devido a ela o homem é avaliado de acordo com a sua capacidade de produção e de melhorar as coisas socialmente úteis, assim a produtividade significa o grau de transformação de um meio natural descontrolado por um meio tecnológico controlado, a produtividade como motora do progresso. Prometeu representa o herói cultural do progresso, da lógica de dominação e da produtividade com labuta, a separação entre o homem e a natureza tanto interna quanto externa e sua posterior dominação O artigo apresentará um esboço de uma civilização não-repressiva baseada na atividade lúdica, na arte e na libertação das possibilidades humanas. A superação entre sujeito e objeto e a reconciliação entre a razão e natureza e a tentativa de ir além do principio de realidade estabelecido.
Herbert Marcuse para muitos, está relacionado às pretensões juvenis dos anos sessenta e às esperanças revolucionárias da época. Sua trajetória filosófica caracterizou-se sempre pela compreensão da prática da transformação da sociedade contemporânea e de suas relações de dominação numa sociedade livre e emancipada. A qualidade e o conteúdo de seus textos lhe rendeu ainda na década de 60, o título de maître à penser dos estudantes radicalizados na França, Alemanha e Estados Unidos. Com a atenuação da guerra fria e o decreto ideológico do fim das ideologias, o que significava a aceitação e admiração passou a lhe render hostilidades e a condenação ao ostracismo filosófico. Em contraste aos autores que sempre teriam algo a nos dizer, como os clássicos Platão, Aristóteles, Hegel ou Kant; Marcuse chegou a ser considerado um filósofo com prazo de validade determinada, tornando-se anacrônico citá-lo ou insistir atualmente na leitura de suas obras. Quando a proposta de emancipação humana desaparece do horizonte histórico com o fracasso das experiências socialistas do leste europeu e o avanço acelerado do neoliberalismo por todo o globo, parece não haver mais alternativas ao modus operandi da vida contemporânea e insistir no estudo de um teórico que sempre buscou apontar alternativas de superação a realidade existente parece ser não só um erro político, mas também acadêmico e profissional. Conhecido mundialmente nos anos 60, Marcuse na Universidade da Califórnia, no Campus de San Diego, tornou-se um dos principais pontos de resistência à guerra do Vietnã e das lutas pelos direitos civis. Em 1968 Marcuse foi eleito a principal referência teórica do marxismo para a juventude radicalizada na Europa e nos Estados Unidos e tornou-se um dos três M inscritos nos muros de Paris no maio de 68. Rapidamente converteu-se em um subproduto da indústria cultural e foi nesse clima que Marcuse chegou ao Brasil, através das traduções dos seus livros Eros e Civilização e O Homem Unidimensional, sendo lido como um teórico da contracultura.A recepção de Marcuse no Brasil foi feita as pressas, com objetivo pragmático, a saber, uma tentativa de justificar teoricamente a decisão dos grupos de esquerda radicais que
Para Hegel quando as normas e instituições existentes não preservem nem promovem mais a liberdade, mas limitam e atrasam seu desenvolvimento, perdem sua razão de ser e torna-se uma necessidade histórica a correção dessas normas e instituições positivas de acordo com as exigências históricas da razão. Para o filósofo quando o direito positivo precisa ser corrigido, essa correção pode ser realizada pelos “de cima”, que para Hegel seria quando o próprio governo realiza as mudanças necessárias, na figura do monarca, ou a correção pode ser realizada pelos “de baixo”, na figura histórica do povo, como aconteceu na França em 1789. A primeira forma de correção seria a reforma e a segunda seria a revolução. Na presente pesquisa tentaremos definir qual o posicionamento político de Hegel diante das reformas e das revoluções que inauguraram o mundo moderno.
Para os gregos a universalidade era a condição necessária para a sociabilidade; para os modernos era a particularidade o fundamento da sociabilidade. É a partir da resolução dessa contradição que Hegel desenvolve sua ética e filosofia política para o qual a relação de reciprocidade entre universalidade e particularidade é a conditio sine qua non da sociabilidade. O presente artigo se propõe esclarecer a resposta de Hegel acerca de qual seria o fundamento da sociabilidade e sua solução dialética a questão ao resolver as contradições entre à perspectiva dos gregos e dos modernos.
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