This paper explores the relation between contemporary aesthetic features and the formation of cultural dynamics. We examine the role of the symbolic and ideological universe of the aestheticization of everyday life (AEL) in the formation of specific symbolic variables among younger generations of the workingclasses, mostly in the service sectors. The analytic lens focuses on the aestheticization of everyday life as a relevant cultural process of de-classicization of collective representations. According to Leroux, Rouanet, Savage and Warde, 'much of the (mostly qualitative) research on class identity and awareness insists on "dis-identification" (ie, people do not readily identify as class members or consciously adopt "class specific" activities' (Leroux et al., 2008(Leroux et al., : 1050. 1 In the same article, the authors state that 'people's stated intentions, desires and practices are marked by their hopes and fantasies, but these dissemble, rather than being the reflex of, their class locations' (idem). Consequently, they focus on how lifestyles are, to a large extent, connected with specific class locations, not how social agents conceive subjectively their cultural practices. This social discontinuity between class objective processes of social and cultural causality and the individual/collective perceptions of social life is the main theoretical object of our study. In this sense, processes of aestheticization presented in the paper (performativity, narrativization of self, body as practice, fragmentation, the role of image, and prosthetics) contribute decisively to the production of a general set of dispositions around an absence and invisibility of class languages in everyday life practices. The paper covers three interrelated sections. First, how aesthetics had configured relevant dimensions in the structuration of political life in Fascism as Walter Benjamin had envisaged at the time. Then, we will describe pertinent topics of the AEL and, to finish the article, how it induces a set of processes of de-classicization among new strata of Western working-classes. That is, de-classicization is posited as a cultural dynamic capable of displacing class dimensions from everyday life.

Este artigo mantém a ortografia vigente em Portugal. Uma reflexão teórica sobre as relações entre natureza e capitalismoResumo: O objectivo deste artigo passa por dar conta da articulação que se estabelece entre a esfera natural e a esfera social global da contemporaneidade, em termos genéricos, o modo de produção capitalista. Partindo de uma análise dos mecanismos de apropriação do meio natural pela engrenagem social da acumulação de capital, procura identificar algumas das formas de mercadorização contemporâneas da natureza. Com efeito, essas expressões mercadorizadas do meio natural revelam uma ligação com as dinâmicas de crise estrutural do capitalismo. Em termos metodológicos, privilegia uma perspectiva de totalidade na abordagem ao objecto de estudo em causa, sem com isso reduzir o substrato empírico do mesmo a uma entidade homogeneizante. Por conseguinte, a processualidade estabelecida entre natureza e capitalismo encontra respaldo num conjunto de influências mútuas, de mediações desniveladas de causalidade e de contradições. Palavras-chave: Natureza. Ecologia. Capitalismo. Mercadorização. A Theoretical Reflection on the Relationship between Nature and CapitalismAbstract: The purpose of this article is to recognize the articulation between the natural and contemporary global social sphere, in generic terms, the capitalist mode of production. Based on an analysis of the mechanisms of appropriation of nature by the social engendering of the accumulation of capital, it seeks to identify some of the forms of the contemporary commodification of nature. These commodified expressions of nature are connected to the dynamics of the structural crisis of capitalism. In methodological terms, it emphasizes a perspective of totality in the approach to the object of study, without reducing the empiric substrate to a homogenized entity. Therefore, the interactive process between nature and capitalism finds support in a set of mutual influences, of unequaled mediations of causality and contradictions.

Introdução: cultura, pós-modernismo e acumulação flexívelPrecedente à abordagem da especificidade do pós-modernismo enquanto realidade cultural, assume relevância apreciar analiticamente a inter-relação entre a mudança econômica e a mudança cultural operadas nas pretéritas décadas. Entre os vários autores possíveis de abordar sobre esta temática, podemos ressaltar o nome de David Harvey. No que concerne ao estudo do modo como as relações econômicas capitalistas têm se articulado com os "campos de produção cultural" (Bourdieu, 2001, p. 37), este geógrafo britânico fornece pistas que importa reter. Começando por citar a renomada publicação de arquitetura sediada na Universidade de Nova York (a revista Précis 6), percebe-se um reconhecimento de que a "cultura da sociedade capitalista avançada sofreu uma mudança profunda nas estruturas de sentido" (apud Harvey, 1990, p. 39), isto é, a produção de subjetividade humana e social sofreu uma reconfiguração apreciável no quadro de dinamismo que caracteriza as sociedades contemporâneas. Paralelamente, o próprio Harvey pronuncia-se, genericamente, na mesma direção: "existe algum tipo de relação necessária entre o ascenso das formas culturais pós-modernistas e a emergência de modos mais flexíveis de acumulação de capital" (Idem, p. vii, grifos nossos).Harvey apresenta um conjunto de proposições que diferenciam a sua perspectiva teórica sobre as novas dinâmicas do capitalismo global da pers-

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