Agradeço profundamente aGilberto Safra, pela amizade, pela liberdade oferecida na orientação desta tese, e pela sustentação no processo de escrita. Não fossem os caminhos que você abriu dentro do campo da clínica psicológica, talvez eu não teria conseguido prosseguir nessa profissão e me encantar com as infinitas e surpreendentes possibilidades do encontro humano. Sua contribuição tem sido um refrigério para mim e para aqueles que anseiam fazer da relação analítica uma colaboração mútua para o contato íntimo com os fundamentos do humano e para a troca com a dimensão do sagrado. Suzana Maia, pela travessia analítica oferecida e pela apresentação de um modo leve e implicado de cuidar. O conforto e a alegria de seu consultório me proporcionaram uma experiência de descanso fundamental em momentos de perturbação e desesperança.Walter Moure, por ter aceitado me acompanhar em visitas abismais pelo sofrimento humanomeu mesmo e dos pacientes com os quais trabalhei sob sua supervisão. Sua sensibilidade e força me ajudaram a encontrar sentido no aparente nãosentido. A flexibilidade pela qual manejou nossos encontros foi profundamente acolhedora, e vem se presentificando de forma criativa em meu modo de clinicar.Todos os amigos que têm me ajudado a fazer uma apropriação pessoal do saber psicanalítico, e a encontrar possíveis pontes com outros saberes. Vocês têm me permitido viver um processo de aquisição de conhecimento em meio a uma atmosfera de intimidade, atmosfera essa que vem se revelando um caminho privilegiado de encontro com a alteridade e, assim, de transformação. Tem sido muito bom descobrir em meio à companhia de vocês a potência do formato de "grupo de estudos", que se apresenta para mim como um modelo muito promissor para a pesquisa e para a formação clínicas na atualidade. Nossos encontros têm possibilitado tornar o trabalho solitário da clínica uma oportunidade de confraternização e de estabelecimento de sentido de comunidade. Assim, sou muito grato aos integrantes dos grupos Outsiders, Travessia e Sobornost. Espero que nossa parceria ainda gere muitos frutos! Kito, amigo e constante interlocutor de minhas ideias. Obrigado por sonhar comigo minhas realizações pessoais e profissionais! Willy, pela amizade e pela companhia nos percalços da descoberta e da sustentação da vida espiritual.Isabela, pela rica experiência de troca clínica, pela parceria oferecida na parte final da escrita, e por me proporcionar tanto descanso, alegria e cuidado.Luiz, meu pai, por toda atenção dispensada na revisão da escrita, e por ter me ajudado a temperar meus posicionamentos teóricos, e, assim, encontrar uma via crítica com efeito construtivo.Isabel, minha mãe, pelo pontapé inicial, e por toda a sustentação visível e invisível que realizou ao longo dos anos. Sandra, minha irmã, por ter me inaugurado na descoberta sobre o valor da fraternidade, bem como por toda sua delicada franqueza.Inês, por tantos anos de carinho, de cuidado, de amizade e de paciência. Angels Nest, por todo acolhimento, e por ter proporcionado tantos encontros b...
Esse estudo investiga o potencial que a experiência de arrependimento tem em relação à constituição humana. Por meio de um método analítico-interpretativo, aproximar-se-á da compreensão que filósofos e teólogos cristãos, tais como Christos Yannaras e Serguei Horujy, guardam a respeito da condição humana e de sua antropologia assentada na pessoa. Para esses autores, o homem é ontologicamente um ser aberto para o encontro e troca com a alteridade, tendo sua vocação existencial realizada, apenas, à medida que se faz transcendência por meio de tal característica originária. O arrependimento enquanto metanoia será compreendido como evento que sustenta tal abertura ontológica e se apresenta como dispositivo de transformação e resgate humanos quando a mesma é, eventualmente, tamponada. Procurar-se-á transpor o tipo de discussão gerada no contexto teológico para a realidade clínica, a fim de se pensar intervenções e manejos que aproveitem do arrependimento humano como caminho para a constituição da pessoa.
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