Este artigo tem como objetivo principal investigar as relações entre Literatura e História no romance O conquistador (1990), de Almeida Faria. Onde termina a História e começa a Literatura? Onde termina a Literatura e penetramos, ainda que inconscientemente, na realidade histórica? Como a arte literária de Faria se apropria, reescreve e reinventa a matéria oriunda da História? São estas algumas das questões em torno das quais este artigo se pautará
A obra de Nelson Rodrigues gira em torno de alguns temas centrais, como amor e morte, sexo e traição, violência e transgressão que, desgastados no cenário teatral europeu e brasileiro, frequentemente apagam seu caráter de originalidade. Contudo, talvez não seja pelo conteúdo, mas pela forma, que o dramaturgo atinja a sua maior inovação. Isso, porque traz ao palco uma tragédia que, ao mesmo tempo em que rejeita seu modelo fundador, rejeita também a tragédia produzida entre os anos de 1880 a 1950, com raras exceções (a exemplo de Brecht, Hauptmann e Pirandello), ainda presa aos preceitos clássicos de objetividade, realidade e verossimilhança, senão nos temas, ao menos na estruturação formal dos conteúdos. Nesse sentido, pretendo identificar, em Vestido de noiva, elementos que afastam a peça rodrigueana do modelo de tragédia tradicional, e instauram uma nova mîse en cène no teatro brasileiro, liberta da prisão formal que representou durante tanto tempo o desejo do real.
Parece consenso, nos manuais e livros didáticos de Literatura Brasileira, apontar o romance de 30 como um movimento de retorno ao Realismo oitocentista, não raro, reduzido a dois polos estanques: de um lado, as obras de realismo social; de outro, as obras de realismo psicológico. Dois questionamentos, entretanto, se interpõem: (i) uma tal redução de um período tão fecundo como a década de 30 seria viável, sem que se tenha perdas significativas de análise e crítica das obras produzidas? (ii) face a este neorrealismo, até que ponto os romancistas de 30 foram, de fato, modernistas, e até que ponto se fixaram nas sombras de um realismo do passado? É em torno destas questões que, mediante a análise dos romances O Quinze, de Rachel de Queiroz, Menino de Engenho, de José Lins do Rego, e Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, este artigo se pautará.
Neste artigo, temos como objetivo principal estudar um tipo especial de marcador conversacional, ainda pouco estudado no português brasileiro: os verbos V1 das construções do tipo foi fez (CFF’s). Essas construções são formadas a partir de uma seqüência mínima de dois verbos, V1 e V2, que partilham sujeito e flexões de modo, tempo, pessoa e número, sendo que V1 é quase sempre um dos verbos ir, chegar e pegar, e V2 representa uma classe relativamente aberta. Com o intuito de elaborar um estudo descritivo de V1 como marcador conversacional em textos orais, tomamos como corpus, nesta pesquisa, amostras reais de fala coletadas pelo banco de dados do projeto PEUL (Programa de Estudos de Uso da Língua) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para analisar os dados, nos orientamos a partir dos pressupostos teóricos levantados por Rodrigues (2006; 2007) à luz de estudos desenvolvidos por gramáticos construcionistas como Fillmore (1985), Goldberg (1995) e Croft (2001).
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.