Este artigo tem como objetivo aprofundar o entendimento e promover a reflexão sobre o sofrimento psíquico de mulheres portadoras do vírus HIV. Tomei como base minha vivência inicial de estagiária e atual de profissional, atuando em instituições que atendem pacientes com problemas clínicos infectológicos, entre eles, a infecção pelo vírus HIV. Sustentei-me em textos psicanalíticos, em estudos recentes sobre a problemática da Aids e no significado da morte real e simbólica, considerando a representação social da epidemia e suas repercussões na subjetividade. Destaquei o adoecimento psíquico das pacientes, expresso através do sofrimento melancólico, cuja decorrência foi relacionada a aspectos inconscientes da sexualidade, trazidos à tona frente ao diagnóstico, à confrontação com o tema da morte e à forma de subjetivação da sociedade contemporânea.
A pandemia de covid-19 tem apresentado a sociedade o suposto dilema ardiloso entre o valor da vida humana e a economia. A crise denominada de pandemia, apenas um dos muitos nomes da crise, evidencia que o ethos sanitário é atravessado permanentemente de conteúdos políticos, econômicos, sociais e culturais. Muitas são as disputas políticas que se evidenciaram nesse cenário de pandemia de covid-19. Como historicamente a crise se apresenta de forma estrutural e muitas vezes conjuntural simultaneamente a pandemia equivaleu-se a “crise” nos anos de 2020 e 2021. É notório que a inadequada gestão das ações estratégicas de enfrentamento a pandemia fez com que no Brasil 600.000 mortes ocorressem num paralelo em que hospitais de campanha eram fechados por falta de ocupação. A crise política anterior a pandemia, agudizada pela mesma, segue sua trajetória e deixa um rastro, agravando as expressões da questão social, em especial, da pobreza, da indigência e da fome.
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