Resumo: A rota da cocaína não nasceu nos anos de 1970, via Colômbia, e sim no final do século XIX, em 1860, mais precisamente na relação comercial entre Peru e Alemanha. É sobre o surgimento dessa rota que trataremos no presente artigo, cujo fito é o de mostrar como a relação de centro e periferia do mercado de drogas constituiu-se. Fruto de uma pesquisa documental de doutorado, a investigação partiu do mercado de drogas nos países periféricos, em decorrência dos valores bilionários operados pelas instituições financeiras mundiais (bancos) para tornar esse dinheiro ilícito em lícito e do aprisionamento das mulheres na condição laboral de mulas, na última década (2006-2016). O mercado de drogas é, atualmente, uma das fontes empregadoras de mulheres pobres, negras, jovens e não jovens, com filhos, solteiras, com baixa escolarização, moradoras da periferia e com precário acesso à cidadania.
A crise global desencadeada em 2008 trouxe resoluções de natureza reformista (sociais-liberais) e conservadoras (ultraliberais) que implicam em novas estratégias de resistência dos movimentos sociais. Essa configuração contemporânea suscita reflexões no sentido da atualização temporal e espacial da consciência de classe do proletariado, para além da compreensão da dinâmica conjuntural dos tempos presente.
Este artigo é resultado de uma pesquisa iniciada em 2015 e ainda em andamento, cujo objetivo foi compreender as experiências sociais de mulheres quilombolas no âmbito das políticas públicas, considerando as interseccionalidades de gênero, raça/etnia, classe social e geração no Rio Grande do Sul. Quanto à natureza da pesquisa, ela se caracteriza como qualitativa e exploratória. Das técnicas utilizadas, optou-se por coleta de dados e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo sob a perspectiva de Bardin. Os resultados evidenciam que essas mulheres vivenciam violações no acesso às políticas públicas devido ao racismo estrutural, à especulação imobiliária e latifundiária, e as narrativas revelam os desafios no sentido de Ser quilombola em face da negação permanente do acesso aos direitos de cidadania, bem como às lutas e resistências dessas comunidades.FIGHT FOR TERRITORY: the social experiences of quilombola women in the context of public policiesAbstractThis article is the result of a research that began in 2015 and is currently underway, whose objective was to understand the social experiences of quilombola women in the context of public policies, considering the intersectionalities of gender, race/ethnicity, social class and generation in Rio Grande do Sul. This is a qualitative and exploratory research. Thetechniques used were data collection and semi-structured interviews. The data were subjected to content analysis from the perspective of Bardin. Results show that these women experience violations in accessing public policies due to structural racism, and to real estate and land exploitation, and the narratives reveal the challenges in the sense of being a quilombola in the face of the permanent denial of access to citizenship rights, as well as the struggles and resistance of these communities.Keywords: Territories; Quilombos; Women; State; Public policies.
Desde março do presente ano, o tema da Covid-19 é tratado em diversos aspectos. Todavia o que chama a atenção é a pouca visibilidade dada ao sistema prisional brasileiro e à situação de homens e mulheres presos/as. O presente artigo tem como propósito a publicização dessa situação. Elaborado com base nos dados do Levantamento Nacional de Informações Estatísticas do Sistema Penitenciário Brasileiro e do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, foi possível aferir que a crise sanitária mundial provocada pela Covid-19 aprofunda-se com problemas estruturais do cárcere, o que tem viabilizado o aumento no número de casos e óbitos em todo o país.
Decorridos 177 anos da publicação dos artigos de Marx (2017), na Gazeta Renana, no contexto europeu, sua contribuição segue não só atual, mas necessária para compreendermos os processos sociais no contexto latino-americano e periférico. Situando a historicidade da obra e da realidade brasileira, o fito de resgatá-la é justamente para que se mostre a face bárbara da acumulação capitalista, ainda mais agudizada no que se refere às pessoas em situação de criminalização por parte do Estado. Isso porque, na condição de infratora da lei, a mulher passa a ser objeto de sanção e pena, e dela não é suprimido somente o direito à liberdade, mas também o direito de ser protagonista de resistência, de pulsão antagônica ao modo de produção capitalista. Essas mulheres correspondem a uma massa de desempregadas informais, constituindo-se nas despossuídas do século XXI.
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