A realidade da educação brasileira atualmente demonstra que existe uma variedade de práticas educativas colocadas em ação nas escolas, tais elas que seriam um reflexo das várias teorias já publicadas e experimentadas ao longo dos estudos pedagógicos. Pierre Bourdieu, em sua teoria, demonstrou que os sistemas de ensino atuariam como mecanismos de reprodução e legitimação das desigualdades sociais. Paulo Freire, ao construir sua teoria sobre a educação, constatou que a realidade da sociedade se apresentaria na forma de opressão dos povos, elaborando um método de educação para a libertação dos oprimidos. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio foi compreender a teoria crítico-reprodutivista de Pierre Bourdieu e a teoria crítica de Paulo Freire, a fim de que se pensasse de que forma o diálogo entre ambas poderia contribuir com as práticas educativas. A metodologia ocorreu por meio da revisão de literatura sobre essas teorias, e da análise das informações observadas a partir delas. Trata-se, assim, de um estudo bibliográfico de objeto qualitativo. As análises do ensaio observaram que a escola atuaria como um meio de reprodução e legitimação das desigualdades sociais, e que, ao se impor sobre os estudantes, ela agiria como um mecanismo próprio das sociedades opressoras. Nessa perspectiva, a correlação entre os fundamentos teóricos dos dois autores revelou que é preciso romper com as práticas educativas tradicionais e não críticas, as quais reforçam e, desse modo, atuam para a manutenção da sociedade desigual tal qual ela se apresenta.
Paulo Freire educador; Paulo Freire ser humano. Assim se poderia definir a obra Cartas a Cristina. Esse livro-carta, pela simplicidade com que o autor escreve em sua primeira parte e pela complexidade com que se depara na segunda, é, ao mesmo tempo, uma aproximação que o leitor faz de Freire menino e de Freire intelectual. O tom narrativo, muito notável desde as primeiras páginas, possibilita a toda pessoa que leia tal obra reconhecer-se e se aproximar da própria infância por meio das palavras de Paulo Freire. Já a nuance mais teórica é capaz de revelar aquilo pelo que seu autor se tornou conhecido, sem que, no entanto, sua leitura impeça de espelhar-se sempre naquele mesmo menino. Incrível, portanto, é pensar a relação entre estes dois Paulos: o menino e o intelectual. Uma coisa seria o menino contando de suas experiências recentes; outra, o menino se imaginando quem se tornaria no futuro. Outra coisa, ainda, é ver o renomado educador, passadas tantas vivências, projetar seu olhar para quem era anos atrás e esmiuçar suas lembranças, aproximando essas duas figuras que é ele. Freire faz isso de tal maneira, que o leitor é capaz de se deparar com suas próprias lembranças, analisando cada uma, de modo a buscar na própria memória o que o fizera chegar até onde está atualmente. É possível, nesse sentido, pensar que Paulo Freire apenas se tornou quem se tornou porque viveu episódios como os que ele mesmo conta em Cartas a Cristina, e que esses mesmos episódios somente foram lembrados e se fizeram presentes no livro porque Freire lhes atribuía significados fundamentais para ter se tornado o educador que posteriormente o mundo todo viria a conhecer. Na terceira carta, por exemplo, intitulada "As almas penadas falando manhosamente e o relógio grande da sala na qual nasci", o autor comenta sobre o medo que tinha das "almas do outro mundo" ao dormir e sobre como foi se educando para criar coragem:
RESUMO: De uma realidade de restrição da escolarização básica somente para a elite colonial, passando pelo acesso ao Ensino Superior limitado às camadas sociais favorecidas, econômica e culturalmente, e chegando até o traço de distinção social que um segundo idioma assume em nossa sociedade, é possível perceber como as desigualdades escolares são um reflexo das desigualdades presentes na sociedade em geral. Nesse contexto, tornase importante avaliar em que sentido e de que modos a internacionalização dos estudos no Brasil sugere que o acesso das camadas populares a níveis cada vez mais altos de escolarização resultou em novos meios de as elites procurarem se diferenciar e manter-se distantes socialmente. Pretendeu-se abordar, à luz da Sociologia da Educação, de que modo a prática de estudos internacionais no Brasil se relaciona historicamente com a manutenção das desigualdades sociais, e, com base nas poucas pesquisas encontradas sobre o tema, como a chegada do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) se apresentou nessa relação. Por meio de uma revisão da literatura, este trabalho discute a internacionalização dos estudos como uma das estratégias utilizadas pelas elites e camadas médias da sociedade brasileira para a confirmação de sua distinção social. Pôde-se avaliar que os brasileiros que viajam para o exterior em seus estudos internacionais são aqueles que procuram uma formação e experiências que se tornem um diferencial que lhes garantam distinção social e simbólica ou posições mais altas frente às camadas cultural e economicamente menos favorecidas. Nesse sentido, embora pesquisas apontem para reprodução da internacionalização dos estudos como meio de distinção social ainda a partir do CsF, constatou-se que faltam mais informações que permitam explorar como o programa pode ou não ter provocado mudanças na manutenção dessa realidade.PALAVRAS-CHAVE: Internacionalização dos estudos; Distinção social; Ciência sem Fronteiras. INTRODUÇÃOÉ possível perceber que, após a primeira metade do século XX, houve, em diferentes camadas sociais, um fenômeno generalizado de crescimento dos níveis de conhecimento, o que possibilitou um também crescente processo de concorrência escolar, o qual, por sua vez, produziu na sociedade a imprescindibilidade de uma trajetória acadêmica que se fizesse cada vez mais extensa e rara (NOGUEIRA, 2010). Nesse sentido, como afirmam Nogueira, Aguiar e Ramos (2008), ao longo das últimas décadas, a realização de estudos internacionais passou a ser um novo e distinto componente em meio às estratégias educativas das famílias de estratos sociais médios, principalmente daquelas mais favorecidas econômica e culturalmente.
Atualmente, muitas crianças, jovens e adolescentes com deficiência ainda estão fora da escola, o que revela que ainda não se tem uma educação inclusiva, de fato, no Brasil. Muito do que ocorre se passa por inclusão, mas trata-se de outro termo (integração), que não contempla o que a educação inclusiva objetiva. Neste trabalho, procurou-se abordar a diferença entre os termos “inclusão” e “integração”, mostrando a realidade da luta pela educação inclusiva em nosso país, e observou-se mais atentamente, como via de exemplificação, como a prática pedagógica do educador pode se voltar para um estudante com deficiência visual. Como metodologia, utilizaram-se textos da literatura científica para dar suporte teórico ao tema em questão. Concluiu-se que, muito além da estrutura física, as escolas precisam se adequar em diferentes aspectos para promover uma educação que atenda coletivamente à particularidade apresentada por cada educando, seja ele com deficiência ou não.
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