No presente artigo visamos discutir a atuação brasileira nos projetos da IIRSA e do Cosiplan, considerando as diferentes interpretações acerca do papel que o Brasil desempenhou neste processo. Inicialmente, são desenvolvidos os conceitos de subimperialismo, liderança regional e potência regional e, a partir desta discussão teórica-conceitual, o artigo explora a formação e evolução da IIRSA e do Cosiplan apresentando a atuação brasileira em ambos. Através desta revisão bibliográfica, combinada com a análise dos dados do investimento realizado nas iniciativas de integração de infraestrutura no mesmo período, buscamos testar a hipótese segundo a qual a participação brasileira na integração de infraestrutura sul-americana, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, se deu sob uma lógica subimperialista. Conclui-se que a tese do subimperialismo brasileiro não se sustenta através da revisão bibliográfica e dos dados de investimentos, os quais demonstram que o Brasil buscou liderar o processo de integração na região em uma ação coerente com os seus interesses geopolíticos, visando melhorar sua inserção internacional através da cooperação e da consolidação da integração do bloco regional sul-americano.
A construção de capacidade cibernética tornou-se tema central de discussão à medida que o ciberespaço passou a impactar substancialmente o desenvolvimento e a segurança dos Estados. Diante disso, o objetivo central da pesquisa é analisar a inserção dos países sul-americanos no contexto da construção de capacidades cibernéticas. Esta é uma pesquisa exploratória, descritiva e analítica, que parte de revisão bibliográfica, analisando perspectivas teórico-conceituais sobre a temática, bem como dados disponíveis em importantes repositórios, como o Global Cybersecurity Index.
Diante das dinâmicas emergidas com as novas tecnologias, esse estudo propõe debater sobre os novos moldes de ações ofensivas e defensivas no ciberespaço, buscando compreender algumas dinâmicas envolvidas diante das potencialida- des de um cenário de ciberguerra. Nessa perspectiva, a pergunta central que este artigo procura responder é: de que forma esses novos moldes e dinâmicas ligadas aos recursos cibernéticos poderiam ser compreendidos diante de um potencial cenário de ciberguerra? Os atores estatais têm desenvolvido estraté- gias específicas para lidar com as novas dinâmicas impostas pelo ciberespaço, tanto numa dinâmica defensiva e resiliente, como ofensiva. Contudo uma sé- rie de fatores característico deste espaço precisam ser melhor compreendidos frente as vulnerabilidades enfrentadas pelos Estados. Assim, após o debate teórico-conceitual sobre ciberguerra, o artigo analisa o posicionamento do Brasil frente a tais dinâmicas tendo como base de análise os documentos es- tratégicos de defesa do país.
Parceria estratégica trata-se de um conceito amplamente utilizado nas relações internacionais, porém ainda impreciso e frequentemente utilizado de modo abstrato ou como mero recurso discursivo. Isso se faz notar por meio das relações bilaterais brasileiras durante o governo Lula. Nessa perspectiva, esta pesquisa tem o objetivo principal de discutir os contornos teóricos do termo parceria estratégica nas relações internacionais, propondo alcançar uma definição mais precisa para este objeto, principalmente no que diz respeito às relações bilaterais brasileiras. Para isso, pretende-se, a partir de ampla revisão da literatura da área, compreender as definições e usos do termo, aprofundando a análise com dois exemplos de parcerias ditas estratégicas para o Brasil durante a primeira década do século XXI, são estas com a Argentina e com a Venezuela. Contudo, antes disso, aponta-se a necessidade de clarificar outros conceitos também utilizados para se referir a relações interestatais, com especial atenção ao termo aliança estratégica que, frequentemente, é utilizado como sinônimo de parceria estratégica. A partir disso, defende-se o emprego de parceria estratégica para tratar de relações bilaterais marcadamente prioritárias, que se destacam por fatores históricos, geopolíticos, geográficos e/ou identitários, bem como pela sua profundidade e, ao mesmo tempo, abrangência de agendas. No Brasil, o termo é adotado para muitas relações bilaterais, sem o devido rigor teórico. No caso da Venezuela, apesar de ser caracterizada parceira/aliada estratégica, esta não atingiu os parâmetros para ser considerada desse modo no período. Por outro lado, as relações estabelecidas com a Argentina têm se caracterizado como uma legítima parceria estratégica brasileira. Dito isto, ressalta-se que esta pesquisa é qualitativa, baseia-se em uma revisão bibliográfica e documental para alcançar os objetivos estabelecidos. Ademais, utiliza-se alguns aportes teóricos do construtivismo para melhor compreensão do objeto de estudo. Abstract: The strategic partnership is a concept widely used in international relations, but still inaccurate and often used in an abstract way or as a mere discursive resource; This is observed in Brazilian bilateral relations during the Lula administration. From this perspective, this research has the main objective of discussing the theoretical contours of the term strategic partnership in international relations, proposing to reach a new definition for this object, especially concerning Brazilian bilateral relations. For this, it is intended, from an extensive review of the literature of the area, to understand the definitions and uses of the term; deepening the analysis with two examples of so-called strategic partnerships for Brazil during the first decade of the 21st century, these are with Argentina and Venezuela. However, before that, it is pointed out the need to clarify other concepts also used to refer to interstate relations, with particular attention to the term strategic alliance, which is often used as a synonym for the strategic partnership. From this, we defend the employment of strategic partnership to refer to priority bilateral relations, which stand out for historical, geopolitical, geographic and/or identity factors, as well as for their depth and, at the same time, extension of agendas. In Brazil, the term is adopted for many bilateral relations, without due theoretical rigour. In the case of Venezuela, despite being characterized strategic partner/ally, it did not reach the parameters to be considered in this way in the period. On the other hand, the relations established with Argentina have been characterized as a legitimate Brazilian strategic partnership. It is emphasized that this research is qualitative, based on a bibliographic and documentary review to achieve the established objectives. In addition, some theoretical contributions of constructivism are used to understand the object of study better. Key-words: Strategic Partnership. Alliance. Brazil. Argentina. Venezuela Recebido em: dezembro/2018. Aprovado em: outubro/2019.
O artigo tem como objetivo, por um lado, analisar as concepções da geopolítica brasileira e as mudanças nos papéis atribuídos à América do Sul e à Argentina e, por outro lado, explorar a geopolítica argentina, de modo a identificar as mudanças nas perspectivas relativas à América do Sul e ao Brasil. Esse estudo é motivado pela identificação histórica e mútua de Brasil e Argentina como rivais e a transformação ocorrida após 1980, quando os dois países consolidaram uma importante parceria estratégica, a qual foi fundamental para o aprofundamento da integração sul-americana. Desse modo, a técnica de pesquisa utilizada é a bibliográfica, sendo este um estudo exploratório e qualitativo que não pretende fazer uma comparação entre os pensamentos geopolíticos dos dois países ao longo do período analisado, mas abordar aspectos relevantes para se compreender as mudanças na identificação mútua dos vizinhos sul-americanos e em sua geopolítica.Palavras-chave: Rivalidade, parceria estratégica, Bacia do Prata.ABSTRACTThe article aims, on one hand, to analyze the conceptions of Brazilian geopolitics and the changes in the roles attributed to South America and Argentina; and, on the other hand, to explore the Argentine geopolitics, in order to identify the changes in the perspectives regarding South America and Brazil. This research is motivated by the historical and mutual identification between Brazil and Argentina as rivals and the transformation that occurred after 1980, when both countries consolidated an important strategic partnership, which was fundamental for the deepening of South American integration. Therefore, it is used the bibliographic research technique. Also, this is an exploratory and qualitative study that does not intend to make a comparison between the geopolitical thoughts of the two countries over the analyzed period; but deal with relevant aspects to understand the changes in the mutual identification of the two South American neighbors and in their geopolitics.Keywords: Rivalry, strategic partnership, Prata’s River Basin. Recebido em: 16 jan. 2020 | Aceito em: 23 jan. 2020.
A ascensão de China e Rússia como grandes polos de poder mundial tem provocado a intensificação da disputa geopolítica entre as duas potências euroasiáticas com os Estados Unidos. Esses países têm buscado alargar sua projeção de poder em diversas áreas do globo, com destaque para o Sul Global, tornando a América do Sul em uma das regiões disputadas como zona de influência. Nesse sentido, o objetivo do artigo é analisar o cenário de desestabilização regional e a (des)integração sul-americana a partir da perspectiva sistêmica da competição geopolítica entre as grandes potências mundiais na região. Parte-se de uma abordagem qualitativa, descritiva e analítica, apoiando-se nos aportes da geopolítica e do conceito de balanceamento de poder, empregando como técnica de pesquisa a revisão bibliográfica. Observou-se a existência de um “efeito cascata”, em que as disputas das grandes potências têm aprofundado a polarização política na América do Sul, a qual, por consequência, ocasionou o atrofiamento das instituições regionais de integração. Assim, a atual conjuntura regional se desenhou, em grande medida, devido ao novo padrão das relações entre os novos governos sul-americanos e Washington.
O artigo investiga o discurso perpetrado pela grande mídia no que se refere à crise interna pela qual a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) enfrenta desde 2017. Para essa análise foram selecionadas e analisadas todas as notícias publicadas sobre o assunto nos sites de duas grandes agências de notícias internacionais, a Reuters e a EFE, no período de abril a agosto de 2018 – da suspensão das atividades de seis membros do bloco à notificação por parte da Colômbia de retirar-se do bloco. Parte-se da hipótese que a maneira como a mídia – representada neste estudo pelas agências de notícias selecionadas – ressignifica os acontecimentos, por meio do conteúdo midiático veiculado, pode reforçar discurso contrário à integração sul-americana. Observa-se que os desafios da integração na América do Sul são complexos, indo desde as assimetrias e a situação política e econômica dos países do bloco até o enfrentamento do discurso propagado pela grande mídia.
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