A interdisciplinaridade é defendida por diversos profissionais da educação como sendo uma prática pedagógica que proporciona ao estudante certa integração entre os conteúdos dos componentes curriculares. Todavia, não se encontra entre as ações frequentes do ambiente escolar, pois a maior parte das instituições de ensino atua de forma fragmentada. Diante dessa constatação, alguns autores afirmam que uma prática que prioriza a integração e a correlação entre os conceitos pode facilitar a aprendizagem do estudante, porém complementam: criar e validar uma prática como sendo interdisciplinar representa um grande desafio. Foi nesse contexto que elaboramos a proposta de pesquisa cujo objetivo foi o de analisar as perspectivas de três professores da área de ciências da natureza (Biologia, Física e Química) a respeito do desenvolvimento de uma oficina interdisciplinar de ensino. Para interpretar tais perspectivas foram realizadas entrevistas semiestruturadas com esses professores desenvolvedores e com os estudantes participantes do desenvolvimento de tal oficina. De posse das transcrições dessas entrevistas e por meio dos procedimentos da análise de conteúdo, buscamos por unidades de registro que evidenciassem características relacionadas à temática: interdisciplinaridade. Desse processo analítico foi possível constituir seis momentos que representam as perspectivas desses docentes em relação ao processo de elaboração e aplicação da oficina interdisciplinar de ensino: Momento 1 – Foi aquele relacionado à motivação e ao interesse dos professores em vivenciar uma prática interdisciplinar; Momento 2 – Relatos em que os professores trazem suas percepções a respeito da interdisciplinaridade; Momento 3 – Está relacionado ao planejamento da oficina; Momento 4 – Diz respeito aos comentários relativos à aplicação da oficina; Momento 5 – Nele temos as evidências de reflexões dos professores sobre a ação vivenciada; Momento 6 – Nele foram acomodadas as percepções dos estudantes a respeito da oficina de ensino de que participaram.
Essa pesquisa busca evidenciar possíveis conexões entre as ações docentes planejadas e os pressupostos do Ensino Por Pesquisa – EPP. Para atingir este objetivo foram tomados como corpus de pesquisa os planos de aula elaborados por um grupo de três professores responsáveis pelo desenvolvimento de um componente curricular, o qual teve como principal meta proporcionar aos estudantes, de uma turma do ensino técnico integrado ao médio, a vivência de uma pesquisa científica. Os dados foram estruturados tomando como base a análise textual discursiva (ATD), assumindo como categorias de análise os três momentos propostos no EPP, a saber: i) A problematização; ii) A metodologia de trabalho; iii) A avaliação do ensino e aprendizagem. Mediante as análises, foi possível verificar que o momento da problematização, se mostrou presente nos planos de aula desde o início do componente curricular, pois as ações docentes se pautaram no currículo intencional, nos saberes pessoais, acadêmicos, culturais e sociais dos estudantes e nas situações problemáticas no âmbito da abordagem CTSA. Com relação ao segundo momento, de metodologia de trabalho, verificamos a proposição de atividades de ensino que priorizavam o diálogo e a troca constante do papel principal entre professores e estudantes. Para o terceiro momento, foram previstas situações avaliativas diversificadas que evidenciaram indícios de aprendizagem dos estudantes ao longo da execução da disciplina. Diante dos resultados, concluímos que os três momentos previstos no EPP, quando utilizados para planejar um componente curricular, podem auxiliar nos processos de ensino e de aprendizagem, proporcionando o desenvolvimento científico dos estudantes a partir do seu protagonismo. Desta forma, entendemos que planejar, nessa dimensão, consiste em propor ações que priorizem atividades que considerem como principal objetivo a aprendizagem dos estudantes, em detrimento de realizar o planejamento apenas para atender às exigências burocráticas
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