Resumo: As filosofias da Vontade de Arthur Schopenhauer e Friedrich Wilhelm Nietzsche apresentam duas posturas antagônicas em relação ao sentido da vida. Em ambos a vida deve ser explicada como a expressão de uma força cega e irracional, tornando-se sinônimo de dor e sofrimento-contudo, a reação de cada um diante deste achado filosófico do século XIX os coloca em caminhos contrários. No elogio schopenhaueriano da negação da vontade, da fuga ascética em direção ao Nada, Nietzsche encontra o antípoda de sua filosofia, o niilismo passivo contra o qual propõe o niilismo ativo da afirmação do Eterno retorno.
A metafísica da morte de SchopenhauerJ a r l e e S a l v i a n o Universidade Federal da Bahia (Ufba)RESUMO O texto trata da importância e lugar do discurso sobre a morte na filosofia de Arthur Schopenhauer. Procura mostrar que a morte, como outros temas em sua obra, é encarada a partir de dois pontos de vista: o da Representação (o ponto de vista objetivo ou empírico) e o da Vontade (subjetivo ou idealista), nos quais o filósofo pretende defender a tese da indestrutibilidade de nossa essência. Procura tratar ainda da rejeição schopenhaueriana do suicídio e da aparente consolação que marcaria sua metafísica da morte. ABSTRACTThe article treats the importance and place of the discourse about the death in the philosophy of Arthur Schopenhauer. It seeks to show that death, like other themes in his work, is viewed from two perspectives: that of Representation (the objective or empirical point of view) and Will (subjective or idealistic),in which the philosopher seeks to defend the thesis of the indestructibility of our essence. It seeks to address even the Schopenhauer's rejection of suicide and the apparent consolation that would mark his metaphysics of death. 1) Ponto de vista empíricoBem conhecida é a frase lapidar de Schopenhauer que abre o capítulo 41 dos Suplementos: "a morte é a musa da filosofia". A esta máxima, o filósofo acrescenta a reflexão sobre Sócrates, que afirmava no Fédon que filosofar é se preparar para a morte.O ponto de partida de sua análise sobre a morte será a tese segundo a qual o temor da morte é a maior angústia de todas. Esta angústia é independente do
Resumo: Neste texto procuramos mostrar como se pode analisar o problema do niilismo na filosofia de Schopenhauer sem recorrer à interpretação nietzschiana -tendo em vista o peso e a importância dada por esta interpretação a este conceito dentro da filosofia e levando em conta principalmente que o termo não aparece em nenhum momento da obra schopehaueriana -tendo como pano de fundo a recepção do idealismo transcendental kantiano na Alemanha do final do século XVIII e início do XIX. Palavras-chave: niilismo -nada -Vontade -idealismo O problema do niilismo acompanha às escondidas todo o desenvolvimento do pensamento schopenhaueriano. Antes de mostrar sua face nas últimas linhas de O mundo como vontade e representação, o fantasma do nada já orientava os primeiros traços da pena do filósofo de Danzig. Ao verificarmos pois como esta problemática se aloja no edifício filosófico de Schopenhauer, cabe-nos erguer o cenário de nossa investigação, ou seja, é preciso aqui escutarmos o canto que embala a dança do niilismo na filosofia alemã do início do século XIX .É lugar-comum entre os estudiosos do tema, que a preocupação com o Nada, o vazio de Ser, o Não-ser, apesar de ter seu nome filosófico registrado no final do século XVIII, tem a idade da própria Filosofia. De fato, não foi o Ser a única prole a descansar no berço da civilização ocidental: um outro rebento, o Não-ser, contemporâneo daquele, já clamava pela atenção dos primeiros sábios da antiga Hélade. Heidegger, por exemplo, perce-* Mestrando do Departamento de Filosofia -FFLCH-USP e bolsista FAPESP. 03.p6530/8/2001, 12:06 37
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