A coletânea de artigos organizada por Paulo Cesar Alves e Miriam Cristina Rabelo, ambos pesquisadores do Núcleo de Estudos em Ciências Sociais e Saúde -ECSAS -Universidade Federal da Bahia, aponta para as tendências desta "recente" disciplina no campo acadêmico, por ora designada Antropologia da Saúde -apesar de não haver um consenso entre os autores participantes de como se deve chamá-la, tendo em vista a designação Antropologia Médica, trazida pela vertente norte-americana, ou ainda Antropologia da Doença, da vertente francesa, bem como das orientações e preocupações referentes a cada uma.Contudo, em que pese não haver um termo consensual entre os antropó-logos da área para designar a nova disciplina, é certo que a coletânea traz refl exões pertinentes sobre a própria constituição deste campo de saber, bem como apresenta alguns trabalhos empíricos, cuja diversidade das orientações teóri-cas assinala as diferentes possibilidades de apreensão do objeto etnográfi co em questão, qual seja, as concepções de saúde, doença, cura e corpo de agentes sociais em contextos contemporâneos singulares, seja nas ditas sociedades complexas, em pequenas cidades interioranas ou nas sociedades indígenas.O livro está dividido em duas partes: a primeira contém artigos teóricos sobre a Antropologia da Saúde que, além de discutirem o estatuto das ciências sociais em saúde no país, destacam quais os espaços institucionais ocupados pela disciplina, como é o caso dos dois primeiros ensaios, Alves e Rabelo, e Minayo, a refl exão prossegue no debate entre as relações entre epidemiologia e antropologia, Sevalho e Castiel, Menendéz e Grimberg, e fi naliza com outro