Neste artigo, problematizamos que a Live se constitui especialmente como respostas a demandas sociais que surgem a partir do contexto da pandemia de covid-19 e permitem que expectativas históricas de diversas esferas discursivas sejam oportunizadas. Apoiando-nos, sobretudo, na noção de gênero do discurso de Bakhtin (2011), examinaremos a Live “Estratégias de proteção e monitoramento fora do ambiente físico escolar”, promovida pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), ressaltando, a partir dela, características que podem orientar a compreensão da Live enquanto um gênero discursivo que se fortalece no contexto da pandemia. Consideramos que, para esta discussão, é preciso investigar de que forma a constituição dos gêneros está associada às transformações das relações sociais concretas; e como os elementos discursivos que singularizam sua produção, circulação e recepção se estabelecem. A partir disso, tematizamos peculiaridades que desencadeiam elos discursivos relacionados ao contexto histórico, a esferas, a instituições, a sujeitos envolvidos, às práticas orquestradas, às tecnologias e a meios de comunicação utilizados e às lutas sociais, assumidas ou silenciadas (“estrategicamente” ou não) que envolvem o gênero Live. Enfim, destacamos que a junção de todos esses elementos singulariza o estatuto discursivo-dialógico da Live, que ganhou estabilidade no contexto pandêmico.
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