Resumo: A região do MATOPIBA, formada pelos municípios fronteiriços dos estados do Maranhão (MA), Tocantins (TO), Piauí (PI) e Bahia (BA), é apontada na literatura como a última fronteira agrícola do país, resultante do avanço do agronegócio e do crescimento de um modelo de produção apoiado em alta mecanização. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é analisar a situação da modernização agrícola dessa extensão geográfica no ano de 2017. Para isso, as metodologias empregadas consistem na aplicação da Análise Fatorial (AF), Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) e na estimação do modelo espacial SAC, tendo como variável dependente o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário e como variáveis independentes os fatores obtidos pela AF. Os resultados encontrados indicaram a presença de sete fatores; e apenas o intensivo em capitalização da atividade agrícola (F1), intensivo em exploração do fator terra (F2) e intensivo em máquinas e implementos agrícolas tradicionais (F3) foram estatisticamente significantes. Portanto, é possível concluir que foi identificada a concentração de alguns fatores em determinadas áreas e que a região precisa de maiores investimentos para que possa se consolidar como uma fronteira agrícola.
RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar empiricamente quais os principais condicionantes das emissões de CO2 no Brasil no período 1971-2011. Além disso, este trabalho procura evidências da hipótese da Curva de Kuznets Ambiental (CKA) para o Brasil. As variáveis utilizadas para explicar as emissões de CO2 foram a renda per capita, consumo per capita de energia, densidade populacional e o grau de abertura da economia. Também foi adicionada uma dummyexógena ao modelo para captar os efeitos do protocolo de Kyoto sobre as emissões brasileiras. O trabalho utilizou-se da metodologia de vetores autorregressivos com correção de erros (modelos VEC) para atingir seu principal objetivo. Os resultados do modelo VEC, para o longo prazo, apontaram para significância estatística de todas as variáveis explicativas do modelo. Além disso, não foram encontradas evidências de uma CKA para o Brasil. Ao contrário, encontraram-se evidências de uma curva no formato de “N”, mostrando que as emissões de CO2 diminuem apriori, mas voltam a subir a partir de determinado patamar de renda per capita. O ponto de máximo da curva ocorre quando a renda per capita atinge US$ 2.729,27 e o ponto de mínimo se dá quando a renda per capita chega a US$ 9.122,54.
This chapter aims to present an analysis of the diplomatic action of Brazil in biofuels in South America, a period that extends from the governments of Fernando Collor to Michel Temer . The starting point for this analysis is the agreements with countries in the region seeking to prove particularly how the different Brazilian governments promoted the expansion of cooperation on this theme. In addition, exposing the extent to which are considered the development of agribusiness and increasing the rural population's quality of life, as well as identify actions conformed and actors involved from Brazil.
O objetivo deste estudo é analisar o efeito das mudanças climáticas sobre a capacidade de exportação dos estados da região Nordeste do Brasil. Em específico, buscou-se avaliar o efeito dos níveis de temperatura e precipitação sobre o volume de exportações de produtos alimentícios e animais vivos da região, bem como sobre as exportações intranacionais da região. A partir da abordagem de modelos gravitacionais, amplamente utilizada em estudos dos determinantes dos fluxos de comércio, foi possível estimar o efeito das mudanças climáticas nos fluxos de comércio. Os resultados encontrados apontam que o aumento de 1% na temperatura média dos estados da região acarretaria na redução das exportações intranacionais em 1,33% e na redução das exportações de produtos alimentícios e animais vivos em 8,68%. No tocante ao efeito da precipitação de chuvas, tem-se que o aumento de 1% na precipitação de chuvas acarretaria, em média, na elevação de aproximadamente 0,53% das exportações intranacionais. Todavia, em relação ao efeito desta variável sobre as exportações de produtos alimentícios e animais vivos da região não se captou significância estatística. Portanto, conclui-se que o aumento da temperatura impacta negativamente o volume de exportações da região. Palavras-chave: Temperatura. Exportações. Dados em Painel. Mudanças Climáticas. Desenvolvimento Sustentável.
O presente trabalho busca verificar a ocorrência de dependência espacial no estoque do emprego formal no setor industrial do Rio Grande do Norte, para os anos 2002 e 2012. Em termos metodológicos, o estudo se desenvolveu por meio de uma pesquisa bibliográfica e utilização da análise do Quociente Locacional e do instrumental da Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), na tentativa de identificar as aglomerações industriais existentes no território potiguar. Embora o setor da indústria de transformação do RN receba estímulos por programas de desenvolvimento industrial, como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (PROADI), os resultados apontaram que durante o período de análise, o possível transbordamento esperado entre as áreas vizinhas se mostrou fraco e concentrado em poucas áreas desse estado.
Esse trabalho busca verificará o impacto da clusterização horizontal no crescimento do emprego das micros, pequenas e médias empresas (MPME´S) do setor de confecções no Rio Grande do Norte, nos anos de 2004 e 2014. Nesse contexto, consideram-se os argumentos microfundamentados por Fujita e Thisse (2002) que apontam as economias externas como explicação da clusterização. Em termos metodológicos, a pesquisa se desenvolveu por meio da análise do instrumental da Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), com destaque para as estatísticas de autocorrelação espacial I de Moran e Moran Local e utilizou-se do modelo proposto por Fingleton, Igliori e Moore (2005) com o procedimento baseado no modelo de Mínimo Quadrado Ordinário de Dois Estágios (MQO2E). Os resultados mostraram que, para o setor de confecções do Rio Grande do Norte, para o período 2004 a 2014, a clusterização horizontal gerou externalidades positivas sobre o crescimento do emprego nas MPME’s desse setor, porém estas são contrabalanceadas com impactos negativos, também conhecidos como efeito congestão.
O modelo de assistência à saúde em todo o mundo tem enfrentado desafios, sendo um deles a superlotação nos serviços de urgências e emergências em hospitais e seu impacto nos indicadores de saúde. No Brasil, o processo de reestruturação do sistema de atenção às urgências se deu através da introdução das Unidades de Pronto-Atendimento (UPA). Dessa forma, esse trabalho tem por objetivo avaliar o impacto das UPA 24h sobre as taxas de mortalidade nos municípios do estado do Rio Grande do Norte e na Região Metropolitana de Natal durante o período 2010-2016. Para tanto, seguindo a metodologia de Rocha e Fernandes, estimou-se um modelo de dados em painel com efeitos fixos, ao âmbito do município-ano, por local de ocorrência e causa do óbito. De acordo com os resultados obtidos no estudo, observou-se que a UPA tem um impacto negativo, porém não significativo sobre a taxa geral de mortalidade norte-rio-grandense, resultado esse que corrobora com a literatura mais recente. Ao verificar esse impacto com mais detalhes, por local de ocorrência e causa do óbito, observou-se redução significativa da taxa de mortalidade em alguns cenários, no entanto houve aumento de óbitos ocorridos em outros estabelecimentos de saúde (em que as UPA estão classificadas). Esse resultado sugere a realocação parcial dos óbitos por local de ocorrência e que, portanto, essas unidades estariam cumprindo o papel de hospitais em vez de funcionar como UPA em um sistema de atendimento integrado.
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