A gestão de recursos hídricos é a forma com o qual se busca resolver problemas de escassez relativa da água. Entretanto, a forma como os recursos hídricos estão sendo geridos no Brasil não tem mitigado ou resolvido os conflitos decorrentes; muito pelo contrário, as estruturas hierárquicas ligadas ao sistema de gestão de recursos hídricos têm fortalecido a atuação de grupos hegemônicos. Esse artigo busca entender os conflitos gerados a partir da apropriação dos recursos hídricos e sua relação com o modelo econômico mineral-agroexportador, consolidando o Brasil em uma situação desprivilegiada no contexto de subdesenvolvimento na divisão mundial do trabalho. Para isso, foram realizadas a descrição e a cartografia dos conflitos pela água no Brasil, disponibilizados pela Comissão Pastoral da Terra – CPT. A água tem sido alvo de enormes demandas para a produção de grãos e pecuária no Centro Oeste, fruticultura irrigada em vales úmidos no Nordeste semiárido, expansão do setor hidrelétrico na Região Norte do País e atividades de mineração na Bahia e Minas Gerais. Torna-se necessário promover a discussão em torno de alternativas a um modelo de crescimento que induz ao aumento da escassez hídrica e dos conflitos, e que em breve, pode resultar em graves consequências, tolhendo o direito à água limpa e a um custo acessível para parte significativa dos brasileiros.
No Brasil, um dos países mais atingidos pela propagação do vírus Sars-CoV-2, autoridades da saúde e segmentos sociais em geral ainda tentam entender a trajetória e a forma como a pandemia se propagou no território. O que se sabe, ao certo, é que a expansão se deu dos grandes centros para o interior do país. Contudo, é necessário estudar casos específicos para melhor entender as variáveis que afetam a propagação do COVID-19, especialmente no interior do nordeste, cuja maioria dos municípios possui um abastecimento de água irregular, e sequer possui sistema de coleta e tratamento de esgoto. Este estudo objetiva mapear a disseminação dos casos confirmados de COVID-19 na região oeste do estado do Rio Grande do Norte, entre os meses de março a julho de 2020. Para isso, construiu-se um banco de dados a partir dos boletins epidemiológicos para acompanhar os números de contaminados pela CODIV-19, cuja fonte foi a Secretaria Estadual de Saúde do RN. Posteriormente realizou-se mapeamentos da difusão espacial na doença no software QGIS 3.4. A análise dos dados nos mostrou que após quatro meses do primeiro caso no estado, verificou-se um total de 8.878 habitantes contaminados em 62 municípios da região oeste potiguar. Alguns municípios foram mais afetados que outros, evidenciando fatores geográficos, como proximidade de centros regionais e presença de rodovias federais. A espacialização dos dados da COVID-19, possibilitou uma análise de como a doença se difundiu nesta região no interior do Nordeste.
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