O artigo propõe abordar o consumo de metilfenidato para o TDAH no espaço escolar a partir das reflexões de Bourdieu e Foucault. O tema do aumento do consumo de metilfenidato para o TDAH é considerado exemplar ao desafio dos limites do uso racional de medicamentos. Embora seja recente a intensificação da medicalização do ambiente escolar, Foucault pondera como a própria difusão do poder psiquiátrico se faz a partir do binômio escola/hospital, sistema de saúde/sistema escolar. Interessa-nos compreender o momento mais recente de impulso da indústria farmacêutica, essa que vende um bem, conforme Bourdieu, que é um bem simbólico: o discurso que o coloca em circulação é o discurso da denegação do lucro a partir de um exercício de encantamento. Mostramos como esse discurso atinge a escola a partir da idéia do direito do professor a uma “sala tranqüila” tão bem como seu efeito aparece expresso na fala de professores e professoras como “mágica”.
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