Este texto analisa a percepção de boxeadoras sobre as transformações corporais ocorridas em função de sua dedicação à modalidade com fins competitivos. Fundamentada no aporte teórico-metodológico da História Oral, foram entrevistadas sete atletas registradas na Federação Gaúcha de Pugilismo que participaram de competições em nível estadual e nacional no ano de 2015 e dois treinadores com experiência na modalidade. Estas entrevistas foram cotejadas com outras fontes, tais como reportagens, atlas e documentos institucionais. Dessa análise, emergiram três temas: a aparência dos corpos das boxeadoras e sua relação com aspectos referentes ao gênero e à sexualidade; aspectos comparativos entre a prática do boxe com fins competitivos e do boxe vivenciado nas academias; estratégias utilizadas pelas boxeadoras para legitimar sua presença na modalidade. A partir de suas narrativas, foi possível identificar que as pugilistas negociam representações de feminilidade ao adequar seus treinos de modo a manter uma boa performance sem apresentar uma excessiva potencialização muscular. Tal percepção advém da preocupação em adequar sua corporalidade aos padrões estéticos socialmente valorizados, demonstrando o quanto o gênero, longe de ser um dado biológico, é algo que precisa constantemente ser reiterado.
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