Introdução: A geometria fractal tem a capacidade de descrever a forma irregular ou fragmentada de objetos considerados complexos, portanto, pode ser uma ferramenta útil para análise computadorizada de imagens médicas. Neste contexto, a análise fractal vem sendo aplicada na caracterização de células de diferentes tecidos humanos, inclusive as células-tronco mesenquimais (CTMs). Objetivos: Utilizar a análise fractal para avaliar in vitro a diferenciação adipogênica das células-tronco mesenquimais irradiadas. Métodos: Essa pesquisa tem aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos – CCS/UFPE (2.259.272). As CTMs foram obtidas do cordão umbilical, sendo cultivadas em meio DMEM baixa glicose, suplementado com soro fetal bovino, fator de crescimento e antibióticos e mantidas na estufa a 37 ºC, 80% umidade e 5% CO2 por 21 dias. Após este tempo, as CTMs foram separadas em dois grupos de estudo: o NR (não irradiado) e o IR (irradiado). O grupo IR foi irradiado, in vitro, com dose de 3 Gy a partir de uma fonte de cobalto- 60 (Gammacell 2020 Excel) com taxa de dose de 2,657 kGy/h. Nos grupos NR e IR foi induzido o processo de diferenciação adipogênica durante 21 dias, quando foram capturadas 20 fotomicrografias das células, sendo 10 do grupo NR e 10 do grupo IR. As imagens foram processadas e o contorno da membrana celular foi definido por meio do software de imagem GIMP e a análise fractal foi realizada por meio do software ImageJ (NIH, EUA) com adição do puglin FracLac, que possibilita o cálculo da dimensão fractal. A análise estatística foi realizada pelo teste das médias com representação para o teste normal, assumindo dois grupos independentes com confiança de 95%. Resultados: A média da dimensão fractal das células do grupo NR foi de 1,14 ± 0,05 (mediana 1,13) e a do grupo IR foi de 1,12 ± 0,02 (mediana 1,12). Não foi observada diferença significativa dos dados de dimensão fractal entre os grupos, mas observou-se uma maior dispersão dos dados no grupo NR em relação ou grupo IR. É provável que haja uma relação com a alteração da estrutura do citoesqueleto celular após a irradiação, com a desorganização da rede de actina e a irregularidade dos componentes internos celulares(1, 2, 3). Conclusões: A análise fractal mostrou-se ser um método computacional eficaz para caracterizar as CTMs após a irradiação e diferenciação celular.
Introdução: A análise da textura do núcleo das células por meio do cálculo da dimensão fractal (DF) vem sendo utilizada como ferramenta diagnóstica de cânceres, bem como para avaliar os efeitos biológicos das radiações e de outros agentes (1, 2). Esse método se baseia na informação de que a cromatina possui dimensão não inteira ou fractal, com características de autossimilaridade e invariância de escala (1, 3, 4). Quando expostas a agentes agressores, as células podem apresentar graus distintos de condensação da cromatina, indicativo de que foi alterada. Em se tratando de radiobiologia, atualmente, o interesse crescente é pelos danos às células-tronco, dada a aplicação desse tipo celular em medicina regenerativa, e por servirem de modelo de efeitos ao tecido jovem. Objetivo: Utilizar o cálculo da dimensão fractal do núcleo das células-tronco mesenquimais humanas (CTMH) como método para avaliar o dano radioinduzido à cromatina. Métodos: Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos – CCS/UFPE (parecer: 2.259.272). As células foram coletadas de cordão umbilical humano e cultivadas no Laboratório de Biofísica das Membranas e Células-tronco Prof. Oleg Krasilnikov (UFPE). As CTMH foram irradiadas in vitro utilizando uma fonte de cobalto-60 com a dose de 3 Gy (taxa de dose de 2,657 kGy/h) (DEN/UFPE). Foram utilizadas 40 células, divididas entre os dois grupos de CTMH analisados: o grupo não irradiado (NR) e o grupo irradiado (IR); obtendo-se imagens em dois tempos de cultura: Dia 1 e Dia 3 após a irradiação. As imagens foram processadas por meio do software ImageJ (NIH, EUA), utilizando o plugin FracLac. Foi realizado teste estatístico das médias. Resultados: No Dia 1, a média do grupo NR foi 1,76 ± 0,02 e no Dia 3 foi 1,73 ± 0,08. Já o grupo IR, no Dia 1 obteve média 1,76 ± 0,02 e no Dia 3 média 1,76 ± 0,04. Os valores de DF do núcleo de CTMH irradiadas não modificam com relação às do grupo NR, ou seja, o dano radioinduzido não foi detectado por este método morfométrico, considerando os tempos avaliados. Conclusão: O cálculo da dimensão fractal não é um bom método para detecção de alterações na cromatina das CTMH nas primeiras 72 horas após irradiação.
Introdução: A tripla epidemia causada pelos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya, que são transmitidos por mosquitos do gênero Aedes representam uma ameaça ao sistema de saúde pública do Brasil. A febre Chikungunya apresenta-se amplamente distribuída no mundo e tem sua sintomatologia associada à artralgia, dores de cabeça e fadiga(1). Nos últimos anos, foi verificado um aumento exponencial de casos prováveis de febre Chikungunya no estado de Pernambuco, agravando-se durante o período da pandemia do Covid-19(2). Objetivos: Descrever a distribuição dos casos de Febre Chikungunya no estado de Pernambuco em comparação aos casos a nível nacional no contexto da pandemia da COVID-19. Métodos: Estudo descritivo com base nos dados secundários de casos prováveis de Febre Chikungunya apresentados nos boletins epidemiológicos sobre arboviroses fornecidos pelo Ministério da Saúde. O período de estudo foi durante os anos de 2018 a 2021. Os dados foram analisados por meio de ferramentas estatísticas descritivas. Resultados: No Brasil, foram registrados 366.024 casos prováveis de Febre Chikungunya entre os anos de 2018 e 2021, apresentando incidência média de 43,6 casos/100 mil habitantes. Já no estado de Pernambuco um total de 27.072 casos prováveis foram registrados no mesmo período, com incidência média de 70,6 casos/100 mil habitantes. Pernambuco vem apresentando, nos últimos três anos, um aumento exponencial no número de casos prováveis, tendo um aumento de 228% em 2021. Enquanto no cenário nacional mostrou que houve uma redução no número de casos prováveis em 2020 de 38% em relação a 2019, período precedente à pandemia. A possível mobilização das equipes de vigilância epidemiológicas estaduais que estavam voltadas ao enfrentamento de arboviroses para o controle da pandemia do Covid-19, pode estar diretamente relacionada à subnotificação dos casos de febre Chikungunya(3). Ademais, as recomendações sanitárias estabelecidas durante a pandemia, visando o distanciamento social, podem estar também associadas a redução da procura por atendimento em uma unidade de saúde. Isso é evidenciado pela diminuição dos casos a nível nacional. Dessa forma, a real situação epidemiológica em Pernambuco pode estar sendo mascarada. Conclusões: Observamos que houve uma possível subnotificação dos casos de febre Chikungunya no âmbito nacional associado à pandemia, e que a situação epidemiológica do estado de Pernambuco está sendo mascarada.
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