Formas do parentesco: grafismo e enunciação no Vale de Araotz (País Basco)
ION F. DE LAS HERAS
IntroduçãoA diagramática do parentesco, aquela que Rivers (1910) consolidou mediante a proposição do famoso "método genealógico", está em crise. Com isso não pretendo por em dúvida o mundo analíti-co que ela envolve, mas apenas ressaltar que a causa das críticas emitidas desde a década de 80 a este mecanismo descritivo não goza do seu antigo prestígio científico, de modo que cada vez são menos os que confiam na sua rentabilidade analítica. Este artigo versa sobre como uma possível reconsideração problemática e crítica desse mecanismo gráfico pode ser fonte de novas formulações antropológicas.Vale lembrar que no decorrer de mais de 50 anos o método genealógico e sua diagramática 1 foram considerados uma "ferramenta indispensável da pesquisa etnográfica" (Silva 2010: 328). Por muito tempo a função específica dos diagramas foi a de ilustrar: o objetivo técnico consistia em resolver graficamente um movimento comunicativo que permitisse a apreensão intelectual de totalidades mediante um simples olhar sobre uma destas figuras: apreensão sistemática da terminologia geral do parentesco para um ego chamado Kurka (Fig.01); apreensão sistemática da distribuição da carne de bú-falo entre parentes numa região de Birmânia (Fig.02); apreensão sistemática das relações históricas de consanguinidade, aliança e residência de centos de indivíduos de Pul Eliya (Fig.03). Enfim, ilustração do pensável e transporte do apreensível.1 Vale diferenciá-los, pois pode se considerar que a diagramática de Rivers, apesar de consistir em seu meio material, não envolve todas as implicações epistemológicas do método propriamente dito.
Me dispongo a explorar la configuración epistemológica de la casa mediante ciertos contrastes y correlaciones entre lo que formularé como tres maneras de referirse a ella: (1) como una sustancia caracterizada por una serie de atributos; (2) como una cuestión de procesualidad técnica o productiva; y (3) como un problema de individuación, es decir, concerniente a la relacionalidad y la particularidad de los acontecimientos. Tras recorrer estas perspectivas y su relación con algunas cuestiones derivadas de mi trabajo de campo en el Valle de Araotz (País Vasco) –especialmente el incendio del caserío Aitzkorbe Azpikua en 1984– propondré el concepto de oicogénesis o casa en llamas como un principio de indagación que, tratando de responder a los riesgos reduccionistas de la entificación, insiste en la realidad sociológica de los enmarañamientos particulares que componen la realidad de cada casa.
Neste artigo pretendo mostrar como a progressiva atenção que a antropologia feita no País Basco no decorrer do século XX deu ao conceito que vincula casa e família, etxea, não foi o produto direto de uma teoria positiva propriamente nativa, mas derivado de uma reação sobre o debate mainstream da teoria antropológica, que durante várias décadas se localizou no âmbito da terminologia do parentesco. Percorrerei alguns momentos relevantes neste caminho, e estabelecerei um paralelo com as estratégias teóricas que Freeman, Lévi-Strauss e Schneider desenvolveram para enfrentar problemas relativos à inadequação de conceitos teóricos em determinadas formas de organização social. Assim, desde uma perspectiva epistemológica que tome a prática antropológica sistemicamente, procurarei indicar as possibilidades de um diálogo entre metodologias.
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