Resumo: O presente artigo propõe traçar a relação não explícita entre a fundação do campo conceitual da psicanálise através do estabelecimento de seu conceito maior (Grundbegriff), o inconsciente (das Unbewusste), e o desejo como operador decisivo de uma formulação que, consolidada no âmbito do conceito, não dispensa a enunciação de seu fundador. Para tanto, acompanha as indicações fornecidas por Jacques Lacan (1964/1988) procurando desdobrar suas consequências, sobretudo éticas, tanto no que concerne ao psicanalista como ao sujeito.
O presente artigo pretende discutir a noção de vítima enquanto figura emblemática do laço social que sobrevém na modernidade, de modo a pôr em causa a tessitura que ampara a constituição da legitimidade culturalmente atribuída desse lugar, bem como analisar as consequências discursivas e subjetivas então decorrentes. Partindo-se desta discussão conceitual, pretende-se ainda investigar a contribuição própria ao discurso psicanalítico na escuta dos casos de suspeita de violência sexual contra crianças e adolescentes, sobretudo em sua vertente intrafamiliar, problematizando, deste modo, a questão da vitimização e suas implicações no endereçamento ao campo da Assistência Social.
Este artigo pretende apresentar uma articulação entre psicanálise e literatura, partindo da premissa de que ambas têm como fundamento o campo da palavra e da linguagem, guardadas as devidas especificidades de cada um desses campos. Partiremos das próprias indicações freudianas contidas em duas cartas de Freud endereçadas ao escritor e também médico vienense Arthur Schnitzler, seu contemporâneo, para problematizar aquilo que aproxima – bem como disjunta - o escritor-poeta (Dichter) do psicanalista. Ao nomear Schnitzler como o seu duplo (Doppelgänger), Freud assinala a estranha familiaridade entre os procedimentos psicanalítico e literário. A fim de situar a questão, faremos uma breve incursão sobre a noção germânica de Kultur, que caracteriza o solo comum entre Freud e Schnitzler. Contudo, Freud se distancia da perspectiva contida na ideia de cultivo de si (Bildung), integrante da Kultur, ao introduzir, no seio da civilização, um mal-estar irredutível.
Resumo: Em 1912, Freud afirma categoricamente que no que tange à psicanálise, pesquisa e tratamento coincidem. O presente artigo objetiva discutir esta afirmação à luz das premissas que orientam uma pesquisa de caráter qualitativo, cujo campo aqui privilegiado será o da clínica. A partir de uma revisão sucinta dos artigos freudianos onde o binômio pesquisa e clínica psicanalítica são problematizados, pretendemos discutir em quê a clínica pode ser considerada como um campo de investigação, no qual teoria e prática são indissociáveis. Por fim, abordaremos esta problemática a partir da prática em estágio supervisionado de orientação psicanalítica no Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde verificou-se possível fazer a experiência da clínica como campo de pesquisa, sobre a qual pretendemos testemunhar. Apesar das dificuldades inerentes à estrutura acadêmica para prática da psicanálise tout court no âmbito de uma clínica-escola, a experiência de estágio supervisionado em clínica psicanalítica se sustenta sobre os seus pilares fundamentais, constituindo uma experiência formadora, no sentido forte do termo.Palavras-chave: Formação universitária; Pesquisa; Metodologia; Clínica psicanalítica; Experiência. Research and practice in the university education: reflexions about the psychoanalytical clinic internship in the service of applied psychologyAbstract: In 1912, Freud categorically states that, regarding psychoanalysis, research and treatment coincide. This article aims to discuss this statement in the light of the premises that guide a qualitative research, whose privileged field shall be the clinics. From a brief review of Freudian articles where the binomial research and clinics are problematized, we intend to discuss in what the clinics can be considered as a field of investigation, in which theory and practice are inseparable. At last, we address this problematic from the practice at a supervised internship under a psychoanalytical direction in the Service of Applied Psychology of Rio de Janeiro State University, where it was found ti be possible to make the clinical experience as a research field, on which we intend to testify. Despite the difficulties due to the academic structure to the psychoanalytical practice tout court within the scope of a school-clinic, the supervised internship experience in the psychoanalytical clinic stands on its fundamental pillars, constituting a formative experience, in the strong sense of the term.Keywords: Univesity education; Research; Methodology; Psychoanalytical clinics; Experience.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.