O estudo analisa as representações da velhice a partir de uma amostra de pessoas idosas e de cuidadores/as formais. Os instrumentos utilizados na recolha dos dados foram o Inquérito por Questionário e o Teste de Associação Livre de Palavras. A hipótese de trabalho que formulámos é a de que a representação da velhice, sendo uma construção social, traduz uma conceptualização negativa induzida pela consciência coletiva da sociedade marcadamente caracterizada por uma ideia negativa da velhice enquanto figuração do fim da vida ativa. Em concordância com a nossa hipótese de trabalho, os resultados revelam a prevalência de estereotipia idadista associando-se a velhice, em ambos os grupos investigados, a atributos de cariz negativo nomeadamente solidão, doença e dependência. As representações aferidas não serão alheias ao modelo societário que é maléfico para a velhice, onde se rejeita o que é velho (Bosi, 1983). É, contudo, nossa convicção que as melhorias verificadas na qualidade de vida, a par da nova narrativa discursiva do envelhecimento (produtivo, saudável, bem-sucedido, positivo e ativo), poderão vir a metamorfosear o campo representacional da "velhice" aligeirando a sua carga negativa.Palavras-chave: Socialização, Representações sociais, Velhice, Idadismo. IntroduçãoAs representações sociais decorrem do processo de socialização e estão diretamente associadas à identidade coletiva. Os factos sociais correspondem a modos de agir e a representações que são exteriores ao indivíduo. No pensamento de Durkheim (1964), a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais. Logo, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem é independente da sua vontade individual e traduz um comportamento estabelecido pela sociedade. Nesta leitura, os factos sociais exercem um poder coercitivo. É algo que existe e que permanece para além do indivíduo. Neste sentido, a construção de representações simbólicas partilhadas pelos membros dos sistemas sociais habitam um universo de sociabilização específico.Sobre o tempo que vivemos, vários registos nos dão conta que estes são marcados por grandes transformações que interferem tanto nos nossos modos de vida como na forma como nos representamos e representamos os outros. Vários teóricos que refletem estas transformações societárias denominam o período que vivemos de "modernidade reflexiva" (Beck, Giddens, & Lash, 1997), "pós-modernidade" (Hall, 1998), "modernidade tardia" (Chouliaraki & Fairclough, 1999;Giddens, 1997) ou "modernidade líquida" (Bauman, 2000). Com esta panóplia, pretende-se equacionar um novo período onde ressalta a incerteza, a fluidez, o individualismo e a precaridade. Apesar da 291A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Fernanda Daniel, Instituto Superior Miguel Torga,
ResumoOs media sociais e os sites de rede social têm sido um elemento chave na acção colectiva através da Internet. E introduzem novas características ao conceito de "networking" online: interacção através da acção colectiva e interacção baseada nas práticas sociais promovidas pelas novas ferramentas técnicas. Os sites de partilha de conteúdo e as redes sociais são estruturados para uma sociabilidade centrada nos objectos sociais, que congregam conteúdo e actividade. Mas será que os media sociais alteram a composição dos movimentos colectivos pelas novas possibilidades de consumo, produção e envolvimento na e em rede? Os próprios conceitos de consumo e interacção foram alterados. Neste artigo procuramos explorar as noções de "consumidor 2.0" e "prosumer" e compreender como é que grupos de utilizadores, agregados pelo conteúdo, se podem assumir como sistemas sociais. AbstractSocial media and social networking websites have been a key element in collective action through the Internet.And introduce new features to the concept of networking online: interaction through collective action and social interaction based on the practices promoted by the new technical tools. The content sharing websites and social networks are structured to an objectcentered sociability, which aggregate content and activity. But will social media change the composition of collective movements through the new possibilities of consumption, production and engagement on and in the network? The concepts of consumption and interaction have changed. In this paper we explore the notions of "consumer 2.0" and "prosumer" and aim to understand how user groups, aggregates through content, can be turned into social systems.Palavras-chave / Keywords media sociais; consumidor 2.0; prosumer; participação em rede social media; consumer 2.0; prosumer; network participation Para Uma IntroduçãoAssumindo como pressuposto que as aplicações informáticas que suportam as interacções sociais na Internet são tecnologias que ultrapassam os padrões de plataforma de lazer e jogos electrónico, neste trabalho procuramos contribuir para um enquadramento sobre a temática da participação em rede. Explorando as noções de "consumidor 2.0" e "prosumer", visamos compreender como é que grupos de utilizadores, agregados pelo conteúdo, se podem assumir como sistemas sociais.
Considerando o grupo específico de jovens adultos(as) em Portugal, o artigo visa perceber se e de que forma as aplicações móveis interferem com as identidades de género e as práticas sexuais. A abordagem metodológica adotada é quantitativa, operacionalizada através de um inquérito por questionário a uma amostra representativa (N=1500) de jovens (18-30 anos). Os resultados indicam que a orientação sexual influencia os comportamentos relacionados com a intimidade e os imaginários das identidades sexuais e de género. Atendendo à forma como as aplicações móveis são incorporadas no quotidiano, constata-se a relevância do género com 66,2% dos(as) participantes a designar o género nas aplicações e 37,9% a afirmar que este é a representação da sua identidade. Os resultados mostram ainda que 19,2% dos(as) inquiridos(as) menciona que não há opção para o género com que se identifica, pelo que é possível inferir que as interfaces digitais podem limitar ou impor imaginários normativos.
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