Questões como gravidez precoce e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis estão entre o conjunto de preocupações mais alarmantes em relação à deficiência de educação para sexualidade voltada aos jovens. A partir da realização de uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo realizada na clínica da Família Olímpia Esteves, localizada em Realengo, no Rio de Janeiro, foi possível traçar o perfil das adolescentes usuárias da clínica e residentesno bairro, havendo a percepção da necessidade de criação de um curso de educação para sexualidade. Realizou-se, então, o curso de multiplicadores em educação sexual “Não Só Para Meninas”, implementado na Escola Municipal Nicarágua do bairro de Realengo. Este artigo tem como objetivo traçar o perfil dos adolescentes participantes do curso, que têm média entre 12 a 14 anos, estudantes do oitavo ano, além de analisar as mudanças que a intervenção da educação para sexualidade trazem para a vida de um jovem. Os dados coletados nos questionário evidenciaram que a idade média do início da prática sexual é cada vez mais cedo, aos 12 anos de idade, feita na maior parte dos casos sem a orientação adequada, em que 72% dos adolescentes relataram não conversar sobre suas dúvidas sexuais com ninguém. O desenvolvimento desse curso disponibilizou um espaço para debate e reflexão dos adolescentes, tornando-os potenciais multiplicadores em educação sexual entre os demais. Os adolescentes que participaram da experiência evidenciaram mudanças de comportamento, principalmente mudanças relacionadas à autoimagem e autoestima, incluindo o crescimento de um interesse maior aos estudos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza a sexualidade como um aspecto do ser humano integrado à totalidade do ser. Ela interfere em nossos pensamentos, sentimentos e ações, além da saúde física, mental e espiritual. É algo que não podemos deixar de citar que é um direito fundamental de qualquer cidadão e está totalmente ligada à educação, à saúde e aos direitos civis. Sob tal perspectiva, acreditamos que, por meio da educação em sexualidade, seja possível formar cidadãos conscientes, críticos e responsáveis, tanto em uma dimensão individual quanto social, contribuindo, assim, para a desconstrução de mitos, tabus e preconceitos que cercam a sexualidade humana. Porém, há uma falta de formação dos profissionais de saúde e educação na área da sexologia, abrindo uma lacuna que pode causar constrangimento ao precisarem abordar temas relacionados à sexualidade. Como resultados, evidenciamos a eficácia do curso implementado no ambiente universitário por meio de avaliação pré e pós do curso. Diante disso, o grupo PET Sexualidade, Educação Sexual reconhece a importância e a necessidade de abordar a Sexologia dentro do ambiente universitário, por meio de um espaço aberto de reflexão, diálogo, aulas expositivas, textos, dinâmicas e oficinas.
Entendemos que a sexualidade é parte inerente do ser humano: está presente em todas as fases do ciclo vital sem que sua potencialidade seja afetada. Afinal, não está reduzida ao ato sexual, mas vai muito além das percepções puramente físicas. Em razão da falta de espaços para as mulheres climatéricas e menopausadas discutirem sua sexualidade e aprenderem mais sobre as intensas mudanças em seu corpo e à sua volta, o Programa de Educação Tutorial (PET): Sexualidade e educação sexual realizado no IFRJ campus Realengo (RJ) deu início a um projeto direcionado à comunidade de mulheres católicas no climatério e na menopausa. O objetivo dessa ação foi criar um local para discussão sobre mudanças biopsicossociais inerentes a essa fase e sobre as conquistas de um desenvolvimento ou retomada de sua sexualidade de maneira prazerosa. O estudo foi realizado com cinco mulheres com idade média de 52 anos, da comunidade da igreja católica situada no entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio deJaneiro (IFRJ). O projeto aconteceu sob a forma de oficinas que contaram com a participação de bolsistas do programa PET e de sua tutora, e ainda de professoras do curso de Terapia Ocupacional e Fisioterapia. Utilizou-se a técnica de grupo focal para levantamento do perfil das participantes. Após a transcrição das informações, foi utilizado o sistema de análise QualiSoft 2015 para analisar os dados. Ao serem questionadas sobre o que o termo sexualidade significava para elas, observou-se que as participantes se referiram à aparência física e autoestima. Observou-se o grande significado dado às crenças associadas ao papel da idade, a importância dada à imagem corporal e à beleza física. Quando questionadas sobre alterações no desejo sexual, elasdiscutiram que o ressecamento vaginal e a diminuição do desejo sexual são um problema. Ficou evidente a importância do grupo para as mulheres, a fim de fortalecê-las quanto à busca de solução dos problemas enfrentados nessa fase, melhorar a autoestima e torná-las sujeitos ativos no cuidado de sua saúde.
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