RESUMO Este trabalho versa sobre os atravessamentos do modernismo na construção da identidade no município de Cataguases, situado na Zona da Mata (MG). A memória acionada por narrativas que amplificam feitos históricos sugere um tipo especial de função urbana conectada ao modernismo, da revista Verde e ao Ciclo de Cataguases (Humberto Mauro). Enquanto sombreia qualquer expressão da cultura popular, o mito da vocação cultural inventa uma localidade supostamente propensa ao pleno exercício da arte de vanguarda.
O presente texto tem como propósito oferecer uma visão panorâmica sobre as religiões de matrizes afro-brasileiras em quatro municípios pertencentes à microrregião de Cataguases. Pautado na noção de racismo epistemológico, difundida por Abdias do Nascimento, procurou-se ocupar uma lacuna no que se refere à produção do conhecimento sobre as crenças alternativas, sobretudo, às denominações evangélicas e católica. A possibilidade de desconstruir estereótipos e dar a conhecer alguns templos de umbanda e candomblé nas localidades estudadas, bem como a permanência dos casos de intolerância religiosa contra as suas lideranças e frequentadores, foram questões que motivaram esta pesquisa.
As casas de umbanda constituem a maior parte das unidades religiosas de matrizes afro-brasileiras estabelecidas na microrregião de Cataguases, situada na Zona da Mata de Minas Gerais. Suas lideranças foram contatadas a partir de um projeto de mapeamento desenvolvido ao longo dos últimos anos no âmbito da Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG – Unidade Leopoldina. Os registros ora apresentados revelam detalhes dos espaços sagrados, bem como permitem observar uma certa corporalidade compartilhada por pais e mães de santo. Ladeados por seus congás, esses atores sociais rompem a barreira da invisibilidade e se apresentam como protagonistas de uma história capaz de revelar uma imensa riqueza litúrgica e ritual.
O objetivo deste artigo é analisar a mais tradicional festa católica ocorrida na cidade de Cataguases – MG. A proposta realça aspectos históricos entremeados com a observação etnográfica dos festejos em homenagem a Santa Rita de Cássia. Tal perspectiva ensejou o olhar em direção ao fluxo contínuo de interações entre os indivíduos envolvidos nas comemorações e tem como plano de fundo a ideia de vocação cultural associada à construção da identidade cataguasense.
O presente artigo vai ao encontro de uma reflexão sobre algumas pontes e pontilhões de madeira, em estado de precariedade, nas estradas vicinais dos distritos de Cataguases (MG). Nesta pesquisa, percorreu-se as vias de acesso às comunidades de Sereno, Glória de Cataguases e Cataguarino. Ao longo do trajeto, observou-se uma abundante presença do bambu na paisagem rural, inclusive, nas proximidades das pontes e pontilhões. Enquanto material não convencional de alta leveza e resistência, o bambu pode ganhar outros significados e valores para os moradores locais. Pautado por uma percepção multidisciplinar, evidencia-se possibilidades de aplicação do bambu para a (re)construção de edificações que ligam os indivíduos a suas realidades socioespaciais.
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