No Brasil há mais de 20 mil cavernas registradas no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE), das quais algumas centenas são usadas de modo formal ou informal para a visitação turística e apenas 44 contam com o instrumento formal que regula a gestão deste uso, o Plano de Manejo Espeleológico (PME). Isso implica em aspectos positivos e negativos para o setor e desafios para as entidades gestoras de cavernas turísticas, públicas e privadas. Diante disso, esta investigação foi realizada com o objetivo de apresentar propostas para ampliar a sustentabilidade do espeleoturismo no país. Trata-se de um estudo de caso sobre cinco cavernas turísticas localizadas em Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu através da revisão da literatura e da pesquisa de campo, que envolveu observação direta e entrevista semiestruturada com os gestores utilizando como instrumento um questionário. Posteriormente, os dados foram organizados e interpretados utilizando a análise de conteúdo como método. Os resultados obtidos ressaltam as potencialidades e as limitações de cada tipo de gestão de caverna turística, e constatam que a sustentabilidade do espeleoturismo no Brasil será atingida por meio da consolidação de parcerias efetivas entre o governo e as entidades privadas.
O presente estudo teve por objetivo analisar as implicações da atividade turística no Distrito de Extração (Diamantina, Minas Gerais), popularmente conhecido como Curralinho, a partir da percepção dos moradores locais. A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica, análise documental, observação direta da comunidade em períodos distintos e entrevistas dos moradores utilizando questionário semiestruturado. Os resultados obtidos demonstram a necessidade de capacitação e qualificação dos moradores locais para o melhor aproveitamento dos benefícios que podem ser gerados para comunidade através do turismo. Espera-se que esse estudo subsidie intervenções do poder público e da iniciativa privada, com o intuito de se criar um planejamento turístico adequado a realidade local, considerando as percepções e participação dos moradores em todo o processo de desenvolvimento do turismo.
Em tempos recentes, em todo o mundo, muitas cavidades naturais têm sido abertas ao público, para prática de atividades contemplativas, esportivas e científicas sendo tratadas como atrações turísticas. Esse segmento ficou conhecido como turismo espeleológico ou, simplesmente, espeleoturismo. Contudo, a fragilidade do ambiente subterrâneo torna o desenvolvimento do espeleoturismo um desafio sob a ótica da sustentabilidade. Neste contexto, o presente estudo buscou apresentar um panorama geral do espeleoturismo em Portugal, através do levantamento das grutas turísticas existentes no país, e a caracterização da forma de gestão do uso público. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016, e envolveu revisão bibliográfica e entrevista com representantes das entidades responsáveis pela gestão das grutas turísticas, por meio da aplicação de um inquérito on line. Verificou-se que, em Portugal, atualmente, existem 12 grutas turísticas, que estão concentradas na Região do Centro, no Maciço Calcário Estremenho, e nos Açores, onde constituem túneis lávicos. Algumas são monitoradas por órgãos ou empresas públicas, outras por empresas privadas e, até mesmo, por entidades do terceiro setor. Este estudo permitiu gerar informações importantes que contextualizam o atual estágio do espeleoturismo em Portugal, preenchendo assim uma lacuna do conhecimento sobre o tema.
Muito se tem discutido sobre o desenvolvimento das Unidades de Conservação (UCs) e a relação destas com os conflitos fundiários e socioambientais. Nos últimos anos, o Turismo de Base Comunitária (TBC) tem sido visto como possibilidade de resolução de tais conflitos e como forma de promover inovação tecnológica e local. Pensando nesta perspectiva é que se chega ao turismo no Parque Estadual do Biribiri (PEBI) e sua relação com a comunidade de Pinheiro. Diante disso, o objetivo é realizar uma análise dos atrativos da comunidade do Pinheiro e os conflitos com o PEBI. O método foi à pesquisa documental no qual foi analisado o Plano de Manejo do PEBI e as atlas das reuniões comunitárias de Pinheiro, observação participante e a aplicação de entrevistas com os representantes da comunidade de Pinheiro. Como resultado notou-se que Pinheiro tem diversificados atrativos que podem ser desenvolvidos através do TBC, porém ainda precisa-se resolver os conflitos locais relacionados a questão fundiária e de uso das áreas naturais. Diante de todos os apontamentos aqui elencados conclui-se que é preciso traçar estratégicas coletivas para elaborar soluções para a resolução dos empecilhos socioambientais. Por fim, a aposta analítica é que o desenvolvimento do TBC no PEBI possa gerar resultados satisfatórios, promovendo a aproximação de ambos os atores e assim, promova a atividade de forma sustentável e socialmente inclusiva.
Em 1986, foi criado nos Estados Unidos a Rails-to-Trails Conservancy, entidade sem fins lucrativos com a missão de contribuir para conservação do patrimônio ferroviário, transformando os ramais abandonados em trilhas ferroviárias destinadas, exclusivamente, para caminhantes, ciclistas e cavaleiros. Com essa perspectiva, há 15 anos iniciou-se uma mobilização comunitária para transformar o antigo Ramal Ferroviário Corinto-Diamantina, localizado no Vale do Jequitinhonha/MG, na primeira trilha ferroviária do Brasil, denominada Trilha Verde da Maria Fumaça - TVMF. Além da conservação dos bens ferroviários, a TVMF busca a dinamização da economia local através do Turismo de Base Comunitária. Este artigo corresponde a um estudo de caso da TVMF, de caráter exploratório-descritivo. A pesquisa envolveu revisão bibliográfica e entrevista do gestor da ONG Caminhos da Serra, utilizando questionário semiestruturado. A análise qualitativa dos dados permitiu obter resultados que proporcionam o entendimento sobre a TVMF, contribuem para a abertura da discussão sobre trilhas ferroviárias no Brasil e fornecem informações para subsidiar aplicações práticas em outras ferrovias que se encontram abandonadas. Trilha Verde da Maria Fumaça: railroad heritage and tourism in the Vale do Jequitinhonha (Brazil). In 1986, the Rails-to-Trails Conservancy was created in the United States, a nonprofit organization with a mission to contribute to conservation of the railway heritage, turning extensions abandoned on rails trails, designed exclusively for walkers, cyclists and riders. With this perspective, 15 years ago a community began a mobilization to transform the old Railway Corinto-Diamantina, located in Vale do Jequitinhonha / MG, into the first rail trails in Brazil, called Trilha Verde da Maria Fumaça - TVMF. In addition to the conservation of rail assets, TVMF seeks to stimulate the local economy through the Community Based Tourism. This article is an exploratory and descriptive case study of TVMF. The research involved literature review and interview questions for the manager of the NGO Caminhos da Serra, by using semi-structured questionnaire. Through qualitative analysis of data it was possible to get results that provide an understanding of the TVMF, contribute to opening the discussion about rails trails in Brazil, and provide information to support practical applications in other railways that are abandoned. KEYWORDS: Railway Tourism; Sustainable Tourism; Rails Trails.
O Parque Estadual do Biribiri - PEBI criado pelo Decreto Estadual de nº. 39.909, de 22 de setembro de 1998, está localizado no município de Diamantina - MG e é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, os parques têm a finalidade de proteger a biodiversidade local, promover e auxiliar estudos e pesquisas científicas, e criar alternativas do uso sustentável dos recursos naturais, interpretação ambiental, através da prática de recreação e lazer, como o ecoturismo. A criação do PEBI se justifica pelo fato de sua área apresentar várias espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, além de possuir inúmeros atrativos turísticos e importantes sítios arqueológicos. Apesar de não estar oficialmente aberto à visitação, o PEBI é um dos Parques Estaduais mais visitados de Minas Gerais. Em média, mais de 40.000 visitantes vão ao PEBI anualmente. O vigente trabalho visa expor os dados gerados pelo monitoramento da visitação do PEBI e detalhar suas implicações para o planejamento e gestão da unidade. A falta de estruturação do Parque e os impactos ambientais inerentes da visitação pública justificaram o início de ações de quantificação e qualificação dos seus visitantes. Este trabalho iniciou-se no ano de 2008 e é executado pela equipe do PEBI e seus colaboradores, no acesso aos principais atrativos do Parque, todos os dias do ano, das 08 às 18 horas. Os visitantes são abordados recebendo as normas do PEBI, momento este em que são colhidos os dados que são posteriormente tabulados e divulgados. Identificou-se que o mês com maior visitação é fevereiro seguido por janeiro com médias de 8908 e 4284 visitantes respectivamente. O mês com menor visitação foi junho com média de 1300 visitantes. Dos visitantes 47% são originários de Diamantina, 20% são de Belo Horizonte e 8% vêm de outros estados. Identificou-se que somente 6% dos visitantes não se utilizam de meios de transporte motorizados, sendo que 3% são ciclistas e 3% adentram ao Parque a pé. Quanto às atividades pretendidas dentro do PEBI as de balneários foram citadas por 40% dos entrevistados seguida pela busca por paisagens com 16%, e pelas caminhadas e pelos esportes de aventura ambos citados por 11% dos entrevistados. Os dados levantados têm embasado o planejamento do PEBI, subsidiando ações emergenciais que visam melhorias no uso público, antes mesmo da sua abertura oficial. Além disso, estes dados permitem a programação das ações contingenciais evitando esforços excessivos ou subestimados da equipe. A pesquisa indicou quais atividades de ecoturismo devem ser prioritariamente desenvolvidas dentro do PEBI. O contato com os visitantes possibilitou ainda a difusão de normas de conduta dentro da unidade, o que têm contribuído para minimizar impactos e multiplicar as informações referentes á unidade de conservação na comunidade. Palavras-chaves: Unidade de Conservação; Monitoramento; Planejamento.
O Brasil possui um patrimônio espeleológico de grande valor científico e cultural que atrai, anualmente, um número considerável de visitantes. Entretanto, apesar das cavidades naturais existentes no país serem consideradas bens da União, na maioria dos casos, a visitação acontece sem qualquer monitoramento causando sérios danos ao ambiente cavernícola, além de conflitos com os moradores locais. Essa seria a situação esperada para a Gruta do Salitre, situada na proximidade de Diamantina, Minas Gerais, se não fosse gerenciada há quatro anos por uma ONG em parceria com a comunidade local. Porém, embora a entidade esteja desenvolvendo o monitoramento da visitação e diversas ações de conservação na gruta, ela não dispõe de um fundo próprio que garanta em longo prazo a sustentabilidade gerencial deste atrativo natural. Portanto, visando contribuir para o alcance da sustentabilidade da gestão do uso público da gruta, este estudo buscou avaliar, do ponto de vista socioambiental, a importância da estruturação do turismo da Gruta do Salitre, com base no bem-estar proporcionado para seus usuários em geral. Para tanto, os visitantes da gruta e os moradores da comunidade Curralinho, situada a menos de 1 km do atrativo natural foram entrevistados no período de agosto a outubro de 2013, por meio de questionários semiestruturados com o intuito de identificar o perfil socioeconômico, as percepções em relação à cavidade natural e a disposição em pagar voluntariamente pela sua conservação. A análise dos resultados permitiu constatar diferenças no perfil socioeconômico e nas percepções dos grupos entrevistados. Enquanto a maioria dos visitantes da gruta possui ensino superior e recebe mensalmente acima de 3 salários mínimos, os moradores locais possuem apenas ensino básico e sobrevivem com até um salário mínimo por mês. Os visitantes em geral são provenientes de Minas Gerais, hospedam-se nas pousadas ou hotéis de Diamantina, e gastam acima de 100 reais por dia. Após o fim do apogeu da mineração na região os moradores de Curralinho passaram a enfrentar uma grave crise na oferta de trabalho na comunidade que permanece até os dias atuais. Contudo, os moradores estão mais dispostos a contribuir financeiramente para a conservação da gruta, sobretudo, porque acreditam que a cavidade pode trazer benefícios para comunidade através do turismo. Por outro lado, os visitantes entrevistados que negaram a possibilidade de contribuir anualmente para a conservação da gruta, consideram que essa responsabilidade é exclusiva do poder público. Os resultados obtidos neste estudo sinalizaram importantes informações para serem consideradas no planejamento da gestão do uso público e para o desenvolvimento efetivo do espeleoturismo local. Perceptions and socioeconomic profile of visitors and the local community to develop speleotourism in a natural attraction from Minas Gerais, Brazil ABSTRACT The speleological heritage of Brazil has high scientific and cultural value, attracting a large number of visitorsevery year. However, despite the natural cavities of the country being considered national government areas, in most cases, visitation takes place without any monitoring causing serious damage to the cave environment, and conflicts with local residents. This would be the expected situation for Salitre Cave, located in the vicinity of Diamantina, Minas Gerais, Brazil, if not for the four years of management by an NGO in partnership with the local community. Yet, while the organization is still developing the visitation monitoring and diverse conservation actions in the cave, there is not a proper financial resource to ensure long-term sustainability of the natural attraction’s management. Therefore, to contribute to the sustainable management of public use of the cave, this study aimed to evaluate the importance of structuring the speleotourism of Salitre Cave, based on the well-being provided to it’s general users. Thus, the visitors and the residents of the Curralinho community, located about 1 km from the natural attraction, were interviewed during the period from August to October 2013, through semi-structured questionnaires in order to identify their socioeconomic profile, their perceptions in relation to the natural cavity and their willingness to pay voluntarily for the cave’s care. Analysis of the results helped establish differences in the socioeconomic profile and perceptions of the two respondents groups. While most of the cave visitors have received some form of higher education and earn over three monthly minimum wages, local residents have only received basic education and survive on up to one minimum wage per month. Visitors generally come from Minas Gerais, staying in hostels or hotels in Diamantina, and spend more than 100 reais a day. After the end of the mining peak in the region, residents of Curralinho have faced a serious labor supply crisis in the community that remains to this day. However, residents are more willing to contribute financially to the conservation of the cave mainly because they believe that the cavity can benefit their community through the development of tourism. On the other hand, visitors who declined the opportunity to contribute annually to the conservation of the cave consider that this responsibility rests solely with the government. The results obtained in this study had important information to be considered in the planning of the management of public use and for effective development of the local speleotourism. KEYWORDS: Gruta do Salitre; Geotourism; Geoconservation; Speleological heritage; Serra do Espinhaço.
We investigate stable intersections of conformal Cantor sets and their consequences to dynamical systems. First we define this type of Cantor set and relate it to horseshoes appearing in automorphisms of $\mathbb {C}^2$ . Then we study limit geometries, that is, objects related to the asymptotic shape of the Cantor sets, to obtain a criterion that guarantees stable intersection between some configurations. Finally, we show that the Buzzard construction of a Newhouse region on $\mathrm{Aut}(\mathbb {C}^2)$ can be seen as a case of stable intersection of Cantor sets in our sense and give some (not optimal) estimate on how ‘thick’ those sets have to be.
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