Este trabalho apresenta um estudo narrativo sobre experiências de aprendizagem de português como língua adicional (PLA) de sete estudantes de diferentes nacionalidades em caráter de imersão em contexto universitário no Brasil. A experiência é tomada como construto e unidade de análise (MICCOLI, 1997-2014) e os dados foram analisados com base no Marco de Referência de Experiências de Aprendizagem (MICCOLI, 2007b, 2010). Os resultados apontam similaridades entre as experiências de estudantes de PLA e as experiências de estudantes de inglês, documentadas por Miccoli (1997; 2007b, 2010). O contexto de imersão acadêmico-universitário, entretanto, é o diferencial nas experiências de aprendizagem de PLA, por trazer à tona questões relativas à interação entre culturas e ao acolhimento do estudante estrangeiro, que se relacionam, entre outros elementos, ao processo de internacionalização das universidades.
O artigo relata o processo de desenvolvimento de material didático para o ensino específico de português como língua adicional (PLA), tendo como aporte a proposta pedagógica de implementação de gêneros em sala de aula de língua inglesa para fins específicos (RAMOS, 2004). Seguindo, ainda, a dinâmica sugerida por Silva; Leurquin (2014) de elaboração de material didático, desenvolveu-se uma unidade didática em torno do gênero apresentação oral, utilizada com alunos estrangeiros intercambistas inscritos em cursos do Idiomas Sem Fronteiras – Português (IsF-Português) da Universidade Federal de São João del-Rei - MG. Considerando-se a importância e a carência do trabalho com gêneros orais em sala de aula de línguas estrangeiras, busca-se refletir sobre as implicações do desenvolvimento de material com fins específicos para o processo de ensino-aprendizagem de PLA no contexto universitário, bem como para a formação inicial do professor.
Neste ensaio, abordamos elementos da Análise do Discurso que podem contribuir para uma perspectiva crítica e decolonial na formação de professores de português como língua de acolhimento (PLAc). Procuramos dar destaque ao que há de discursivo no “acolhimento” aos deslocados forçados no âmbito do ensino e da aprendizagem de PLAc e, nessa direção, discutimos o discurso da falta (DINIZ; NEVES, 2018) e o discurso da obrigatoriedade da aprendizagem do português (LOPEZ, 2018). A retomada de elementos teóricos provenientes da Análise do Discurso possibilitou-nos identificar, em ambos os discursos, efeitos de sentido do discurso pedagógico (ORLANDI, 1996), no âmbito do qual se promove um “esmagamento do outro” em função de imagens socialmente cristalizadas do professor e do aluno. Vislumbramos a possibilidade de resistência e deslocamento em relação a ambos os discursos na medida em que, em oposição ao discurso pedagógico, se promova uma relação mais conflituosa entre professor de PLAc e aprendiz, a partir da qual se dá voz aos alunos e se garante a eles a possibilidade de discordância. Tal possibilidade de resistência e deslocamento, elaborada a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso, é um elemento que pode contribuir para a decolonialidade na formação de professores de PLAc.
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