Antonio Gramsci formulou o conceito de hegemonia e Raymond Williams o de contra-hegemonia, pois considerava o primeiro lacunar. Seria mesmo? Essa pergunta orienta a abordagem aqui realizada, por meio da qual objetiva-se mostrar que o conceito de hegemonia de Gramsci explica a configuração do Estado, depois da segunda metade do século XIX, e novas estratégias de luta social. Em momento algum, Gramsci refere-se à ideia de contra-hegemonia, mesmo analisando situações que Williams interpretaria como contra-hegemônicas. O conceito de contra-hegemonia ganhou enorme difusão em âmbito internacional, em vários campos do conhecimento, de modo que se chegou a afirmar que foi produzido por Gramsci. O exame do tema utilizou como metodologia uma revisão bibliográfica de textos clássicos e de comentadores, possibilitando concluir que a ideia de contra-hegemonia é de Raymond Williams e demonstrar o não entendimento do conceito de hegemonia. O acréscimo ao corpus teórico gramsciano da categoria de contra-hegemonia manifesta também retrocesso e contradição. Retrocesso porque tal ideia se insere no contexto de guerra de movimento, da “fórmula de 1848” e aplica-se à conjuntura europeia da primeira metade do século XIX, analisada por Gramsci, quando o Estado era sinônimo de sociedade política e a sociedade civil era incipiente. Então, não havia espaço para os grupos subalternos se organizarem e influírem sobre a política estatal. Contradição porque hegemonia e contra-hegemonia se excluem mutuamente, pois, enquanto a luta pela hegemonia apenas se configura em um contexto de desenvolvimento da sociedade civil, a ideia de contra-hegemonia remete ao contexto de guerra de movimento, ao Estado-força, em que predomina a sociedade política, a coerção.GRAMSCI NEVER MENTIONED THE CONCEPT OF COUNTER-HEGEMONYAbstract: Antonio Gramsci formulated the concept of hegemony and Raymond Williams the counter-hegemony, considering the first incomplete. Was it really? This question guides the approach taken here. It is shown that Gramsci's concept of hegemony explains the configuration of the state after the second half of the nineteenth century and new strategies of social struggle. At no time, Gramsci refers to the idea of counter-hegemony, even analyzing situations that Williams would interpret as counter-hegemonic. The concept of counter-hegemony gained enormous diffusion in an international scope, in several fields of knowledge, coming to claim that it was produced by Gramsci. The examination of theme used as a methodology a bibliographical revision of classic texts and commentators, allowing to conclude that the idea of counter hegemony is of Raymond Williams and demonstrates the non-understanding of the concept of hegemony. The addition to the Gramscian theoretical corpus of the category of counter-hegemony also manifests retrogression and contradiction. Retrogression because such an idea fits into the context of war of movement, the "formula of 1848". It applies to the European context of the first half of the nineteenth century, analyzed by Gramsci, when the state was synonymous with political society and civil society was incipient. So there was no political condition for subaltern classes to organize themselves and influence state policy. Contradiction because hegemony and counter-hegemony mutually exclude each other. While the struggle for hegemony only takes place in a context of civil society development, the idea of counter-hegemony refers to the context of war of movement, characterized by the prevalence of coercion, in which political society (which rules through force) predominates.Keywords: Antonio Gramsci. Raymond Williams. Power. Hegemony. Counter-hegemony.GRAMSCI NUNCA MENCIONÓ EL CONCEPTO DE CONTRAHEGEMONÍAResumen: Antonio Gramsci formuló el concepto de hegemonía y Raymond Williams el de contra hegemonía, pues consideraba el primer incompleto. ¿Sería mismo? Esta pregunta guía el enfoque aquí adoptado, por medio del cual se objetiva mostrar que el concepto de hegemonía de Gramsci explica la configuración del Estado, después de la segunda mitad del siglo XIX, y las nuevas estrategias de la lucha social, sino que, en ningún momento, Gramsci se refiere a la idea de contra hegemonía, incluso analizando situaciones que Williams interpretaría como contra hegemónicas. El concepto de contra hegemonía ganó enorme difusión en el ámbito internacional, en varios campos del conocimiento, llegando a afirmarse que fue producido por Gramsci. El examen del tema utilizó como metodología una revisión bibliográfica de textos clásicos y de comentaristas, posibilitando concluir que la idea de contra hegemonía es de Raymond Williams y demuestra el no entendimiento del concepto de hegemonía. El acrecimiento al corpus teórico gramsciano de la categoría contra hegemonía manifiesta también retroceso y contradicción. Retroceso porque tal idea se inserta en el contexto de guerra de movimiento, de la "fórmula de 1848". Se aplica a la coyuntura europea de la primera mitad del siglo XIX, analizada por Gramsci, cuando el Estado era sinónimo de sociedad política y la sociedad civil era incipiente. Entonces no había espacio para los grupos subalternos se organizar y influir sobre la política estatal. Contradicción porque hegemonía y contra hegemonía se excluyen mutuamente, pues la lucha por la hegemonía sólo se configura en un contexto de desarrollo de la sociedad civil, la idea de contra hegemonía se remite al contexto de guerra de movimiento, al Estado-fuerza, en que predomina la sociedad política, la coerción.Palabras clave: Antonio Gramsci. Raymond Williams. Poder. Hegemonía. Contra hegemonía.
Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da Universidade do Estado de Minas Gerais durante o movimento de adaptação dos seus cursos presenciais para o ensino remoto durante a pandemia de Covid-19, fato que forçou as instituições educacionais a se adaptarem e se utilizarem das TDICs para manter a oferta dos seus cursos. No caso da UEMG, a Coordenadoria de Ensino a Distância teve papel de protagonista porque foi a responsável pelo suporte técnico e pedagógico através da gestão das atividades na Plataforma AVA/Moodle , além de dar continuidade à gestão dos cursos de graduação, pós-graduação e extensão ofertados na EaD, optou-se pela diferenciação conceitual entre modalidade a distância e ensino remoto emergencial, apesar de ter pontos em comum como as ferramentas tecnológicas utilizadas e o distanciamento físico no processo ensino e aprendizagem.
Este texto tem como objetivo entender as principais influências intelectuais e políticas que incidirão sobre a personalidade do Jovem Gramsci, e que de certa maneira permanecerão e serão reformuladas no Gramsci da maturidade no cárcere fascista. Nesse sentido, foi realizado um levantamento bibliográfico amplo sobre as principais fontes (fatos e obras) com as quais Gramsci dialetizará nos contextos das Duas Internacionais. Como resultado da pesquisa, percebe-se o leque amplo de incidências que ajudaram a moldar a personalidade intelectual e política do jovem sardo e como também Gramsci se relacionara criticamente com toda aquela atmosfera rica de ideias e transformações sociais. Conceitos como Revolução Passiva, Hegemonia, Guerra de Movimento e Guerra de Posição, dentre outros, emergirão nesse confronto com o ambiente profícuo em que Gramsci estava inserido.
Neste artigo, resgatam-se algumas contribuições de Antônio Gramsci, especificamente seus escritos sobre Vontade Coletiva e Técnica do Pensar e, como este último conceito, relaciona-se ao primeiro no sentido de ser condição para a autonomia intelectual e moral das pessoas, preparando-se, dessa maneira, o terreno para que uma vontade coletiva nacional-popular seja construída e uma nova hegemonia concretizada por parte dos grupos sociais subalternos. Indicam-se também possíveis relações entre a importância da reflexão gramsciana e a compreensão das relações entre ensino e cultura digital, situando o cenário mais amplo dessa problemática. Desse modo, aborda-se aqui a questão das mídias digitais no contexto escolar e as modificações nas metodologias de ensino derivadas do avanço das tecnologias neste século.Palavras-chave: Mídias Digitais; Vontade Coletiva; Técnica do Pensar. GRAMSCIAN CONTRIBUTIONS IN THE ANALYSIS OF THE INCORPORATION OF DIGITAL MEDIA IN THE BRAZILIAN EDUCATIONAL SCENARIOAbstractIn this article, some contributions of Antônio Gramsci are rescued, specifically his writings on Collective Will and Technical of Thinking and, as this last concept, relates to the first in the sense of being a condition for the intellectual and moral autonomy of the people, thus establishing the ground for a national-popular collective will to be built and a new hegemony achieved by subaltern social groups. It also indicates possible relations between the importance of gramscian reflection and the understanding of the relations between teaching and digital culture, placing the broader scenario of this problem. Thus, the issue introduces here the question about of digital media in the school context and the changes in teaching methodologies derived from the advancement of technologies in this century.Keywords: Digital media; Collective Will; Technical of Thinking.
Neste artigo, resgatam-se algumas contribuições de Antônio Gramsci, especificamente seus escritos sobre Vontade Coletiva e Técnica do Pensar e, como este último conceito, relaciona-se ao primeiro no sentido de ser condição para a autonomia intelectual e moral das pessoas, preparando-se, dessa maneira, o terreno para que uma vontade coletiva nacional-popular seja construída e uma nova hegemonia concretizada por parte dos grupos sociais subalternos. Indicam-se também possíveis relações entre a importância da reflexão gramsciana e a compreensão das relações entre ensino e cultura digital, situando o cenário mais amplo dessa problemática. Desse modo, aborda-se aqui a questão das mídias digitais no contexto escolar e as modificações nas metodologias de ensino derivadas do avanço das tecnologias neste século.Palavras-chave: Mídias Digitais; Vontade Coletiva; Técnica do Pensar. GRAMSCIAN CONTRIBUTIONS IN THE ANALYSIS OF THE INCORPORATION OF DIGITAL MEDIA IN THE BRAZILIAN EDUCATIONAL SCENARIOAbstractIn this article, some contributions of Antônio Gramsci are rescued, specifically his writings on Collective Will and Technical of Thinking and, as this last concept, relates to the first in the sense of being a condition for the intellectual and moral autonomy of the people, thus establishing the ground for a national-popular collective will to be built and a new hegemony achieved by subaltern social groups. It also indicates possible relations between the importance of gramscian reflection and the understanding of the relations between teaching and digital culture, placing the broader scenario of this problem. Thus, the issue introduces here the question about of digital media in the school context and the changes in teaching methodologies derived from the advancement of technologies in this century.Keywords: Digital media; Collective Will; Technical of Thinking.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.