Pena e col Valvuloplastia aórtica no tratamento da EAo
55Hospital Felício Rocho -Belo Horizonte Correspondência: Henrique P. Mundim Pena -Hospital Felício Rocho -Serviço de Cardiologia -Av. do Contorno,
Relato de CasoPacientes com estenose valvar aórtica crítica e choque cardiogênico apresentam elevada taxa de mortalidade e constituem um desafio terapêutico: a cirurgia de troca valvar aórtica, considerado o tratamento definitivo, apresenta risco cirúrgico bastante elevado 1 ; o transplante cardíaco, indicado em casos selecionados, é limitado pela escassez de órgãos e longas filas de espera 2 ; a valvuloplastia aórtica por balão é opção terapêutica paliativa, com bons resultados a curto prazo, entretanto, com elevada taxa de reestenose a longo prazo 3 . Descrevemos um caso em que a valvuloplastia aórtica por balão, ao promover a reversão do choque cardiogênico e compensação clínica, possibilitou a realização, em um segundo tempo, de cirurgia de troca valvar aórtica eletiva, em melhores condições e muito menor risco.
Relato do casoPaciente do sexo masculino, 36 anos, com história de dispnéia e fadiga há vários anos, progredindo há cerca de seis meses para dispnéia em repouso e anasarca. À internação, apresentava quadro de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada: pressão arterial (PA): 90/70mmHg, freqüência cardíaca (FC): 110bpm, anasarca, dispnéia, crepitações meso-teleinspiratórias em bases pulmonares, pulsos tardus e parvus, jugulares ingurgitadas a 45 o , ictus cordis propulsivo e desviado para a esquerda (6º-7º espaço intercostal x linha axilar anterior), presença de 3ª bulha, sopro mesotele-sistólico, ejetivo, pico tardio, com frêmito (grau IV/VI Levine), em borda esternal esquerda e área aórtica, irradiando à região cervical, hepatomegalia e ascite moderada.