Em 1976, a Argentina sofreu um golpe de Estado orquestrado pelos militares com apoio de setores da sociedade civil, em que é instaurado um regime do terror em defesa dos “valores ocidentais”. Tendo em vista os processos históricos anteriores ao golpe, o presente artigo contextualiza a natureza do regime ditatorial da Argentina e as práticas repressivas, que incluem a tortura, o roubo de bebês e o ocultamento de cadáveres, e apresenta a transição para o regime democrático após 1983. Através de uma comparação entre as bibliografias produzidas sobre a busca por verdade e por justiça na Argentina, busca-se tecer uma análise crítica sobre a Justiça de Transição do país, apresentando as contribuições da experiência argentina para o cenário global, em que a atuação da sociedade civil possui grande importância, e as limitações do processo.
Resumo: A Ditadura Militar da Argentina deixou diversas marcas em sua sociedade. Respaldado pelo discurso da ameaça comunista e pelo suposto terrorismo de esquerda, o golpe foi deflagrado em março de 1976; iniciou-se aí um período que ficou conhecido como “Terrorismo de Estado” que se prolongou até 1983. Tendo em vista essas duas narrativas completamente opostas que se relacionam com a palavra “terrorismo”, o presente artigo aplica a Teoria Crítica das Relações Internacionais buscando-se a resposta: existia o terrorismo revolucionário ou o terrorismo de Estado? É possível que tenha existido os dois? E a pergunta mais importante: o que é o Terrorismo? Trata-se, portanto, de um jogo de perguntas e respostas, fazendo uso uma categoria – terrorismo – e um discurso que ora é aplicado por um lado, ora por outro.
Abstract: The Military Dictatorship in Argentina left several marks in its society. Under the speech of the communist threat and by supposed left-wing terrorism, the coup d’état took place in March of 1976; after this, it has started a period that is known as “State Terrorism” that has ended only in 1983. In view of these two completely opposite narratives that are related to the word "terrorism", this article applies the Critical Theory of International Relations seeking the answer: was there revolutionary terrorism or state terrorism? Is it possible that the two have existed? And the most important question: What is Terrorism? It is, therefore, a question-and-answer game, using a category - terrorism - and a speech that is sometimes applied to one side or the other.
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