Durante muito tempo, a historiografia analisou os documentos de Gregório de Nissa (335/340-394 d. C.) como apêndice para os escritos dos outros dois Padres Capadócios: Basílio de Cesareia e Gregório de Nazianzo. Este artigo tem o objetivo de compreender o período de produção e circulação do discurso Contra Eunômio de Gregório de Nissa a partir de eventos vivenciados pelo próprio autor. Dessa maneira, intentamos relacionar os períodos de exilium e relegatio de Gregório com a produção e circulação de seu discurso Contra Eunômio.
ApresentaçãoÉ com muita satisfação que damos a público o primeiro número da revista História e Cultura, publicação semestral on-line produzida e editada pelo corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), com sede na cidade de Franca.A necessidade de uma publicação dessa natureza há muito se fazia sentir. Não é fácil, para um pós-graduando, poder dispor de espaço para divulgar suas pesquisas e trocar ideias com outros estudiosos -professores ou alunos -que investigam os mesmos temas aos quais ele se dedica. Normalmente, as publicações acadêmicas são por sua própria natureza seletivas, privilegiando autores já titulados; tal procedimento, aliás, é explicável, já que se torna necessário para assegurar uma boa qualificação no sistema Qualis CAPES. Na prática, o recurso mais usual para pós-graduandos divulgarem suas pesquisas é o das comunicações, em congressos científicos. Sem dúvida, trata-se de um excelente meio de divulgação, mas de alcance bem menos amplo do que o de uma revista periódica, já que nem sempre os respectivos Anais são publicados e os resultados das pesquisas ficam restritos, na maioria das vezes, ao âmbito oral e à publicação de resumos.História e Cultura propõe-se a divulgar produções escritas pelos próprios discentes, procurando, assim, dar seu contributo para que pós-graduandos stricto sensu da UNESP e de outras instituições universitárias de todo o Brasil, tanto alunos de História quanto de disciplinas afins, divulguem seus trabalhos. Pretende, ainda, facultar um espaço livre para debates e trocas de informação e de conhecimentos. No ambiente acadêmico, mais talvez do que em qualquer outra área da vida humana, têm importância fundamental os debates e trocas de conhecimentos. Sem eles, a vida intelectual se estagna, morre e se deteriora.Pelo sistema que adotamos para o funcionamento da revista, as equipes editoriais serão sempre temporárias e renováveis ano a ano. Cada volume, composto por dois números, será feito por uma equipe responsável, a qual será auxiliada pelos suplentes que, por sua vez, poderão se responsabilizar como titulares pelo próximo volume. Estes contarão, por sua vez, com o auxílio de um novo grupo de colegas que farão a revista seguinte, e assim por diante. O objetivo desse critério é, de um lado, Página | 2 Revista História e Cultura, Franca-SP, v.1, n.1, p.1-3, 2012.favorecer que a revista seja sempre renovada e dinâmica, e de outro possibilitar que um maior número de discentes nela trabalhem e adquiram, assim, conhecimento prático do funcionamento de uma revista acadêmica.A fim de se constituir numa publicação transparente e fidedigna, História e Cultura encontra-se estruturada a partir de um Conselho Editorial e um Conselho Consultivo com membros nacionais e internacionais. Em consonância com seus objetivos, pratica a avaliação dos artigos propostos sempre às cegas e por pares.Este primeiro número é composto de um dossiê temático, de dois...
Resumo: Os Padres Capadócios, bispos Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, ficaram assim conhecidos pela historiografia e pela literatura patrística por terem nascido, vivido e morrido na Província da Capadócia, no Oriente do Império Romano, atual Turquia, durante a segunda metade do século IV d.C. Entretanto, os três cristãos nicenos não tiveram suas vidas coadunadas na historiografia unicamente por serem conterrâneos: os três participaram dos mesmos conflitos político-religiosos, envolvendo a defesa do dogma trinitário. A relação entre o poder imperial e os grupos cristãos, e as relações entre os próprios Cristianismos, foi um dos temas protagonistas no século IV d.C. A partir de uma análise crítica dos testemunhos dos Padres Capadócios sobre o imperador Valente (364-378 d.C.), pretendemos enfatizar a relação entre os cristãos arianos e nicenos, uma vez que, em seus testemunhos, esses bispos auxiliaram na construção da imagem de Valente como inimigo estritamente religioso dos nicenos. Tal imagem foi utilizada pela historiografia para construção de uma memória que insere a morte desse imperador como um marco historiográfico acrítico que separa a perseguição de uma liberdade religiosa para os nicenos, que findaria em uma oficialização do Cristianismo niceno por Teodósio I em 380 d.C.
A revista História e Cultura, atenta às pesquisas e ao debate acadêmico desenvolvido na História e em áreas afins, traz neste número especial um dossiê voltado ao estudo da Antiguidade e do Medievo.
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