Este trabalho examina um aspecto importante na obra de Celso Furtado: a crítica às disfunções da ideologia liberal em situação de subdesenvolvimento em economias primário-exportadoras. Partindo da recusa dos automatismos de mercado, Furtado indica uma função para a ação política do Estado, dotado de maior protagonismo e capacidade de intervenção. O antiliberalismo de suas teses não se inclina à tradição autoritária, ao contrário, produzindo uma inédita percepção de necessidades democráticas para o projeto desenvolvimentista.
<p>Este artículo evalúa la relación entre Prebisch y Furtado en el contexto de la Revolución Cubana. La investigación parte de una lectura que separa el pensamiento cepalino de la estructura formal de la CEPAL encuadrada en el orden geopolítico de las Naciones Unidas. Esta lectura argumenta que, desde 1948, las estructuras originales del órgano delimitan las funciones objetivo de la comisión de acuerdo con la meta de mantener la estabilidad internacional. Esto hace que la CEPAL tenga, desde su origen, grandes dificultades para solucionar los problemas de desarrollo económico y social del continente, explicitando su contradicción de ser, al mismo tiempo, un generador de ideas económicas y un órgano subordinado a la estructura amplia de estabilidad del periodo posterior a la Segunda Guerra Mundial. Las tensiones entre Prebisch y Furtado fueron en buena medida resultado de los acontecimientos políticos en Cuba a partir de 1959, lo que refuerza la tesis contenida en esta lectura específica sobre la CEPAL.</p>
As análises da dimensão política e social presentes na teoria do desenvolvimento do estruturalismo cepalino, em sua primeira geração (1948-1960), estão marcadas pelas interpretações de Celso Furtado e José Medina Echavarría. Colocamos em questão as teses e projetos destes dois pensadores, buscando analisar como autores com diferentes métodos convergiram em uma mesma esfera de debate sobre o desenvolvimento/subdesenvolvimento, que é a política, com o privilégio do tema da democracia, e a análise das estruturas sociais. Desejamos compreender as semelhanças e diferenças encontradas nestes dois autores, primeiro, no que remete à ampliação da ideia de desenvolvimento para além da dimensão econômica e, segundo, na proposição do planejamento democrático como estratégia de superação do subdesenvolvimento. A análise realizada foi das produções das décadas de 1950 e 1960, de modo a demonstrar o ineditismo desta dimensão ampliada do desenvolvimento presente nestes autores.
A investigação sobre o café possui um lugar fundamental na história brasileira e no pensamento político e social brasileiro, formando, assim, parte dos grandes temas históricos da nação, e que estão também presentes no imaginário social e cultural dessa sociedade. Do mesmo modo que o complexo socioeconômico canavieiro do Nordeste, desde o século 16, e a economia mineira no Centro-Sul, nos séculos 17 e 18, são grandes complexos (ou ciclos) da colonização brasileira, a economia do café, e todas as relações sociais e culturais implicadas neste sistema econômico, seguem marcha no processo histórico desde o século 19 brasileiro. A tematização em torno do café está presente nos intelectuais, literatos, jornalistas, homens públicos, entre o fim do século 19 e as três primeiras décadas do século 20; foi assunto também em parte da produção dos "intérpretes do Brasil", na posição de A. Candido (2007), bem como foi um tema interessante que acompanhou o processo de institucionalização das ciências sociais, da economia e da história, entre as décadas de 1930 e 1950, principalmente na produção intelectual de São Paulo e Rio de Janeiro. Entre o final do século 19 até a década de 1930, ressaltamos expressões literárias sobre o café em vários autores, como os paulistas Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Mário de Andrade, Paulo Prado, dentre outros. Pós-década de 1930 temos muitos trabalhos dedicados ao café. Apontamos os "intérpretes do Brasil", como Caio Prado Junior, Roberto
Resumo No primeiro Plano Diretor da SUDENE (1961-1963), sob coordenação de Celso Furtado, a questão agrária constituiu importante paradigma para a construção de uma política de desenvolvimento para a região Nordeste. Este artigo busca analisar a política agrária sistematizada no documento do Anteprojeto do Plano Diretor em suas seguintes fases: o diagnóstico da crise social e efeitos da seca, a proposta de reestruturação agrícola direcionada à produção de alimentos e combate à fome, e a política de abastecimento e colonização para diminuição do deslocamento populacional forçado. Esses elementos constituem a base do prognóstico da política agrária da SUDENE e da proposta de transformação estrutural para redução das desigualdades sociais, para uma nova agricultura e um novo agricultor. O plano encaminhado pela SUDENE resultou da pactuação intraelites do Conselho Deliberativo da SUDENE, entre governadores e representantes de ministérios, e mesmo representando a “medida do possível” para a estrutura agrária, conheceu sua derrocada política.
Formação econômica do Brasil completou 60 anos de publicação em 2019, e Celso Furtado é uma vez mais empunhado na reflexão sobre a história e a economia do Brasil, ressignificando os horizontes possíveis de interpretação desse clássico, as influências deixadas (o legado), as críticas historiográficas e econômicas, bem como o seu lugar no pensamento político, social e econômico brasileiro. Celso Furtado e os 60 anos de Formação econômica do Brasil (2020), livro objeto desta resenha, organizado por Alexandre Macchione Saes e Alexandre de Freitas Barbosa, traz 16 análises, em diferentes perspectivas, reforçando a necessidade e a atualidade de se voltar à obra e ao pensamento de Furtado.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.