Resumo: Este artigo pretende investigar a maneira pela qual o filósofo francês Jean-Paul Sartre enquadra, em sua psicologia fenomenológica da imaginação, a problemática acerca do irreal normal e do irreal patológico. Estruturando psicofenomenologicamente a atividade da consciência imaginante, será possível ver que a imagem (consciência imaginante) difere radicalmente da percepção (consciência perceptiva), mas ambas permanecem, contudo, consciência intencional. Nessa toada, cabe a indagação: se toda consciência imaginante é consciência intencional (o que significa, igualmente, que ela é consciência de si mesma), como enquadrar as experiências alucinatórias?
Neste artigo pretendemos analisar a maneia pela qual o filósofo francês Jean-Paul Sartre modaliza, a partir da psicanálise existencial elaborada em L’être et le néant (1943), sua biografia existencial sobre o poeta Charles Baudelaire. Em Baudelaire (1947), seremos capazes de localizar os prolegômenos a toda biografia existencial sartreana futura, isto é, o modus operandi de investigação/escrita biográfica de Sartre.
O artigo em tela busca apresentar o embate entre, de um lado, a antropologia filosófica de Sartre e, de outro, a antropologia estrutural de Lévi-Strauss. Para esta lida, trazemos à baila o díptico Sartreano Questions de Méthode (1957) e Critique de la Raison dialectique (1960) e a obra levistraussiana La pensée sauvage (1962). Através deste confronto, objetivamos especificar a referida antropologia de Sartre e o modo ela, em pleno “vórtice estrutural”, responde à questão da estrutura.
O presente artigo perscruta o modo dialético pelo qual Sartre, desde os anos 1960, aclimata a vida psíquica e o vivido. Para esta lida, realizaremos uma incursão investigativa sustentada por um conjunto de escritos sartreanos deste período, dando especial enfoque sobretudo ao ensaio Questões de método (1957) e à conferência que nosso autor profere em 1961, e cujo título, Marxismo e subjetividade, é revelador da sua tentativa de conciliar o existencialismo e o materialismo histórico à luz de uma dialética existencial. Na sequência, mostramos como a dialetização da vida psíquica, que pressupõe uma antinomia dialética (presença a si e ausência de si), enseja, por parte do filósofo, uma crítica pontual à psicanálise freudiana.
RESUMO O presente artigo pretende restituir o exame ontofenomenológico da ipseidade e da temporalidade em “L’être et le néant” (1943) a partir de dois momentos, quais sejam: fenomenologia das três dimensões temporais e ontologia da temporalidade. Este duplo exame não poderá ser pensado sem uma definição prévia do para-si como ipse temporal que falta de... para..., isto é, como ser que, enquanto nada de ser, é uma falta de ser (falta de coincidência consigo) que busca, em vão, preenchê-la. A impossibilidade deste preenchimento (ou impossibilidade de coincidência), como buscaremos evidenciar, é ontologicamente necessária para que a temporalização do serpara-si não se deixe infestar com a inércia típica do ser-em-si.
O presente artigo objetiva uma análise crítica da aproximação de Sartre com o marxismo. Para tanto, são analisados alguns conceitos fundamentais de Questions de Méthode (1957). Como buscaremos evidencia aqui, o filósofo, apesar de incorporar o social em suas análises, parece insistir em um subjetivismo que traz consequências paradoxais para esta sua nova fase filosófica.
Este artigo visa analisar a categoria do mágico em duas obras fenomenológicas do filósofo francês Jean-Paul Sartre, quais sejam: La transcendance de l’Ego (1934) e Esquisse d’une théorie des émotions (1938). Em ambos os textos, o expediente do mágico é recorrente e assinala, por sua vez, uma certa experiência (de fuga) da consciência que poderíamos nomear como anti-fenomenológica. Ademais, este registro do mágico constitui para Sartre um modo, digamos, privilegiado no que tange à análise da ininteligibilidade da relação da consciência com o mundo, com os outros e consigo mesma.
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