Sombras do Araguaia na minha vida Guiomar de GrammontEu fazia a graduação em História, em Mariana, quando encontrei num sebo uma revista sobre a Guerrilha do Araguaia, publicada em 1978, em uma parceria entre o historiador Sérgio Buarque de Holanda, o jornalista Palmério Dória, e o fotógrafo Vincent Carelli 1 . Ousada e interessante, a revista falava da guerrilha a partir de quatro perspectivas: a dos guerrilheiros, em que o entrevistado era José Genoíno 2 , ainda completamente desconhecido do público; a dos militares, com o depoimento de Jarbas Passarinho 3 e a dos índios, os quais descreviam com onomatopeias a invasão dos céus por helicópteros militares. No momento em que descobri a revista, nos anos oitenta, a guerrilha, que tinha acontecido em datas imprecisas entre 1969 e 1976, era ainda cercada por um muro de censura e silêncio que os militares haviam imposto sobre esse episódio, um dos mais trágicos da história do Brasil. Cerca de oitenta guerrilheiros e camponeses participaram do conflito, que não deixou mais do que vinte sobreviventes.Li, fascinada, o relato sobre a perseguição aos guerrilheiros na mata e sobre suas estratégias e esconderijos para sobreviver na floresta. Eu tinha uma convicção íntima, sem nenhuma comprovação, de que a morte de meu pai teria algo a ver com a guerrilha, movimento que aconteceu em áreas que ele visitara algumas vezes no mesmo período, em suas explorações geológicas. Meu pai faleceu a 29 de novembro de 1975, em Goiânia, em circunstâncias semelhantes às da morte do jornalista Vladimir Herzog, que ocorreu um mês antes, no dia 25 de outubro: um assassinato que fizeram parecer suicídio.A Guerrilha do Araguaia me obcecou a tal ponto que, em 2015, depois de muitas pesquisas sobre o evento, lancei o romance Palavras Cruzadas, que conta a história ficcional de Sofia, a jornalista que procura seu irmão Leonardo, guerrilheiro desaparecido no Araguaia. A escrita desse livro, que tomou cerca de cinco anos da minha vida, foi quase medicinal. Atribuía minhas dificuldades para escrever e publicar à impossibilidade de lidar
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Cette étude traite des conditionnements matériels, institutionnels et rhétoriques de la production artistique du xviiie siècle, afin de rendre évident que le terme « baroque » et les catégories psychologiques et expressives qui lui sont associées dans plusieurs de ces discours sont étrangers aux pratiques effectives des artisans luso-brésiliens de l’époque. Cet article est une lecture critique des discours en tous genres qui depuis le xixe siècle ont créé le « héros culturel », précurseur de la « soi-disant » « identité culturelle brésilienne », dans le projet de construction de l’idée de Nation mené par l’Institut Historique et Géographique Brésilien à partir de 1838. Le mythe ainsi construit a été repris postérieurement comme une évidence historique en divers programmes de l’histoire des idées sur les arts et les lettres au Brésil, au cours des xixe et xxe siècle.
This study deals with the material, institutional and rhetorical conditioning of the artistic production of the 18th century, to highlight that the term ‘baroque’ and the psychologist and expressive categories associated to it in many of the discourses are exterior to the effective practices of Luso-Brazilian artists of that time. This paper is a critical reading of the discourses in many genres which, since the 19th century, have produced the ‘cultural hero’ precursor of the supposed “Brazilian cultural identity” in the project to build the idea of Nation carried out by the Brazilian Geography and History Institute since 1838. The myth therefore built in fiction was reappropriated as historical evidence, later, in many programs of history of the thought about arts and literature in Brazil, in the 19th and 20th centuries
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