Resumo. Esta pesquisa tem como objetivo investigar as relações de alunos com o saber no ensino de Biologia por atividades investigativas. Como base teórica, a pesquisa se inspira nos estudos da relação epistêmica com o saber de Bernard Charlot. Os dados foram coletados em aulas de Biologia por atividades investigativas e, principalmente, entrevistas semi-estruturadas. Para analisar os dados, privilegio três formas de relação epistêmica com o saber: (a) objetivação-denominação, (b) imbricação do eu e (c) distanciação-regulação. Os resultados apontam que os alunos estabelecem diferentes relações: na enunciação dos conteúdos biológicos, no domínio de atividades investigativas das Ciências Biológicas e na relação reflexiva sobre si e a sociedade. Aponto que as relações com o saber estabelecidas privilegiam concepções da atividade investigativa como execução de atividades experimentais de forma empírica, objetiva e afastada das relações e implicações com a sociedade. Abstract. This research aims to investigate the relation of students to knowledge in Biology teaching by investigative activities. The theoretical base for this research is the studies of the Epistemic Relation to Knowledge of Bernard Charlot. The data were collected from observations in Biology teaching by investigative activities classroom and, mainly, by semi-structured interviews. To analyse data, I raise three forms of epistemic relation to knowledge: (a) "objectivation-denomination", (b) "overlap of me" and (c) "distance-regulation". The results present that students establish different epistemic relations: in enunciation of the biological contents, in the field of investigative activities of the Biological Sciences and in the reflective relation of themselves and Society. I point out that the relations to knowledge established by the students focus on conceptions of investigative activity like an execution of experimental activities in empirical, objective and remote from the relations and implications with society. Palavras-chave: ensino de biologia, ensino por investigação, relação com o saber Keyword: biology teaching, inquiry education, relation to knowledge O ensino de Biologia por atividades investigativasO termo "investigação" como estratégia para o ensino de Ciências utilizado no Brasil vem da tradução de termos "inquiry" ou "enquiry" de países de língua inglesa. A metodologia de ensinar Biologia por atividades investigativas remete a trazer a prática dos cientistas para o ensino, aproximando os conhecimentos científicos dos escolares.De acordo com Barrow (2006), a inclusão da perspectiva investigativa na educação científica nos EUA foi proposta por John Dewey no início do século passado.Dewey, a partir de um modelo de desenvolvimento muito difundido no século XX, em que os conhecimentos científicos proporcionariam o progresso e consequentemente o desenvolvimento social, propõe que a atividade científica fosse trabalhada na educação básica (DEWEY, 1959). Nesse sentido Dewey propõe a perspectiva investigativa nas práticas escolares a partir...
PALAVRAS-CHAVE: Relação com o saber. Ensino de biologia. Ensino por investigação ABSTRACT:This research aims to investigate the relation to knowledge of students and teacher in Biology classrooms by investigative activities in High School level. The theoretical base for this research is the studies of the Epistemic Relation to Knowledge of Bernard Charlot. The data were collected from observations of investigative biology classrooms and by semi-structured interviews with the teacher and students. The results present that teacher and students establish different relations to knowledge in investigative activities, focusing conceptions of experimental activities, empirical and away the relationships and implications to society. The data also showed that the conceptions of the teacher on the investigative activities mediated students' relation to knowledge.
Com a publicação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017, nos perguntamos: que leituras possíveis podemos fazer desse documento em relação aos textos que lhe dão fundamento? Neste trabalho apropriamos das noções de intertextualidade, discurso autoritário e endereçamento discursivo para analisar o funcionamento discursivo de quatro extratos da BNCC: Apresentação, Introdução, A Etapa do Ensino Fundamental e A Área de Ciências da Natureza. Os resultados apontam para um discurso que silencia diferentes interlocutores do campo educativo e que ao mesmo tempo não dá subsídios para o leitor compreender as perspectivas educativas do ensino de ciências que circulam no documento.
Este estudo busca, baseado numa perspectiva narrativa, trilhar reflexões nos arriscados labirintos formativos de docentes com ensinos, ciências naturais e pedagogias. A questão que nos acompanha nas narrativas é: quais formações, ciências, linguagens, leituras, sensibilidades podem ser inventadas em uma disciplina com ciências da natureza no curso de Pedagogia? Exploramos no estudo experiências que vivenciamos como docentes da disciplina “Fundamentos Teóricos e Metodológicos e Prática Escolar em Ciências” no curso de Pedagogia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) nas quais inventamos a vida em histórias de ver, do não ver e de transver o mundo. As experiências valorizaram leituras e escritas que não fragmentam/subordinam relações entre artefatos artísticos culturais e saberes científicos no curso de pedagogia. Acompanharam-nos leituras do documentário Janela da Alma, da poesia de Manoel de Barros e trabalhos do artista plástico Cao Guimarães. O estudo aponta uma potência criativa, inventiva com as leituras realizadas em um jogo de experimentação que tenta deslocar, escapar de uma lógica representativa ao longo dos labirintos formativos de professores de ciências
Imaginário dos alunos sobre a atividade científica: reflexões a partir do Ensino por Investigação em aulas de Biologia Imaginary of students about scientific activity: reflections from the Inquiry Education in Biology classrooms Guilherme Trópia Ademir Donizeti Caldeira Resumo Neste trabalho acompanhamos alunos que estavam inseridos em uma proposta de Ensino de Biologia por atividades investigativas. O objetivo do trabalho foi identificar e analisar o imaginário que os alunos possuem sobre a atividade científica, levando em consideração a vivência de aprender Biologia por atividades investigativas. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas nas quais perguntamos aos alunos se havia algum tema que gostariam de estudar utilizando as atividades investigativas como nas aulas de Biologia, e como eles desenvolveriam essas atividades. As análises foram realizadas a partir de diferentes concepções da atividade científica nas propostas de Ensino por Investigação, tentando identificar e discutir em quais delas os alunos se filiavam. Os resultados apontam que os alunos privilegiaram imagens em que a atividade científica se encontra afastada de relações e implicações com a Sociedade.
Este trabalho apresenta diferentes perspectivas da narrativa como política de pesquisa em educação em ciências e discute como essas perspectivas contribuíram na construção de uma pesquisa de doutorado em ensino de ciências. Para pensar a narrativa como política do pensamento, recorremos a alguns trabalhos de pesquisa em educação em ciências inspirados na obra de Walter Benjamin em que a escrita narrativa não está interessada na “verdade” do vivido, mas de produzir pensamentos possíveis em regimes de verdade com as experiências educativas. Já para pensar a pesquisa narrativa como política da invenção, recorremos às pesquisas narrativas autobiográficas em educação em ciências, notadamente nas quais narrar não é revelar o vivido para que o sujeito reflita suas experiências, mas inventar o vivido ao colocá-los em jogos de produção do verdadeiro. E, por fim, para pensar a pesquisa narrativa como política do cuidado, recorremos aos estudos que discutem a narrativa a partir da noção do cuidado de si de Michel Foucault, notadamente nas quais narrar se institui processos de subjetivação atentos ao que interessa, às formas como se pensa e ao que se passa nos pensamentos. Palavras-chave: narrativa, pesquisa, educação em ciências.
pensamento e possibilitam-nos apostar que "nunca é tarde para retornar ao passado, apanhar o que ficou atrás, trazer ao presente e construir o futuro". Boa leitura! Com afeto, Marco BarzanoFeira de Santana, finalzinho do inverno e feliz com a chegada da primavera de 2021.
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