O procedimento metodológico fundamental defendido por Albena Yaneva em MappingControversies in Architecture é a tradução e a extensão do conceito de cartografia das controvérsias para o estudo e crítica de arquitetura. A autora trata a arquitetura (e, brevemente, o design e o urbanismo) como processo, buscando escapar da clássica oposição -segundo ela, principalmente dos historiadores da arte -entre formalismo e historicismo, propondo um estudo pragmático e radicalmente empírico da construção de edifícios.Para tanto, questiona uma série de polarizações "modernistas" -como função e significado, forma e conteúdo, técnica e arte, tecnologia e sociedade, objetivo e subjetivo, material e simbólico, natureza e cultura -constantes na maneira como, segundo ela, a arquitetura é pesquisada. Pretende, assim, desfazer essa divisão específica do mundo, já questionada pela antropologia, que, ao separar os aspectos tecnológicos dos políticos, produz regras de causalidades específicas.Segundo Yaneva, o construtivismo social dominou a sociologia nos anos 1970 e 1980, defendendo tanto que a sociedade produz prédios, como que os prédios ajudam a manter formas sociais. O "social" foi tratado por essa sociologia como domínio separado com atributo de causalidade e capacidade de dar solidez, durabilidade e consistência à arquitetura.Yaneva critica, em especial, a análise de Pierre Bourdieu sobre a casa berber dos Kabyla, povo que vive no norte da Argélia 1 . Neste texto, Bourdieu defende não ser possível uma análise técnica para entender o modo de vida daquele povo, por isso propõe decifrar os significados e práticas escondidos por trás de suas edificações -por exemplo, a divisão