As inclinações decorrentes dos caracteres em cristalização na alma juvenil num sistema que Eduard Spranger esquematiza como apoiado na "descoberta" do Ego individual, na elaboração do plano de vida e na expansão em extensão e profundidade nos diferentes territórios vitais que constituem o mundo adulto, com as suas vivências -expressam a síntese final daquilo que Alfred Adler regista como a fixação do "estilo de vida", impressão nodular que, dos 4 aos 6 anos, passa a trabalhar o futuro homem. Saído da fase em que tudo se funde -• mundo, Ego e impulsos instintivos -e onde o ambiente serve como em função da sua vida, satisfação e prazer, o infante, ao transpor os limites pré-pubertários, descortina horizontes estranho.s de um mundo novo, como que desligado do seu Ego e independente das suas reações interiores. As experiências e associações decorrentes, pouco a pouco, vão-lhe fazendo sentir que é parte dum todo e não mais o todo em si mesmo: o Ego já não mais abarca o conjunto, mas se evidencia como partícula do coletivo. Esse fenômeno, que se condiciona a articulações de vivências diversas, como a visão do sentido da vida, as reações ante o sexo oposto, a tendência à liberação da tutela familial, a oposição ao jugo parental, congrega-se por fim, na formação da capacidade de luta pela vida. A transposição desta fase implica em dificuldades tanto maiores quanto mais se tenha distanciado do "sentido do próximo" (na concepção adleriana) a formação do estilo de vida da criança. O mundo agora vislumbrado exige esforço maior e as impulsões juvenis se esboroam, freqüentemente, em penosas ideações. Estas, por sua vez, podem desviar o trabalho de adaptação, perturbá-lo ou até destrui-k), sabendo-se que a inclinação a retroceder diante do insucesso de preparação, nem sempre leva o indivíduo à trilha mais ansiada, mas, ao contrário, cria situações de compensação imaginativas de valoração pessoal, vasto desvio, facilmente perceptível através da expressão dos desejos e das tendências (como o que deseja não ser professor, mas diretor de escola, situação que já é prêmio da carreira, fim e não começo; ou ainda, riqueza e não trabalho que possa produzi-la). Tendências que esboçam, ao todo, do Nota prévia.Trabalho da Secção de Ortofrenia e Higiene Mental. Pesquisas de campa realizadas com a cooperação das auxiliares Carmen Cavalcanti, Gilka Lemos Gibson, Elisabete Barros Lima e Judite lima (1947, maio-junho).