O presente artigo pretende apontar a influência decisiva da obra de Maquiavel na construção da teoria democrática de Claude Lefort. Em especial, pretende-se assinalar como Lefort assimila de Maquiavel uma concepção propriamente política da sociedade ao identificar na obra maquiaveliana uma noção da "dimensão simbólica do poder". Na perspectiva deste artigo, é a partir dessa noção, que remete à divisão originária e ao momento instituinte do social, que Maquiavel, mesmo não se constituindo como um autor propriamente democrático, permitiria a Lefort uma reavaliação da questão democrática e do fenômeno totalitário.
Resumo Neste artigo destacamos duas das críticas liberais feitas a teoria da liberdade neorrepublicana de Skinner e Pettit. Pretendemos sustentar que, embora estes autores tenham contribuído decisivamente ao procurar atribuir estatuto próprio à liberdade republicana, ainda resta insuficiente a análise de elementos que podem tornar a concepção republicana de liberdade mais claramente alternativa à liberal. Faltaria uma análise da liberdade republicana associada à uma “gramática” republicana, no sentido de que pensariam a liberdade desarticulada de uma linguagem de direitos e deveres que configuram ás relações entre público e privado a partir da lógica do próprio lugar do “político”. Além disto, seria bastante problemático o recurso de tomar certas virtudes e ideais da vida pública de maneira puramente instrumental, sem reconhecer que certos valores têm importância intrínseca à liberdade republicana. Retomar estas questões seriam fundamentais para repensar o próprio sentido da liberdade republicana.
Autores como Pocock, Skinner e Pettit têm revalorizado o republicanismo como tradição política fundamental na constituição do mundo moderno em contraste com a hegemonia da tradição liberal. Este trabalho pretende analisar aquela que tem sido caracterizada como uma relação das mais problemáticas e desafiadoras para os republicanos: a relação entre republicanismo e cristianismo. Argumentamos que a dificuldade na análise das relações entre republicanismo e cristianismo deriva das próprias dificuldades do projeto neorrepublicano em delimitar o republicanismo como tradição política específica. A superação de tais dilemas envolveria uma melhor qualificação da tradição republicana incluindo os temas da comunidade política como "comunidade universal", uma concepção não instrumental da vida pública e o reconhecimento de que a concepção da liberdade como não dominação implica que as instituições republicanas promovem determinados valores.
Este artigo realiza uma revisão bibliográfica procurando analisar o significado da obra Utopia, de Thomas More, com base nos trabalhos que metodologicamente valorizam o “contexto intelectual” de uma obra. Adotando um ponto de vista crítico em relação às leituras liberais da Utopia, o artigo procura destacar os avanços do que estamos designando como leituras republicanas, em seu esforço de inserir a obra de More nos debates de seu tempo. Concluímos que a grande contribuição da Utopia para pensar os desafios políticos, inclusive no mundo contemporâneo, não está no que ela prefiguraria de um possível regime totalitário, como afirmaria a leitura liberal, mas na necessidade de refletir sobre a constituição de uma república de homens livres nas condições de regimes políticos ameaçados pelo poder econômico.
ResumoEste texto constitui um relato sobre a experiência do projeto de extensão Observatório da Democracia com a implementação do Parlamento Jovem na cidade de Alfenas/MG. O projeto pretendeu valorizar espaços de formação e educação política democrática e educação em direitos humanos utilizando o Parlamento Jovem como ação articuladora. A metodologia consistiu no planejamento e realização compartilhada de oficinas, palestras, plenárias e materiais informativos em parceria com entidades civis e Câmara Municipal. Este relato também reflete sobre as possibilidades e os limites de uma ação de extensão em educação em direitos humanos articulada através do Parlamento Jovem. Entre as possibilidades, o aproveitamento da estrutura e eixos temáticos desenvolvidos pela Assembleia de Minas, a articulação entre poder legislativo, universidade e associações civis. Entre os desafios, o ainda baixo investimento das Câmaras em educação política e a consequente desarticulação com as escolas em ações educativas.
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