O presente artigo tem a finalidade de compreender a realidade da oferta de línguas estrangeiras em uma escola pública de Ensino Médio e Tecnológico do interior do Rio Grande do Sul. O estudo sustenta-se em referenciais teóricos atuais sobre políticas linguísticas, além de calcar-se em conceitos como governamentalidade e ideologia. A geração e análise dos dados se realizaram de acordo com uma perspectiva etnográfica, tomando-se como fonte entrevistas semi-estruturadas, registros visuais e análise documental. Os participantes são membros da instituição (uma ex-coordenadora de ensino e dois alunos) e seus relatos provêm elementos significativos para responder à pergunta de pesquisa, a saber: há indícios de que a visão ideológica dos alunos está em consonância com a política linguística da escola para as línguas estrangeiras no Ensino Médio? A apreciação dos dados permite-nos compreender que, embora pequenas mudanças estejam ocorrendo em termos político-linguísticos, elas não são suficientes para atender às expectativas dos alunos em relação às línguas estrangeiras ofertadas na escola.
RESUMO: Este texto aborda as políticas linguísticas públicas educacionais sobre a oferta de línguas estrangeiras no Brasil e no Uruguai na primeira década do século XXI. O objetivo é problematizar a interpretação de leis nacionais, a partir das três unidades escolhidas para o desenvolvimento de um estudo comparado, a saber: lugar, tempo e políticas. O trabalho é meritório por sustentar uma valoração situada dos elementos mais significativos da comparação e por mostrar a complexidade da proposição e da compreensão dessas políticas. Notabiliza-se, mediante as análises, que nas leis que dispõem sobre línguas estrangeiras na educação dos dois países, o vínculo sul-sul não teve uma posição destacada no período selecionado, mas apenas consentida.
O trabalho que aqui apresentamos vai à contracorrente da configuração de um cenário global, no qual a prática da internacionalização no Ensino Superior vem crescendo exponencialmente, especialmente no que se refere a relações educacionais mercadológicas do tipo sul-norte. A política-linguística educativa proposta, que envolveu uma experiência de imersão na Argentina, proporcionada a alunos de Ensino Médio brasileiros, e da qual se originam os dados analisados, permitiu o questionamento sobre as representações dos participantes acerca das línguas envolvidas em práticas de mobilidade estudantil. Com esse objetivo em vista, e apoiando-nos nas estratégias metodológicas da Teoria Fundamentada, mostramos como ações encabeçadas por educadores podem levar à percepção crítica da realidade sociolinguística regional por parte dos estudantes e, ainda, à criação de um caminho que conduza ao estabelecimento de uma cidadania sul-americana.Palavras-chave: representações; mobilidade estudantil; regionalização.
The strengthening of technical education in Brazil, by the creation of the Federal Institutes (Law 11.892/2008), brings a new and growing reality for Spanish teachers: the challenge of working in an educational context whose proposal is based on vertical integration. In this scenario, a teacher can teach at different levels of education (from Secondary Education to Postgraduate Education) at the same institution. The aim of this paper is to describe the context of teaching Spanish in secondary technical courses, in the integrated, concomitant and sequential modalities, at two campuses of a Federal Institute in the south of Brazil. Furthermore, reflections on some specifics of this educational level in Vocational and Technological Education (VTE) and on the demands generated by such specifics are presented. The methodological approach adopted in this study is qualitative descriptive, since the research consists in describing aspects of a social environment (the institution, the school) with which the researcher is clearly interwoven. Our analysis is based on theoretical frameworks that address Language Policies, especially the educational ones (KAPLAN; BALDAUF, 1997; MENKEN; GARCÍA, 2010). The study deals with the aspects that should be considered when making decisions regarding the course planning, methodological choices and consequent development of teaching materials, as well as provides guidelines on how to handle the unique context of VTE.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.