António Nunes Ribeiro Sanches was a Portuguese physician and the author of several works about education and science in Portugal and its Empire. Many of these texts circulated and were made public through letters written by him and sent to other intellectuals. This article sheds light on an unpublished manuscript written by Sanches in 1763, in which he argued for the recognition of Brazilian natural resources and their exploitation for trade and medicine.
O objetivo deste artigo é compreender os processos de construção de conhecimento sobre a natureza do Brasil, no século XVIII, a partir do estudo de caso de Francisco António de Sampaio e seu trabalho de filosofia natural. Busco compreender tais processos como sendo resultantes de dinâmicas de circulação de conhecimento, trocas e negociações, e o estabelecimento de relações de poder entre os agentes envolvidos neste processo. Pretendo demonstrar como estas dimensões foram fundamentais para o processo de produção de trabalhos científicos nos espaços coloniais, bem como para sua circulação e a validação pelos círculos letrados metropolitanos.
<p>From the beginning of the fifteenth century, it is observed a phenomenon that had as one of its main features, the spread of trade, cultivation and consumption of some specific varieties of plants. Although, modern historiography has a reasonable volume of studies published about the spices of the East as well as the economic impact of these in the Renaissance, an issue still remains, that is related to the dissemination and use of some American plants which in turn have also become spices of considerable economic, cultural and gastronomical importance.</p><p> </p><p>DOI: http://dx.doi.org/10.14685/rebrapa.v2i1.42</p>
RESUMO O médico António Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782) é amplamente conhecido pela sua participação ativa nos processos de reforma do ensino em Portugal durante o século XVIII. Suas conexões com a Coroa e sua extensa rede de contatos favoreciam que o seu pensamento circulasse entre diversos grupos de indivíduos letrados. Sua atividade intelectual foi intensa a partir da segunda metade do século XVIII, em um período marcado pelo aumento do interesse da Coroa portuguesa em conhecer as potencialidades naturais de suas colônias ultramarinas. Foram muitas as políticas voltadas para processos de reconhecimento e construção de conhecimento sobre o Mundo Natural, e estes processos, em grande medida, impulsionaram a produção científica do período, da qual Ribeiro Sanches não esteve alheio. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é verificar em que medida tais preocupações também estiveram presentes em seus escritos.
Esta que "é uma das delícias, e mimos desta terra...": o uso indígena do tabaco (N. rustica e N. tabacum) nos relatos de cronistas, viajantes e filósofos naturais dos séculos XVI e XVII Christian Fausto Moraes dos Santos* Fabiano Bracht** Gisele Cristina da Conceição*** RESUMO O tabaco (Nicotiana sp.) foi um dos elementos botânicos do Novo Mundo que mais aguçaram a curiosidade de diversos viajantes, eruditos, médicos e filósofos naturais em ambos os lados do Atlântico. As plantas do gênero Nicotiana rapidamente ganharam notoriedade entre homens de letras. O hiato entre as primeiras descrições sobre os diversos predicados do tabaco e sua introdução na Europa foi consideravelmente curto. É provável que os rumores a respeito das propriedades das plantas de Nicotiana tenham chegado à Europa concomitantente às primeiras folhas ou sementes. Muitos destes relatos incluíam informações a respeito de seu uso pelos povos indígenas. Sua relevância, em meio aos ameríndios, suscitou nos europeus, mesmo com todas as barreiras culturais, um considerável interesse por suas possíveis aplicações e uma irresistível disposição em justificar seu uso. Palavras-chave: tabaco; séculos XVI e XVII; filosofia natural; Novo Mundo; povos indígenas. ABSTRACT Tobacco (Nicotiana sp.) was one of the New World´s botanical elements that most whetted the curiosity of many travelers, scholars, physicians and natural philosophers on both sides of the Atlantic. The plants of the Nicotiana genus quickly gained notoriety among men of letters. The hiatus between the first descriptions about the predicates of tobacco and its introduction in Europe was considerably short. It is possible that the rumors about the properties of tobacco have arrived in Europe at the same time as the first leaves or seeds. Many of these reports included information about its use by indigenous peoples. Tobacco's relevance in the Amerindian cultures raised in Europeans, even with all cultural barriers, a considerable interest for its potential applications and an overwhelming willingness to justify its use.
Resumo: A expansão geográfica vivenciada pela Europa a partir do século XVI não se limitou ao avanço das fronteiras territoriais. O surgimento do Novo Mundo trouxe à tona toda uma infinidade de novidades naturais, que contribuíram para o desenvolvimento de diversas áreas do saber. Coletar, intercambiar correspondências e materiais de estudo, entre outras práticas serviram para produzir e colocar em circulação novos conhecimentos, novos produtos e usos das espécies naturais americanas. Estes intercâmbios foram viabilizados pela densa rede de comunicação científica intensificada no século XVII, por naturalistas de toda a Europa. Barcelona conheceu estas novidades, em especial, pela atividade da família de boticários e colecionadores Salvador.
RESUMO O objetivo deste artigo é compreender os processos de construção de conhecimento filosófico-natural sobre o Brasil na segunda metade do século XVIII, a partir do estudo de caso de Domingos Alves Branco Muniz Barreto e seu contato com as populações indígenas do interior da Bahia. Seguindo teorias recentes, buscamos compreender os processos de construção de conhecimento em zonas de fronteira como sendo resultantes de dinâmicas de circulação, sincretismo e reconfiguração. Relações de poder, trocas e negociações entre agentes europeus e as comunidades autóctones emergem como pontos fundamentais para a compreensão desses processos, assim como o papel da localidade e da circulação de conhecimento em um período de tempo marcado por profundas transformações políticas e epistemológicas que afetaram não só a Europa, mas também os espaços coloniais.
Resumo: A partir do século XV, observa-se, em escala global, a disseminação do cultivo, da comercialização e do uso de muitos vegetais.Apesar de a historiografia dispor de um razoável volume de estudos publicados sobre as especiarias do Oriente, bem como sobre o impacto econômico destas no Renascimento, ainda existe espaço para uma abordagem relacionada à propagação e ao uso de plantas americanas, que também se converteram em especiarias de considerável importância cultural e econômica. Entre essas plantas, as representantes do gênero Capsicum possuem destacada importância. Baseado em textos de cronistas, médicos, herbaristas e filósofos naturais dos séculos XVI e XVII, este trabalho analisa a dispersão e o cultivo de espécies de pimentos do Novo Mundo, a partir das grandes viagens marítimas iniciadas pelos portugueses no século XV.Palavras-chave: Pimenta. Capsicum. Intercâmbios botânicos. Filosofia Natural.Abstract: From the fifteenth century onward occurred on a global scale the spread of farming, marketing and use of many plants.Although historiography has a reasonable volume of published studies on the spices of the East, as well as on the economic impact of these products in the Renaissance, there is still space for an approach related to the spread and use of American plants, which also became culturally and economically important spices. Among these plants, the species of Capsicum genus have an outstanding importance. Based on historical sources of writers, physicians, herbalists and natural philosophers of sixteenth and seventeenth centuries, the article analyzes the spread and cultivation of pepper species from the New World, beginning with the fifteenth century Portuguese navigations.
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