ResumoCharles Baudelaire é considerado um dos mais importantes críticos do século XIX. Seus Salões de 1845 e 1846 são repletos de avaliações ousadas e pertinentes, criando uma obra crítica original e perene que buscou em permanência o novo. No entanto, em uma carta de 1838 endereçada ao seu padrasto, o coronel Aupick, o jovem Charles relata uma viagem ao museu de Versailles a convite do rei e, principalmente, dá suas impressões sobre os quadros ali expostos. Sete anos depois de suas opiniões de estudante do Louis-le-Grand, eis o crítico explorando essa paixão pelas artes iniciada aos 17 anos de idade. Trata-se da primeira manifestação crítica em relação às artes plásticas e, assim, uma carta de grande valor que simboliza a riqueza de sua correspondência.Palavras-chave: Baudelaire; carta; tradução; crítica; artes plásticas.
AbstractCharles Baudelaire is considered one of the most important critics of the 19th century. His 1845 and 1846 Salons were filled with daring and relevant appraisals, creating an original and enduring work which constantly sought for novelty. However, in a 1838 letter addressed to his father-in-law, Colonel Aupick, the young Charles narrates a trip to the museum at Versailles, after an invitation by the King, and mainly gives his impressions on the paintings exhibited. Seven years after his first opinions as a Louis-leGrand student, here is the critic exploring his passion for the arts initiated when he was 17 years old. This represents his first critical manifestation towards plastic arts and, therefore, exemplifies the richness of Baudelaire's letters.
O presente trabalho aborda o caso da publicação do romance Du côté de chez Swann (1913), de Marcel Proust, na França, e sua tradução (1946) por Natalia Ginzburg, na Itália. Trata-se de uma análise realizada com base no conceito de rizoma, pensado por Deleuze e Gattari, e na micro-história de Giovanni Levi, buscando mapear o percurso assistemático de uma obra clássica. A essa rede rizomática, agrega-se a ideia de que toda publicação, edição, manuscrito ou ainda tradução, é compreendido como acontecimento. A micro-história se interessa justamente por estes acontecimentos “menores”, e volta-se, a partir de uma análise das fontes, a eventos locais, a figuras anônimas, situados em micro-contextos, que, não obstante, permitem uma reflexão mais ampla dentro de um contexto maior, como um zoom sobre uma fotografia. Interessa-me, sobretudo, acompanhar a vida singular da obra de Proust, e de suas traduções, retraçando a historicidade de seu acontecimento no campo da História da tradução.
Palavras-chave: Proust; rizoma; micro-história e história da tradução.
Britto tem respaldo em um amplo e reconhecido trabalho como tradutor do inglês para o português, assim como na sua experiência como professor de tradução, de criação literária e de literatura na PUC-Rio, e, finalmente, como poeta premiado. Britto é responsável por mais de cem publicações, dentre as quais muitas obras de ficção, mas também de poesia. Uma de suas traduções mais recentes é Grandes esperanças, de Charles Dickens (2º lugar no prêmio Jabuti em 2013), publicada pela Companhia das Letras. Já traduziu Elizabeth Bishop, Wallace Stevens, D. H. Lawrence, Henry James, William Faulkner e Lord Byron, dentre os autores mais famosos. Publicou seis livros de poesia, pelos quais recebeu importantes prêmios literários: Litur
Resumo O presente artigo tem por objetivo abordar a obra O Spleen de Paris, publicada postumamente em 1869, a partir da correspondência de Charles Baudelaire, considerando um recorte temporal que se inicia por volta de 1857, ano que marca a aparição das primeiras referências, no âmbito da correspondência, a um projeto de livro de poemas em prosa. Iniciamos a reflexão sobre o gênero epistolar (MORAES, 2009; SANTIAGO, 2002) e sobre as especificidades da correspondência de Baudelaire (PICHOIS, 1973), para, em seguida, analisar seus numerosos comentários (COMPAGNON, 2014, GUYAUX, 2014) sobre O Spleen de Paris. Em suma, a leitura dessas cartas é imprescindível para um pesquisador do poeta das Flores do mal.
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n3p441Trata-se, nesse trabalho, de uma entrevista com Paulo Henriques Britto cujas perguntas forma elaboradas com base na sua obra A tradução literária. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2012.O objetivo é de estimular um debate em torno de vários conceitos importantes para os Estudos da Tradução a exemplo de: original, autor, tradutor, literariedade, adaptação, fidelidade, etc.Essa discussão, com a colaboração de um tradutor/autor renomado e com vasta experiência, é de suma importância para todos os estudiosos da tradução.
O objetivo desse artigo é o propor uma outra leitura da vida do poeta Charles Baudelaire. De fato, a imagem do poeta das Flores do mal parece petrificada num discurso quase uníssono, presente em numerosas notas biográficas de traduções de grande circulação no Brasil, que faz eco ao ensaio de Ivan Junqueira, “A arte de Baudelaire” (1985). Ele afirma que o poeta, ainda criança, se revoltou com o segundo casamento da mãe, choque que marcou profundamente sua vida, que nunca se entendeu com o padrasto militar e seu meio-irmão, e que, depois de adulto, teria tido uma relação incestuosa com a mãe. Diante dessas afirmações, cuja argumentação se fundamenta sobretudo na correspondência do poeta, a proposta passa por um exame detalhado da formação daquela narrativa de vida. Nesse sentido, a tradução comentada de cartas deve, senão abalar aquele discurso, ao menos oferecer outra vereda para sua recepção biográfica.
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