Este artigo registra um panorama a propósito de algumas das medidas político-educacionais empreendidas no que toca ao ensino do português enquanto língua oficial e não-materna na realidade africana. Atenta especificamente à situação sociolinguística de Cabo Verde, cuja língua materna é um fator de diversidade a ser incluído nessa conjuntura. O reconhecimento jurídico ou o não reconhecimento das línguas faladas numa nação orienta seus estatutos na sociedade, contribuindo para valorações positivas ou negativas. Considera-se que a língua permite o desenvolvimento psíquico e permeia os relacionamentos interacionais. Ao ser alfabetizado num idioma não-materno, questiona-se o processo de construção da identidade social do aprendiz, na relação com o ambiente escolar, com sua própria língua e com a língua do outro. O artigo objetiva demonstrar, para a realidade em estudo, que a interpenetração da língua e da cultura na sociedade dá-se diferentemente em cada um dos idiomas, o cabo-verdiano e o português.
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