Objetivos: Avaliar a prevalência de dor e a adequação da terapêutica analgésica administrada aos pacientes de um hospital universitário, assim como aferir a concordância entre o auto-relato álgico e os dados registrados nos prontuários em relação à manifestação dolorosa. Métodos: Estudo observacional e transversal, a partir de entrevistas estruturadas com pacientes adultos que manifestavam queixa de dor até 24 horas anteriores à admissão hospitalar ou em qualquer momento após a internação no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Foram avaliadas características sócio-demográficas e clínicas dos pacientes, tipo de analgésicos, esquemas de tratamento, intensidade e características da dor. Os registros médicos sobre uso de medicamentos foram colhidos através das anotações nos prontuários e listas de prescrições. A dor foi avaliada através de escala visual analógica (EVA) e pela Escala Multidimensional da Dor (EMADOR). Para avaliar a adequação da analgesia utilizou-se o Índice de Manejo da Dor (IMD). A Escada Analgésica da Organização Mundial da Saúde foi usada na avaliação das prescrições. Resultados: No período de realização do estudo, internaram-se 480 pacientes com 18 anos ou mais nas enfermarias de adultos do HULW. Destes, 115 (24%) apresentavam queixa de dor e foram incluídos na amostra. A idade dos 115 participantes variou entre 18 e 90 anos, com média de 48,7 (±17,7). Verificou-se que 60 (52,2%) apresentavam dor intensa e 39 (33,9%), dor moderada. A avaliação de concordância entre o autorelato álgico e os dados registrados nos prontuários em relação à dor demonstrou que em apenas 45 (39,1%) e 42 (36,1%) dos prontuários, nos momentos de admissão e na evolução hospitalar, respectivamente, foi registrada a informação sobre dor. Em relação à adequação da terapêutica analgésica, encontrou-se IMD negativo em 85 (82,6%) dos pacientes. Observou-se prescrição inadequada em 78,3% dos pacientes. Prevaleceu o emprego da monoterapia, com uso de analgésicos não opióides (dipirona/paracetamol) e anti-inflamatórios não hormonais em 87,8% dos pacientes, enquanto os opiáceos foram utilizados em apenas 14,7%. Conclusões: As suposições iniciais desta pesquisa foram parcialmente corroboradas. A prevalência de dor em pacientes internados não foi alta como se presumiu, mas a adequação analgésica foi insatisfatória. Por outro lado, não houve concordância entre o auto-relato de dor e os dados registrados nos prontuários, indicando que possivelmente os médicos não se preocupam em questionar sobre este sintoma ou em registrá-lo nos prontuários. Demonstrou-se insuficiência dos esquemas terapêuticos e necessidade de maior conhecimento sobre o uso de analgésicos no tratamento da dor no HULW
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