Por meio de materiais encontrados em arquivos e de uma análise da literatura recente, esse artigo esmiúça o boicote da representação estadunidense para a X Bienal de São Paulo, em 1969. Realizada no auge da Guerra Fria e da repressão do governo militar brasileiro, a X Bienal se apresenta como objeto de estudo privilegiado para a elucidação das diferentes estratégias de conservação ou ganho de capital simbólico por diferentes agentes do campo artístico. Aqui argumentamos que é justamente por meio da condenação do evento e atitudes que essa Bienal em particular propícia uma janela para observarmos as diferentes relações de poder dentro do campo artístico. Chamando assim atenção para o caráter aglutinador de eventos como as bienais, onde as mais variadas demandas e trocas são exercidas, iluminamos também as diferentes estratégias empregadas por governos, mecenas, artistas e críticos para acusarem as posições contrárias e justificarem a suas próprias atitudes, que muitas vezes denegam os motivos de engajamento com o evento. Por fim, focamos na figura de György Kepes, organizador e diretor da mostra estadunidense, como exemplo de como posições precárias nas estruturas do campo inclinam a alguns a combaterem o boicote.
Neste texto, averiguamos a emergência das práticas artísticas englobadas pelo termo Arte, Ciência e Tecnologia (ACT) nos Estados Unidos e na Europa. Normalmente reconhecida pelos rótulos de Arte Digital ou Tecnológica, a ACT é uma designação generalista que discutivelmente engloba as práticas artísticas preocupadas com a adoção, teorização e difusão das novas tecnologias oriundas do pós-guerra. Não obstante, argumentamos que é a configuração institucional que melhor demarca a fronteira da ACT. Por meio de uma leitura despreocupada em legitimar essa produção, recordamos o contexto social e cultural que possibilitou o seu surgimento. O resultado é a constatação de uma prática isolada, com alto grau de especialização e, principalmente, com um alto grau de autonomia em relação à arte contemporânea.
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