RESUMO -OBJETIVOS. Avaliar a influência do tratamento neoadjuvante (quimioterápico e/ou radioterápico) nas complicações pós-operatóriasO tratamento do câncer de esôfago esbarra em dificuldades impostas pelo próprio tumor, estado geral do paciente e opções terapêuticas agressivas. A cirurgia persiste como tratamento principal, podendo atingir níveis de cura expressivos nos estágios iniciais da doença. A radioterapia e quimioterapia têm sido utilizadas como associadas à cirurgia na tentativa de melhorar os resultados e a sobrevida destes pacientes.A utilização da radioterapia como opção pré-operatória se baseia na redução tumoral que facilitaria o procedimento cirúrgico 3,4 . Entretanto, essa modalidade terapêutica é controversa, tanto em relação aos benefícios dessa associação, como em relação ao potencial aumento das taxas de mortalidade e morbidade operatória.Da mesma forma, a quimioterapia tem sido utilizada como tratamento neoadjuvante em pacientes potencialmente curáveis, baseando-se no fato de que os tratamentos isolados têm resultados pobres e no conceito de que a disseminação se processa precocemente. Especificamente na quimioterapia pré-operatória procura-se aumentar a ressecabilidade e o controle local da doença e diminuir as micrometástases, tendo em contrapartida o risco potencial de surgimento de clones tumorais quimio-resistentes, o retardo do tratamento definitivo e o aumento das complicações operatórias. A associação destas duas armas terapêuticas (quimioterapia e radioterapia) no pré-operatório, com o objetivo de aumentar a eficácia do tratamento foi utilizada por vários autores, mostrando, porém, resultados conflitantes [5][6][7] . Diversos fatores são associados com a ocorrência das complicações pós-operatórias e letalidade hospitalar da cirurgia do câncer do esôfago, entre os quais: idade, sexo, doenças associadas, localização e/ou extensão do tumor, tipo histológico, estado nutricional e/ou deficiência imunológica, quimioterapia e/ou radioterapia, cirurgia realizada, tipo de anastomose, local da anastomose, estádio da doença, complicações pleuro-pulmonares, deiscências das anastomoses e reoperações 8 10 , justificando assim as preocupações na identificação de fatores de risco para o desenvolvimento dessas complicações.Os objetivos deste estudo foram avaliar a influência do tratamento neoadjuvante (quimioterápico e/ou radioterápico) na ocorrência de complicações pós-operatórias imediatas e a letalidade hospitalar de pacientes com câncer de esôfago submetidos a esofagectomia com linfadenectomia em dois campos.
Objetivo: avaliar a influência do local da anastomose (cervical ou torácica) nas complicações pós-operatórias e mortalidade das esofagectomias com linfadenectomia em dois campos. Métodos: Estudo retrospectivo de 132 pacientes submetidos a esofagectomia com anastomose cervical ou intratorácica no Departamento de Cirurgia do Hospital Erasto Gaertner de janeiro/1987 a janeiro/1998. Analisaram-se variáveis relativas ao paciente (sexo, idade, estado geral, perda ponderal, co-morbidades, tabagismo, risco pulmonar), ao tumor (tipo histológico, localização, estádio clínico) e ao procedimento cirúrgico (tipo da anastomose, tempo cirúrgico, tempo de hospitalização), relacionando-as com as complicações e mortalidade pós-operatórias. Resultados: Noventa e quatro pacientes (71,2%) eram do sexo masculino. O tipo histológico predominante foi o carcinoma espino-celular (CEC) em 94,7% dos casos. As principais co-morbidades anotadas foram doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (29,55%) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (15,15%), e 88 pacientes (66,6%) eram tabagistas. A principal localização do tumor foi o segmento torácico inferior (56,06%). Seis pacientes (4,54%) eram de estágio clínico (EC) I, 44 (33,33%) IIA, 24 (18,18%) IIB, 38 (28,80%) III e 17 (12,90%) IV. A anastomose intratorácica foi realizada em 105 pacientes (79,55%) e cervical em 27 (20,45%). A taxa de complicações foi de 39,3% e a letalidade hospitalar 13,70%. Procedeu-se anastomose mecânica em 65,09% dos casos e manual em 39,91%. Ocorreram seis casos (23,1%) de fístula cervical e três (2,9%) de intratorácica (p = 0,002). A mortalidade específica foi de 33,3% nos dois subgrupos. Conclusão: Este estudo mostrou uma maior ocorrência de fístulas nas anastomoses cervicais. A mortalidade pós-operatória foi semelhante nas duas técnicas, contrariando a tendência da literatura de conferir às fístulas cervicais uma menor letalidade.
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