O estudo teve como objetivo compreender as repercussões da codependência nas histórias de vida das mulheres (esposas/ex-esposa/filhas) em convivência com o familiar alcoolista, considerando as dimensões do sofrimento psicossocial das esposas/ex-esposa/filhas, os aspectos decorrentes das relações desiguais de gênero além do processo de resiliência das mulheres. O estudo fundamentou-se no método da História Oral de Vida, e foi realizado em um município do interior da Bahia, Brasil, no período de abril a outubro de 2019, tendo como participantes sete mulheres (esposas/ex-esposa/filhas) vinculadas a homens alcoolistas. Obtiveram-se as histórias de vida por meio de entrevistas semiestruturadas e os dados foram analisados pela Análise de Conteúdo Temática. Descreveram-se duas categorias: uma evidenciou os sofrimentos psicossociais das mulheres resultantes das relações de codependência e a segunda apresentou questões decorrentes das relações desiguais de gênero. O estudo apontou que o alcoolismo afetou a saúde das mulheres (esposas/ex-esposa/filhas) nas dimensões do sofrimento psicossocial (a exemplo de alguns sentimentos relatados pelas participantes, como o medo, raiva e a vergonha). Destaca-se ainda que a relação desigual de gênero entre os homens e as esposas/ex-esposa/filhas reflete a persistência de concepções patriarcais e de desigualdade nas relações, incluindo episódios de violência. São necessárias ações de saúde mental voltadas ao cuidado à mulher que vivencia a relação de codependência com familiares alcoolistas, com vistas a discutir a equidade de gênero, de modo a valorizar aspectos para a promoção da saúde, intervenção em situação de adoecimento além da melhoria da qualidade de vida das mulheres.
Objetivo: apreender nas lembranças de filhos em história de vida o sentido e o significado da convivência familiar com pais alcoolistas. Método: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, exploratório, com ênfase na História Oral de Vida, realizado com cinco filhos de pais alcoolistas no período de abril a maio de 2019, por meio de entrevistas semiestruturadas. Analisaram-se os dados pela Análise de Conteúdo. Resultados: percebeu-se que o adoecimento é concomitante, dos pais em virtude do uso abusivo do álcool, e também dos filhos que estão em coexistência virtual de memória no desenvolvimento humano e vivenciaram situações de conflitos e violência. Descreveram-se ainda os sentimentos ambíguos desenvolvidos pelos filhos a partir da relação com o pai, como a vergonha, humilhação, medo, estresse, angústia, mas na fase adulta houve a ressignificação da convivência no cuidado com o pai, através da identificação dos sentimentos de tolerância e respeito. Conclusão: identificou-se que a reabilitação psicossocial dos filhos possibilitou a ressignificação da relação com o pai. Aponta-se para a importância dos profissionais de saúde estabelecerem estratégias de cuidado aos alcoolistas e também aos filhos, que são cuidadores e vivenciam situações de codependência e sofrimentos emocionais na relação com o familiar alcoolista.
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