Este artigo tem como objetivo discutir o papel da iconicidade como fenômeno linguístico e trazer evidências empíricas sobre a necessidade dessa discussão. Para tanto, investigamos se falantes de Português Brasileiro (PB) constroem as mesmas relações entre fonemas e categorias perceptuais que falantes de outras línguas, um fenômeno descrito como simbolismo sonoro (STYLES e GAWNE, 2017). Isso foi feito por meio da replicação do experimento Takete-Maluma (KÖHLER, 1929) e uma variação desse teste que tem como objetivo avaliar o papel das consoantes e das vogais na construção do simbolismo sonoro (NIELSEN e RENDALL, 2011). Nossos resultados revelam que falantes nativos de PB fazem a mesma relação entre som e formas geométricas que falantes de outras línguas. Com esses resultados, nosso artigo ressalta a necessidade de integrarmos a iconicidade em modelos que pretendam dar conta do fenômeno da linguagem e a importância de mais estudos experimentais sobre simbolismo sonoro no PB.
O primeiro passo de uma pesquisa variacionista é a circunscrição da variável linguística que será o objeto de estudo. Em uma perspectiva sociofuncionalista, nossos objetivos são: (i) mostrar como a convergência do conceito de variável linguística com o de macrodomínio funcional pode ser empregada como estratégia para a circunscrição da variável; (ii) aplicar essa estratégia a dois domínios funcionais, adversidade e a concessividade. As variantes de codificação desses domínios são multifuncionais: mas e só que, no caso da adversidade, e mesmo (que), apesar (de) que e nem que, no caso da concessividade. Concluímos o texto apontando vantagens da adoção da estratégia de delimitação de um macrodomínio como variável linguística.
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