Resumo: Apresenta-se um conjunto de recorrências discursivas em torno do problema da exterioridade americana, evidenciando linhas de força de um imaginário e de uma linguagem que constituem dispositivos coloniais. Como estratégia metodológica, assinala-se modos pelos quais a imagem da Imaculada Conceição é dada numa fulguração figurativa, rompendo o estatuto empírico do dado histórico para ensejar a transversalidade de uma apreciação perspectivista. Tal percurso se dá junto ao pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari e das perspectivas animistas estudadas por Eduardo Viveiros de Castro, a fim de discutir as tensões antropológicas do que, em nossas poéticas, chamamos de idolatria iconoclasta.
O artigo discute o problema da inscrição do sentido na linguagem. Via revisão bibliográfica, objetiva evidenciar aporias entre as tendências do estruturalismo e do pós-estruturalismo. Argumenta-se que tais sistematizações epistêmicas produzem incidências nas próprias noções de método e objeto científico. Como especificidade, propõe-se uma leitura particular de Lógica do sentido e outros escritos de Gilles Deleuze e seus intercessores. Apresenta-se ressonâncias e deslocamentos entre os limiares epistemológicos e expressivos da literatura e da filosofia. Conclui-se que tais debates teóricos, especialmente o que se apresenta em Lógica do sentido, induzem os sentidos da filosofia e da literatura a romper com seus limites disciplinares e postular uma objetidade paradoxal, a qual chamamos indiscernibilidade transdisciplinar.
O texto lança questões as quais não responde, a fim de pensar, com Barthes e Calvino, os problemas da linguagem nas formalizações da escrita educacional. Faz uso de A lógica do sentido, de Deleuze, para tratar a escrita como jogo atemporal e poético. Em sua tradução, os signos escreventes transportam os textos aos múltiplos papéis do escritor-autor, do escritor-escrevente, do escrevente-educador em busca das possibilidades da linguagem. O caráter monstruoso com que se reveste o texto literário frente à linguagem educativa instrumentadora, surge como força que transporta as palavras concretas aos devires autorais. Tais variações colocam em pauta uma ética dos signos que toma as aporias do neutro como mote para perguntas que, propositadamente, são mantidas em aberto. PALAVRAS-CHAVE:Educador; Linguagem; Paradoxo.This text floats questions which it cannot answer, in order to reflect with Barthes and Calvino, on the problems of language in formalizations of educational writing. It uses The Logic of Sense by Deleuze to treat the writing as a nontemporal and poetic game. In its translation, the scriptor signs transport the texts to the multiple roles of the writer-author, the writer-scriptor and the scriptor-educator in a search for possibilities of language. The monstrous character with which the literary text is covered when it faces the instrumentive and educative language, flourishes as a force that transports the concrete words to the authorial becoming. Such variations put on the agenda an ethic of sings that considers the aporias of the neutral as a motif for questions that are, purposefully, maintained open. AbstractResumo
Trata-se de um ensaio teórico sobre a aula de História. A partir da disposição inicial de hesitar diante das práticas narrativas modernas, eurocêntricas e, notadamente, narcísicas, o artigo propõe tecer um caminho de desvio. O que requer problematizar a universalidade do regime moderno de historicidade, para, desde uma posição perspectivista, em diálogo com Nietzsche, Viveiros de Castro e Deleuze, pensar uma Aula Tentacular, não narcísica. Nessa aula, cujo conceito é pensado e dramatizado no artigo, questiona-se a limitação do sentido à identidade entre matéria e imaginação, ligando o trabalho do sentido ao impensado. Depreende-se que as ações mais importantes para uma aula não narcísica consistem em hesitar e “estar à espreita” em relação aos modos como acionamos espelhos perceptivos e como tornamos o passado narrativa. O objetivo de criar condições para uma aula não narcísica também parte do diálogo com Bergson, supondo ser possível experimentar “um pouco de tempo em estado puro”, insistindo no caráter sempre contingente do tempo bloqueado sob a forma lógica de cenários possíveis. O resultado é uma aula de História por onde escorrem o ilimitado do sentido, a multiplicidade da matéria e a pluralidade das temporalidades de povos, culturas ou modos de vida.
Trata-se de um ensaio crítico e poético em torno da natureza da língua e dos limites da linguagem proposicional. Situa-se teoricamente na zona expressiva interdisciplinar elaborada por Deleuze e Guattari em Mil platôs. Partindo dessa perspectiva, postula a consistência de uma espécie de objetidade em devir, cujos traços orbitam especialmente entre os domínios da filosofia, antropologia e literatura. Ao problematizar os limites dos silogismos lógicos clássicos e os deslizamentos de sentido provocados por diferentes usos da linguagem, questiona a dicotomia axial bárbaros/civilizados e os lugares comuns associados à identidade brasileira.
O texto trata do elemento central do fazer docente e do ensino de História: a aula expositiva. Argumenta a respeito do papel da aula expositiva e problematiza o caráter narrativo da exposição do professor de História, uma vez que este cria um cenário e dá um tom dramático à narrativa histórica. Problematiza a exposição didática e oferece uma análise das críticas que essa estratégia tem recebido. Nesse sentido, procura-se despir a aula expositiva do tom seco e árido que sempre a acompanhou, bem como da sua íntima ligação com um ensino tradicional de História. Do mesmo modo, pretende-se dar relevância aos diferentes modos expressivos que acompanham a narrativa didática na aula, afirmando-se que esse é um dos momentos mais importantes e decisivos da relação ensino-aprendizagem nesse conteúdo. Além disso, a teorização a respeito da faculdade da fabulação pode bem permitir uma nova experiência com aulas expositivas, uma vez sustentada a ideia de que uma exposição oral em uma aula de História implica uma estratégia fabulatória.
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